Ele
era escritor do jornal “Estado de Minas”. Escrevia muito bem. Suas crônicas nos
deixavam no paraíso. Era torcedor doente por futebol. Mas morava em
apartamentos. Não gostava de conviver com os seus vizinhos. Teve coragem de
omitir socorro a uma gestante em trabalho de parto no andar da sua morada. A
filha da senhora quase morreu, se não fosse o marido chegar a tempo.
O
casal com a primeira recém-nascida se mudou de casa depois daquele episódio.
Cancelou a assinatura do jornal “Estado de Minas”. E passou a assinar o jornal “Hoje
em Dia”. No meio do caminho tinha uma pedra, poetizou Carlos Drummond de Andrade.
O escritor torcia até contra o vento e contra as circunstâncias. Era o Roberto
Drummond.
Sobrenomes
não significam nada atualmente. Atos nobres ou quixotecos vão juntos nos
caixões de padres, pastores, religiosos, leigos, mendigos, escritores, poetas.
Mas, e se fosse um grande empresário ou uma grande empresária que estivesse
grávida? Você ajudaria? Estenderia o tapete vermelho a ela e lamberia os seus
calçados? O comportamento humano na sociedade capitalista tem sim classe social
e nada disso sairá no Jornal Nacional.
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