ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

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quarta-feira, 6 de julho de 2011

A nossa casa permanente é a do céu

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Evangelho Segundo São Mateus 8, 18-22

Vendo Jesus em torno de si, uma grande multidão decidiu passar à outra margem. Saiu-lhe ao encontro um doutor da Lei, que lhe disse:

- Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores.

Respondeu-lhe Jesus:

- As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.

Um dos discípulos disse-lhe:

- Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar o meu pai.

Jesus, porém, respondeu-lhe:

- Segue-me e deixa os mortos sepultar os seus mortos.



Queridos irmãos e irmãs, somos a Igreja que se faz presente no mundo na caridade e na ajuda mútua. Onde houver um irmão em necessidade, tanto de ajuda material ou espiritual, devemos estar prontos para oferecer a nossa contribuição solidária e fraterna a eles. Jesus, o Nosso Senhor e Salvador, Ele deu grande exemplo.

Mesmo sendo filho de Deus, não quis as pompas e regalias do mundo para a sua missão. Ele estava pronto para tudo e para todos. Não ficava fechado a grupos religiosos, políticos e sociais. Estava aberto a todos que precisavam da boa notícia da salvação que traz vida em abundância. Não é privilégio ter uma vida digna, mas sem opulência, sem desperdício e nem arrogância nos serviços pastorais, tantos de leigos como dos pastores. A mesa da Eucaristia é uma lição de humildade e serviço. O mesmo corpo de Cristo alimenta os ricos, os pobres, os fracos e doentes.

Segue o comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Afonso Maria de Ligório (1696-1787), bispo e doutor da Igreja


8º Discurso para a Novena de Natal

O Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. Deus é a Sua própria riqueza, porque é o bem infinito. [...] Este Deus tão rico fez-Se pobre ao tornar-Se homem, a fim de nos enriquecer a nós, miseráveis pecadores. É o ensinamento muito claro do apóstolo Paulo: “De tão rico que era, Jesus tornou-Se pobre para vos tornar ricos pela Sua pobreza” (2 Co 8, 9). Como?! Um Deus [...] chegar ao ponto de Se tornar pobre? Com que intenção? Tentemos compreendê-la.

Os bens terrenos não passam de terra e lama; mas esta lama cega de tal modo os homens, que eles deixam de discernir os verdadeiros bens. Antes da vinda de Jesus Cristo, o mundo estava repleto de trevas, porque cheio de pecados: “Toda a carne havia pervertido a sua conduta” (Gn 6, 12). Ou seja: os homens tinham obscurecido em si a lei natural gravada no seu espírito por Deus; viviam como animais, preocupados apenas em obter prazeres e bens terrenos, e totalmente indiferentes aos bens eternos. Foi por um efeito da misericórdia divina que o Filho de Deus veio dissipar essas profundas trevas: “Sobre aqueles que habitavam a região da sombra da morte, uma luz resplandeceu” (Is 9, 1) [...]

Mas este divino mestre quis instruir-nos não apenas pela palavra, mas também, e, sobretudo, pelos exemplos da Sua vida. “A pobreza”, afirma São Bernardo, “estava ausente do céu; encontrava-se apenas na Terra. Infelizmente o homem não conhecia o seu preço e, à partida, não a procurava. Para torná-la preciosa aos nossos olhos e digna de todos os nossos desejos, que fez o Filho de Deus? Desceu do céu à Terra e escolheu-a como companheira de toda a Sua vida.

Assim, ao refletir este Evangelho de Mateus e a homilia de Santo Afonso de Ligório, constatamos que é muitas vezes difícil de entender essa passagem do Evangelho em que Jesus nos exorta para dar atenção à nossa vida, pois o capitalismo, o consumismo e o materialismo nos deixam cegos e ávidos por riquezas em demasia, por prestígios e fama a qualquer preço e assim ficamos insensíveis às necessidades dos outros.

Ficamos presos por falsas premissas e paradigmas que não combinam com a do Nosso Cristo. Se formos cristãos porque cremos Nele, convertamo-nos a Ele de todo coração e de todo o nosso ser. Não podemos nos contentar com uma vida medíocre, de mãos vazias do bem, sem interesse para aqueles que estão gritando pela nossa ajuda.

Há muitos marginalizados e que quase passam despercebidos no nosso coração e fechamos a eles. Peçamos a Deus um coração de carne semelhante ao de Deus, um coração que saia raios de amor e misericórdia para todos. Quando uma pessoa consegue ver Deus como é, sem nenhuma máscara ou hipocrisia religiosa, então seremos restaurados na sua graça redentora.

Temos que pedir a Jesus que nos transforme e que sejamos um diferencial para todos para que haja mais seguidores Dele com disposição e sem se misturar na ganância do ter. Cada pão que vem à nossa mesa para nos alimentar sai do chão sofrido do nosso povo, herói do campo, que é desvalorizado pelo seu trabalho e, muitas vezes, explorado quando ele propõe vender as suas mercadorias para saciar a fome da sociedade moderna e contemporânea.

Que o Reino de cristãos se faça serviço e que agradecemos a Deus por tudo que Ele nos dá, sem nós merecermos.

Amém!


Bacharel em Teologia pela Pontificium Athenaeum S. Anselmi de Urbe (Roma/Itália) e Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História e Pedagogia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 27 de junho de 2011

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