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"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

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segunda-feira, 3 de maio de 2010

A despedida de Jesus nos compromete para a missão no mundo

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A Igreja tem a missão de continuar a anunciar a obra de salvação inaugurada por Cristo. Todos devem saber que Jesus é o Senhor. Na liturgia no período pascal, percebemos que Jesus tinha a preocupação de formar a Igreja. Jesus animou os apóstolos nas aparições no cenáculo, na pesca milagrosa, na imagem do rebanho. A Igreja tem Jesus como Bom Pastor [ouça a programação da Associação Bom Pastor/Comunidade Esdras na Rádio Educadora 670 AM].

A liturgia nos reúne para dar glória a Deus e nos ajuda a nos santificarmos como pessoa humana que quer seguir os passos de Jesus. Na comunidade, o Espírito Santo nos anima a formar uma nova comunidade, onde o amor mútuo se torna realidade na vivência cristã das pessoas. No livro dos Atos dos Apóstolos, é narrado o final da primeira viagem missionária de São Paulo, na qual este fundou e organizou novas comunidades cristãs.

Nelas podemos destacar a importância da missão do Apóstolo dos Gentios, que é a missão do Anúncio da Palavra até os confins da terra, que é a missão de anunciar o Seu Amor e o Seu Desejo de Salvação para toda a humanidade. Os conflitos são superados. Os sofrimentos são indispensáveis para entrar no Reino. Estes confirmam a autenticidade da mensagem e possibilitam sentir a presença de Deus na caminhada da comunidade. Ainda percebe-se a importância da organização da comunidade. Então Paulo cria uma Instituição de Dirigentes (“Presbíteros”), que aparecem aqui pela primeira vez fora da Igreja de Jerusalém. É um ministério para administrar, vigiar e defender a comunidade. Esta escolha de São Paulo se dá no espírito de preparação na Oração e no Jejum (Cf. At 14, 21b-27).

No livro do Apocalipse, nos é mostrado o rosto final dessa comunidade de chamados a viver o amor cristão. Isto quer dizer, para nós, que o cristão tem a missão de transformar as “Babilônias” que vivemos em uma Nova Jerusalém. Assim a Igreja deve ser anunciadora das realidades escatológicas, isto é, as coisas finais da nossa vida para a vida que não se acaba. A imagem simbólica dessa nova realidade é mostrada como noiva bela que caminha confiante com amor ao encontro de Deus, o verdadeiro Amado. Isto nos dá esperança e alegria, sobretudo quando estamos em comunidade na partilha, na solidariedade, no amor e na fraternidade, que vem da nossa comunhão com Deus e com os irmãos (Cf. Ap 21.1-5a).

No Evangelho de São João, nos é mostrado que Jesus, ao se despedir dos discípulos, deixa em testamento à comunidade o “MANDAMENTO NOVO”: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”. O amor mútuo dos irmãos e irmãs na comunidade será o distintivo, o sinal que somos discipulos de Cristo. Esse mandamento já foi exortado no Antigo Testamento (Cf. Lv 19, 18). A novidade agora é que devemos amar como Jesus nos amou... de modo extremo... dando a sua vida para a salvação de toda a humanidade. O amor mutuo é sinal da presença de Jesus na comunidade cristã.

Jesus continua sua presença e sua ação no amor mútuo dos discípulos e de nossa ação como cristãos. Ele se torna distintivo e sinal que somos de Cristo. O amor se estende a todos, sem exclusividade. Jesus deu o exemplo. Ele ama os pobres, os doentes, os marginalizados... até os algozes... Ele nos amou até o fim... de modo infinito, sem limites... “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos”. A grandeza do amor de Deus Pai nos impulsiona a amar todos, pois eles são também imagem e semelhança divina. Só quem ama, com as palavras e com a ação, é verdadeiro cristão... (Cf. Jo 13, 31-33a.34-35).

A comunidade não é dona da verdade, da doutrina e dos ritos, mas é servidora de Cristo, que é caminho, verdade e vida em abundância para todos. O amor será o sinal de que o mundo está nas mãos de Deus. O amor mútuo é a síntese de toda a Lei da Nova Aliança. A nossa religião é a religião do amor, ou é a religião das leis, das exigências, dos ritos externos? Vivendo o amor, que se traduz na fraternidade, partilha e solidariedade, assim seremos pessoas novas, renovadas no amor de Cristo que transforma a realidade, em que vivemos no mundo, para uma sociedade justa e fraterna.

“Mandatum novum do vobis, ut diligatis invicem; sicut dilexi vos, ut et vos diligatis invicem. In hoc cognoscent omnes quia mei discipuli estis: si dilectionem habueritis ad invicem.” (Jo 13, 34-35)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 30 de abril de 2010

ACESSE
www.h2onews.org
www.bompastor.org.br

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