Pietro, 11 anos, mestiço, morador do Bairro Doutor João Alves, em Montes Claros, Norte de Minas Gerais. Era quinta-feira, 02 de novembro de 2017, Dia de Finados. Já sabe que a data é instante para trabalhar e ajudar no sustento do lar familiar.
O carro para perto da sua casa e ele pergunta se pode olhar para assegurá-lo de pequenos furtos que ocorrem na cidade. O Cemitério Senhor do Bonfim e o Parque Jardim da Esperança são ali perto da sua casa. A movimentação de gente viva é grande. Os vivos se agitam para lembrar seus entes queridos que partiram desta para melhor.
Ali todo mundo passa a fazer parte da mesma terra, a compartilhar os mesmos pensamentos. “Nós que aqui estamos por vós esperamos”, avisa a entrada de boas-vindas construída em um cemitério qualquer. Mas criaram a fogueira em que morreu Santa Joana Darc e agora a cremação para reforçar o versículo bíblico: do pó, nós viemos e, para o pó, nós voltaremos.
Não adianta criar subterfúgios. No final, seremos todos iguaizinhos... Todo mundo vai ficar juntinho, juntinho... Enquanto isso, Pietro vigia o automóvel que, talvez, nunca terá, mas é o seu ganha pão de cada dia...
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