Aconteceu nesta manhã de terça-feira (07/11), quando o espectro dos 100 Anos da Revolução Bolchevique Russa ronda o mundo, uma ocupação de sem-tetos na Câmara Municipal de Montes Claros, Norte de Minas Gerais.
Desde julho deste ano, 230 famílias ocupam área ociosa próxima do Distrito Industrial, da Vila Castelo Branco e da fábrica de cápsulas de café da Nestlé na cidade. A ocupação urbana é para alertar o poder público para o déficit habitacional municipal que atinge 30 mil sem-tetos. O Setor Social da Arquidiocese de Montes Claros acompanha de perto o caso e dá apoio material e espiritual para as famílias acampadas.
O Regional Norte do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) esteve presente ao local em julho e pôde ver as barracas de lona preta sob as quais resistem os militantes do Movimento dos Trabalhadores por Direitos (MTD), que orquestraram, por volta das nove horas da manhã deste 07/11, a ocupação da nova Câmara Municipal. Pressionado pelo MTD, o presidente da Câmara, Cláudio Ribeiro Prates (PTB), encerrou a sessão do dia e todos os vereadores se retiraram do plenário. Luzes e ar condicionado foram desligados e apenas o cheiro de povo se fez sentir no recinto. Antes da chegada animada do MTD, pouquíssimas pessoas prestigiavam os trabalhos dos legisladores.
O MTD, em sua defesa, afirmou que cansou de enviar requerimentos para a Câmara a fim de resolver a questão e por isso resolveu fazer a ocupação do espaço para solicitar uma audiência pública. Os vereadores Aldair Fagundes Brito (PT) e Daniel Dias (PCdoB) foram os conciliadores do conflito gerado pelos cerca de 50 sem-tetos, entre crianças, adultos e idosos, para pressionar por moradia.
Ficou acordado que os referidos vereadores farão requerimento a ser apreciado pela casa para a próxima terça-feira (14/11). O MTD garante participar novamente da sessão. Há possibilidade de que a audiência pública sobre moradia e déficit habitacional seja marcada para a quinta-feira (16/11), às 14h, na Câmara Municipal. Serão convidados a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, a Procuradoria do Município, o Setor Social da Arquidiocese, a Secretaria Estadual de Direitos Humanos, o Ministério Público, dentre outros agentes sociais.
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