POR Wagner Gomes
gomeswagner@gmail.com
Henrique Meirelles se porta
como um nome para a disputa presidencial de 2018, por lhe atribuírem grande
sucesso na condução de nossa economia. No entanto, não consigo enxergar um
crescimento sustentável, em um horizonte de médio prazo. Persiste, latente, o
velho conflito entre os ajustes econômicos e a estabilidade política. Temer foi
engolido por um vendaval de denúncias que o obrigou às concessões em todo o seu
credo econômico. Em seu governo a política desmoralizou a verdade e, através de
um grande balcão de negócios, retroalimentou uma velha estrutura viciada,
também conhecida pelo sutil codinome de “toma lá, dá cá”, para se manter no
poder.
A recente aprovação do novo Refis deixou-nos temerosos de que a correta postura de honrar obrigações tributárias se transforme em nódoa ardilosa representada pelo axioma do caloteiro. A estabilização econômica está longe de ser atingida, apesar da queda consistente da inflação. A tímida elevação do PIB [Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas por uma nação; pode-se falar em nação hoje ou em multinações, nações globais, nações multiculturais e internacionais?] se assenta, de forma artificial, no aumento temporário do consumo, fruto da generosa liberação e saque de R$ 44 bilhões do FGTS [Fundo de Garantia por Tempo de Serviço].
Além do valor dedicado ao
consumo de boa parte dessa parcela, outra fatia importante foi utilizada no
pagamento de dívidas, permitindo que o trabalhador possa voltar a endividar-se.
Nesse enfoque, outro ciclo fugaz de crescimento nos mesmos moldes poderia se
estender até o próximo ano, hipótese robustecida pela liberação de mais R$ 16
bilhões do PIS/Pasep [Programa de
Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público],
já em plena época de saque.
Findo esse efeito, teremos um encontro com a realidade nua e crua, na qual permanecerão as condições que atrelam o crescimento da dívida pública ao déficit crescente e desordenado. Como é difícil defender o indefensável, e após Meirelles andar pedindo orações para a nossa economia, rendo-me às evidências, para adotar “a teoria do exame das provas acima de dúvida razoável”, do desembargador João Pedro Gebran Neto.
Caso não seja aprofundado o
ajuste fiscal e deslanchada a reforma tributária, como diria o presidiário e
novo guardião de nosso vernáculo, Wesley Batista, “Nóis vai pagá prá vê quando chegá 2019”. E Cármen Lúcia, hein,
quem diria?
*Os acréscimos em colchetes e em negrito são do
Coletivus Urbanus
A SOCIEDADE CALA!!! O CORPO FALA!!!
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