RENOVAR E RESGATAR A ESPERANÇA E A
VIDA NA TERRA
“Na teimosia os poetas constroem a
alegria de viver”
Assembleia
Regional da Comissão Pastoral da Terra (CPT)
Norte
de Minas Gerais
Diocese
de Montes Claros-MG
De
29 a 31 de julho de 1994
História do Norte de Minas Gerais
Companheiros
de caminhada,
Uma
história vou contar daqui do Norte de Minas
Vocês
vão acompanhar como era nossa terra
E
os costumes do lugar
Era
terra de cultura
Também
de muito valor só vivia nesta terra
Homem
sério e trabalhador
Não
pensava que um dia viesse sofrer tanta dor
Tinha
nas caatingas e cerrados
Fruto
para a gente comer umbu, cagaita e pequi
E
muitas que podiam ver alimentavam as pessoas
E
dava pros peixes viver
Em
nossos rios havia peixes de todos os jeitos:
Traíra,
Matricha e Dourados
Assim
como Deus tinha feito pescadores, alimentavam as famílias
Mas
por eles tinham respeito
As
árvores de nossa terra eram de se encantar:
Cedro,
Tamburí, Imburama, Pau D’arco, Cana Fista e Jatobá
Somente
para necessidade podia as derrubar
Por
isso vivia o povo respirando ar puro
Não
tinha poluição
O
tempo era seguro
Chovia
na época certa
Não
havendo tempo duro
Chegou
em nossa região
Um
tal de desenvolvimento
Vindo
lá do estrangeiro
Trazido
por um grupo de gente que vivia só explorando
E
não falava claramente
Dizia
que aqui estava esquecido e atrasado
O
povo era preguiçoso, simples e mal educado
Que
em nosso País precisava de homens mais avançados
Derrubando
nossas matas
Caatingas
e também Cerrados
Até
nas margens dos rios
Eles
faziam roçados
Transformando
tudo em carvão
Tendo
fornos para todos os lados
Chegou
em nossas cidades
Empresas
para atender
Os
homens que precisavam
Plantar
suas roças e colher a lavoura que o pobre cuidava
Precisava
os técnicos ver
Para
esta tal de lavoura tinha financiamento
Os
pequenos iam aos Bancos fazer seus cadastramentos
Para
receber o dinheiro e tocar o progresso prá frente
Contratava
os diaristas prá fazer todas as limpezas
Derrubavam
as árvores desrespeitando a natureza
Visando
só em seus bolsos para ter grande riqueza
Tombava
a terra com trator matando a sementeira
Fazendo
do solo fértil uma grande impureza
Compactando
este terreno virando tudo poeiras
Prá
colher um bom produto precisava um bom cuidado
Batendo
veneno forte em toda semana marcada
Não
sabendo que seu sangue estava todo intoxicado
Com
este tipo de coisas
O
nosso povo perdeu nossa cultura e costume
E
nada se resolveu com este desenvolvimento
Muitos
companheiros morreram
Autor: Oscarino Aguiar Cordeiro, do
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porteirinha-MG
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