(...)
“Mas
alguns indivíduos são superiores, física e intelectualmente a outros e, pois,
no mesmo tempo, prestam trabalho, ou podem trabalhar mais tempo; e o trabalho,
para servir de medida, tem que ser determinado quanto à duração ou intensidade;
de outro modo, deixa de ser uma medida.”
(...)
“O direito não pode ser nunca superior à estrutura econômica nem ao desenvolvimento cultural da sociedade por ela condicionado.”
(...)
“Em
uma fase superior da sociedade comunista, quando houver desaparecido a
subordinação escravizadora dos indivíduos à divisão do trabalho e, com ela, o
contraste entre o trabalho intelectual e o trabalho manual; quando o trabalho
não for somente um meio de vida, mas a primeira necessidade vital; quando, com
o desenvolvimento dos indivíduos em todos os seus aspectos, crescerem também as
forças produtivas e jorrarem em caudais os mananciais da riqueza coletiva, só
então será possível ultrapassar-se totalmente o estreito horizonte do direito
burguês e a sociedade poderá inscrever em suas bandeiras: de cada qual, segundo
sua capacidade, a cada qual, segundo suas necessidades.”
(...)
Karl Marx (1818-1883) no célebre texto
“Crítica ao Programa de Gotha”
Veja
a profissão mais valorizada na sociedade capitalista: a do médico. O médico é
aquele que trabalha tanto com o intelecto, quanto com o braço. Tem que estudar
para se manter atualizado em relação aos avanços científicos, mas sempre está
em constante contato com cirurgias. O enfermeiro, a empregada doméstica do hospital, também está no mesmo patamar. É trabalhador que se utiliza do cérebro e
do seu físico. Antes existia a profissão de maqueiro. Raros lugares preservam
hoje esse ofício e, quando preservam, é porque são mais humanos do que extremamente
financistas. Um hospital conta hoje com recepcionistas, seguranças, médicos,
enfermeiros, administradores de empresa, motoristas.
O
engenheiro, o arquiteto, o decorador também podem ser enquadrados em áreas
operárias em que o trabalho manual e o trabalho intelectual estão estreitamente
ligados. Atente-se como o pedreiro e o servente (peão de obra), apesar de não
possuírem a teoria, são muito sábios por terem a prática criadora como maneira
de libertação social.
Observe
como os trabalhadores rurais, mesmo sem estudo, possuem uma inteligência de
causar inveja ao mais culto dos doutores. As nossas melhores artes foram feitas
não por grandes mestres e sim pelos analfabetos, pelos iletrados. O alfabeto
nos coloca em uma fôrma de bolo e nos impede de ver opções para a vida. A
fábrica nos impõe os nossos gostos.
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