Um legislador de Ohio, nos Estados Unidos, conhecido por sua defesa aos “valores familiares” renunciou ao cargo após ser flagrado em “condutas inadequadas com outro homem” em seu escritório. O deputado estadual Wes Goodman deixou a cadeira na terça-feira (14/11), depois que uma testemunha informou o incidente ao líder da Assembleia de Ohio, Mike Dittoe, de acordo com informações do jornal local “Columbus Dispatch”. As especificidades do suposto incidente não estão claras.
O presidente da Câmara, Cliff Rosenberger, disse que se encontrou com Goodman no mesmo dia e que o legislador “reconheceu e confirmou as alegações”, de acordo com informações do “HufFPost US”.
“Fui alertado sobre os detalhes ontem à tarde de seu envolvimento em comportamentos inadequados relacionados ao seu escritório estadual”, disse Rosenberger na quarta-feira. “Ficou claro que sua renúncia era a atitude mais apropriada para ele, sua família, os constituintes do Distrito da Casa 87 e esta instituição”. Goodman, 33 anos, confirmou sua renúncia na quarta-feira (15/11) em um comunicado à Associated Press.
“Todos trazemos nossas próprias lutas e nossas próprias provações para a vida pública”, escreveu ele. “Isso tem sido verdade para mim e lamento com sinceridade que minhas ações e escolhas me impediram de servir os meus eleitores e o nosso estado de forma a refletir os melhores ideais do serviço público”.
“Para aqueles que eu desapontei, me desculpe”, acrescentou. Goodman regularmente publicava fotos de si e de sua esposa em seu site, onde ele também escreveu sobre a proteção de valores familiares. O site ficou fora do ar a partir da sexta-feira (17/11), e a conta do Twitter de Goodman foi definida como privada. “Os ideais de um pai e mãe amorosa, um casamento natural comprometido e uma comunidade carinhosa valem a pena perseguir e proteger”, escreveu em seu site oficial.
Goodman também atuou como diretor-gerente do Conservative Action Project, que lutou por “princípios conservadores” como “revogar Obamacare” e “a liberdade religiosa”, de acordo com a AP.
Crônica
Ele tinha o nome de Good-Man, o Homem Bom. Antes de alcançar os 33 anos, já era casado, teve três filhas e fora eleito deputado estadual com o seu serviço social de apoio aos mais marginalizados do Estado de Ohio, nos Estados Unidos da América. Formou-se em assistente social.
Todavia, gostava mesmo era do seu vizinho chamado de God-Man, o Homem Deus. Ele havia criado o Projeto de Ação Conservadora (PAC) com o qual presidia e organizava com mãos de ferro. Queria preservar o amor que herdara dos pais. Esses jamais se encontraram fisicamente. Amavam-se espiritualmente. A esposa do seu pai aceitou ter um filho fruto de uma relação extraconjugal. O garoto que nasceria seria o salvador da humanidade. Sairia como um louco por aí a pregar o amor legítimo, o fim da mercantilização da Casa do Senhor e mais justiça social entre os seres humanos.
O Homem-Bom se apaixonou pelo Homem-Deus. Protegidos pelo PAC, ambos faziam o que mais se deliciavam: beijavam-se, tocavam-se, sentiam-se, fundiam-se em uma só alma e um só coração. Mas a tradicional, própria e familiar sociedade capitalista jamais permitiria o avanço do Homem-Bom sobre o Homem-Deus. Homenagearia aquele que descobrisse o ato delituoso. E idealizavam-se e cresciam então as chamadas delações premiadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário