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Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A gratuidade do dar é gesto de amor

Queridos irmãos e irmãs,


Estamos no 32º Domingo do Tempo Comum. Hoje vamos refletir, de modo especial, o gesto de dar as nossas ofertas e o dízimo. Aqui está o jeito de doação da pessoa quando se dá de coração. Pode ser até pouco a doação ou oferta, mas, se for de bom coração, torna-a de grande valor. A liturgia bíblica deste domingo nos fala do gesto de dar de duas viúvas. Elas dão tudo que tinham para servir aos outros.

No Primeiro Livro dos Reis, encontramos o gesto da viúva de Serepta. O contexto em que ela vivia era de uma situação de fome e seca. O profeta de Deus chega até Serepta com muita fome e sede, e pede à viúva para que ela desse pra ele água e comida. A realidade dela era de quase penúria, tinha um pouco de farinha e azeite.

Mesmo com toda esta privação, ela o serve. Deus reconhece esse gesto de amor solidário e, durante toda a época de seca e penúria, não faltou alimento a essa casa. É assim que Deus faz. Ele abençoa um coração generoso que se preocupa com o outro (cf. 1 Rs 17, 10-16). Assim devemos nos proceder. O mundo seria melhor se as pessoas procurassem ajudar umas às outras. Isto é a lógica do cristianismo.


Na Carta aos Hebreus, nos é mostrado Jesus, o sumo sacerdote, que se doa completamente pela salvação da humanidade. Um Deus que se entrega para que outros possam ter vida. Essa é a lógica de Cristo. Quem segue Jesus deve ser apto a doar-se pela causa dos mais pobres. O mundo precisa das matizes do cristianismo que é o amor-doação, a solidariedade e a partilha (cf. Hb 9, 24-28).

O Salmo reconhece que Deus ampara as viúvas e os órfãos, e ainda faz um convite a todos nós para que confiemos em Deus. Isso é fé naquele que é sempre fiel. Deus nunca desampara ninguém (cf. Sl 146).

O evangelista Marcos nos mostra Jesus sentado perto do cofre das ofertas do templo de Jerusalém. Ele faz uma constatação que uma viúva discretamente pega duas únicas moedas e dá na oferta. Um gesto simples, mas cheio de significado. Mesmo na pobreza, ela faz um gesto de caridade e doa tudo o que tem, pois o seu coração é cheio de gratidão. Sabe que tudo vem de Deus e a Ele devemos retribuir. Isto é dom de entrega. O dízimo deve ser dado nesse sentido (cf. Mc 12, 38-44).

Interessante que Jesus vê muita gente importante que dava esmolas grandes para serem vistos e elogiados. Isso acontece muitas vezes entre nós. Muitos acham que devem ser honrados pelos grandes feitos e doações na Igreja. Ainda esperam que sejam elogiados em público. Deus elogia a generosidade das duas viúvas, que não precisaram demonstrar os seus gestos porque brotaram de um coração generoso.

Essa lição da viúva, dando tudo o que tem, nos dá e deve nos servir de exemplo para nós que queremos ser cristãos. Deus olha o nosso profundo ser e não nos deixa sem recompensa. No gesto de amor, sempre Deus olha e nos dá muito por causa disso. Essa lógica da caridade contrapõe à lógica do materialismo e do egoísmo. Não podemos nos fechar em nosso mundo particular. Vivemos em uma comunidade onde todos participam.

Que esta liturgia nos ajude a superar o egoísmo e que a Igreja seja exemplo a ser seguido. Ele evangeliza com os nossos atos bons que dignificam a pessoa humana. Que haja sempre amor e fraternidade entre nós.

Amém!!!

José Benedito Schumann Cunha
Bacharel em Teologia
Mora em Itajubá (MG)
Natural de Cristina (MG)

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