Ministra pede salário de R$ 61 mil e se justifica
citando “trabalho escravo”
Luislinda Valois, dos Direitos
Humanos, enviou solicitação ao governo para acumular salário de ministra com a
aposentadoria de desembargadora. Valor ultrapassaria o teto do funcionalismo.
A ministra Luislinda Valois, dos
Direitos Humanos, apresentou ao governo um pedido para acumular salário
integral da atual função com a aposentadoria, o que daria R$ 61 mil, e, entre
as justificativas, disse que trabalhar sem receber contrapartida “se assemelha
a trabalho escravo”.
Trechos do documento de 207 páginas
enviado por Valois à Casa Civil foram publicados nesta quinta-feira (2) pelo
jornal “O Estado de S. Paulo”. A TV Globo confirmou o pedido feito pela
ministra.
Atualmente, Valois recebe por mês
R$ 30.400 pela aposentadoria de desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia.
Como ministra, ela recebe R$ 3.300. O máximo das duas remunerações não pode
ultrapassar R$ 33.700, que é o teto do funcionalismo público.
“O trabalho
executado sem a correspondente contrapartida, a que se denomina remuneração,
sem sombra de dúvida, se assemelha a trabalho escravo”, escreveu a ministra no
pedido para acumular os salários.
À TV Globo, por telefone, Valois
disse que está prestando serviço ao Estado brasileiro e acha justo receber por
isso. Ela disse que apenas por analogia citou o trabalho escravo.
O Código Penal diz que trabalho
escravo é aquele forçado, com jornada exaustiva, degradante. Além do salário de
mais de R$ 30 mil, a ministra ainda tem direito a: carro, motorista e viagens
de avião da Força Aérea para compromissos profissionais.
Crônica
Direitos
mundanos, dai-nos providência à previdência
“Herói é aquele
que não teve tempo de fugir”
(Personagem da
Escolinha do Professor Raimundo)
Michel Temer se aposentou como
procurador de São Paulo antes dos 40 anos e com um salário de R$ 30 mil. Após
passar a rasteira em sua companheira de chapa nas eleições de 2010, Temer se
elegeu presidente da República em 2016. Sua ministra de direitos mundanos quer ganhar
R$ 61 mil de salário. Considera trabalho escravo ganhar só metade. Como
ministra, além do salário de R$ 3.300, a nobre senhora, aposentada como
desembargadora, tem ainda direito a carro, motorista e viagens da Força Área Brasileira
(FAB) para compromissos profissionais.
Os cerca de 40% dos 200 milhões da
população brasileira que possuem carteira assinada ganham o salário-mínimo de
R$ 969 e que o governo vai abaixar, em janeiro de 2018, para R$ 965. Quatro reais
de diminuição. A ministra dos direitos mundanos de Temer reclama de R$ 30 mil.
Símbolo das notas de R$ 2, a tartaruga marinha resolveu protestar. Saiu do mar e
foi ser ministra dos verdadeiros direitos humanos e não da farsante democracia
burguesa.
Não acreditando mais nos discursos
falaciosos de que o voto nulo ajuda o primeiro colocado nas pesquisas de
intenção de voto ou que votar nulo é jogar fora o direito de cidadania, a
tartaruga marinha tirou o seu título de eleitor só para digitar zero mais zero
mais zero mais confirma naquelas urnas eletrônicas com barulhinho irritante.
VÍDEOS SUGERIDOS
(clique nos títulos abaixo para ouvi-los)
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