O assassino que
abriu fogo e matou 26 pessoas numa igreja batista no estado americano do Texas
se chamava Devin P. Kelley e tinha 26 anos, informou a polícia da cidade de
Sutherland Spring, onde o massacre aconteceu. Além das mortes, o atirador
deixou 24 feridos, antes de ser morto em circunstâncias ainda não esclarecidas.
Segundo a imprensa
americana, Kelley serviu na Força Aérea dos EUA, mas foi expulso por motivos
ainda desconhecidos, em 2014. Em seguida, ele foi professor voluntário de
estudos bíblicos e deu aulas para crianças da Primeira Igreja Batista de
Kingsville, também no Texas.
Natural de New
Braunfels, um subúrbio de San Antonio, no Texas, Kelley morreu após uma breve
perseguição no condado de Guadalupe, segundo o porta-voz do escritório do
xerife do condado, Robert Murphy. Mas ainda não está claro se o atirador se
matou ou foi morto pelas autoridades.
Segundo um
policial, em entrevista à agência de notícias AP, os investigadores estão
acompanhando as mídias sociais de Kelley para saber o que ele pode ter feito
nos dias anteriores ao ataque. Em uma das imagens ele parece mostrar uma arma
semiautomática AR-15 com a legenda: “She’s a bad bitch”.
Na
noite deste domingo, a polícia de San Antonio invadiu a casa de Kelley com cães
e unidades de esquadrões antibombas. Ainda não há informações sobre o que foi
encontrado no local. Uma conta de LinkedIn mostra que Kelley se formou na New
Braunfels High School, em 2009, e que trabalhou em logística e suprimento na
Força Aérea até que ele foi desonrado em 2014, segundo a CBS News.
Após ser expulso
das Forças Aéreas, ele se ofereceu como professor de estudos bíblicos na
Kingsville First Baptist Church, também no Texas. A tragédia na manhã deste
domingo não é um ato isolado: de acordo com um levantamento do site “Gun
Violence Archive”, este é o 35º ataque a tiros desde Stephen Paddock abriu fogo
contra uma multidão em um show em Las Vegas, em 1º de outubro, causando a morte
de 58 pessoas no pior ataque a tiros da História moderna dos EUA.
A soma, que leva
em conta ataques com ao menos quatro vítimas - incluindo feridos e mortos -,
mostra que o tema está longe de ser resolvido no país. Entre as vítimas está a
filha do pastor da igreja, de 14 anos, outros adolescentes e uma criança de
dois anos.
Crônica
“Os homens
criam as ferramentas, as ferramentas recriam os homens.” Marshall MacLuhan
Ele pegava aquela
flanela amarela e limpa e fazia, todo dia de manhazinha, a limpeza dela. Antes,
porém, passava as mãos nela para senti-la. Ela fria e pesada. Tirava qualquer
tipo de poeira e sujeira da sua mais nova posse: uma arma semi-automática
AR-15. Pretendia estreá-la a qualquer instante. Sofreu a desonra durante sua
passagem pelas Forças Áreas Estadunidenses por motivos fúteis.
Estudou a Bíblia
Sagrada. Leu todo o Velho Testamento. Aprendeu que, na Lei de Talião, a vida é
olho por olho, dente por dente. Aprendeu que a Lei da Física vale também como
uma lei humana na sociedade capitalista: para cada ação provocada, uma reação com igual peso e força será
devolvida ao seu criador. Se qualquer pessoa bater em você, dê o troco,
aconselharam-lhe desde a infância. Habilitou-se como professor na 1ª Igreja
Batista da sua cidade. Voluntariou-se para dar aulas sobre as Sagradas
Escrituras na comunidade.
Nos 500 anos da
Reforma Protestante celebrados em 31 de outubro de 2017, ele leu nas redes
sociais que um município comemorava o dia do pastor em 1º de abril. O pastor
mentia. Chamava de revoluções verdadeiros golpes de Estado financiados pelo seu
país em toda a América Latina na história do século XX.
Era domingo, 05 de
novembro. Completavam-se dois anos da maior tragédia ambiental brasileira. Enquanto
Mariana/MG chorava os 19 mortos, feridos e enLUTAdos do desastre da mineração e
da tecnologia pósmodernosa graças às desobediências da Companhia Vale do Rio
Doce/Samarco, vendida a preço de banana e privatizada pelo presidente metido a
sociólogo Fernando Henrique Cardoso, um típico estadunidense do Texas quis
brincar de bang-bang.
Não! Ele não
brincava dessa vez. Nem falou. Agiu seriamente, sem uma gota de emoção sequer. Entrou
em um templo religioso evangélico e metralhou adolescentes e uma criança. Uma
das vítimas era a filha do pastor. E não foi conto do vigário.
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