O estudante de
Design Gustavo Cordelli foi preso na noite quinta-feira (16/11), após depredar
uma sala de aula na Universidade São Judas, na Mooca, Bairro da zona leste de São
Paulo. Ele usou um taco de beisebol para destruir janelas e atirou carteiras do
sétimo andar. Com o barulho, estudantes se assustaram e confundiram a confusão
com um tiroteio, o que causou correria na instituição. Ninguém ficou ferido.
De acordo com
testemunhas, Cordelli participava da entrega do relatório do trabalho de
conclusão do curso de Design quando começou a discutir com um professor. Um
vídeo gravado no momento mostra quando ele abre uma mochila e anuncia: “Sabem o
que eu vou fazer?”, retirando um objeto. O ato fez com que alunos saíssem em
disparada. Com o taco, ele quebrou janelas e atirou carteiras do andar em que
estava.
Entenda
“Eu não quis
esperar para ver o que era naquela mochila”, disse o seu colega de classe Guilherme
Brighente, de 21 anos. “Ele do nada gritou, se exaltou e começou a debater o
design da cadeira”, disse Brighente. Ao portal “G1”, alunos informaram que o estudante
havia discutido com o colegas durante o ano e ficou sem grupo e sem
projeto do trabalho de conclusão de curso.
O ataque assustou
alunos de todo o prédio. A estudante de Direito Gabriela Pontara, de 24 anos,
estava subindo para o primeiro andar quando escutou o barulho. “Parecia tiro e
logo pensei que era um atentado, algo com terrorismo”, disse. Ela relatou que o
barulho era alto e ininterrupto, o que a levou a pensar em uma sequência de
tiros. Ela e centenas de estudantes abandonaram o que estavam fazendo e
fugiram, correndo por mais de 500 metros procurando proteção fora da
universidade.
No caminho,
Gabriela ligou pra mãe, que também se assustou com o barulho. “Falei para ela
se deitar no chão”, disse a mãe, Patrícia. O estudante de Publicidade Danilo
Santos, de 22 anos, também fugiu da confusão. “Vimos a saída de emergência e
fomos para lá, mas estava trancada. Tivemos que quebrar. Era muita gente”,
disse. Nas imediações da universidade, papéis ficaram espalhados pelo chão.
Como é fim de semestre, muitas classes faziam provas no momento da confusão.
O estudante foi
preso em flagrante no 8º Delegacia de Polícia, no Brás, por ter causado pânico,
delito previsto no Artigo 41 da Lei das Contravenções Penais, e responderá
ainda por ameaça e dano qualificado. Ele foi levado para o Fórum da Barra
Funda, na zona oeste da capital, na manhã desta sexta-feira (17/11), onde
aguarda pela audiência de custódia, na qual a Justiça decidirá sobre a
manutenção da sua prisão.
Insatisfeito
Em depoimento, o
estudante disse que estava insatisfeito com a metodologia de avaliação da universidade
e decidiu fazer o “protesto”. Contra ele, a polícia identificou ainda um
boletim de ocorrência por assédio sexual contra uma colega, cometido em uma
data não informada.
Em nota divulgada
pelo Facebook, a universidade disse que o ocorrido foi um “caso isolado”. “Temos
a informar que um aluno teve um comportamento exacerbado e chegou a utilizar um
taco de beisebol para depredar o ambiente, causando certa perplexidade às
demais pessoas presentes. Imediatamente a Universidade acionou a segurança
local e a polícia, que identificaram e detiveram o indivíduo pela conduta
inadequada”.
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