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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Maria, a primeira missionária (Parte I)

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Desde Sempre, Deus quis que o homem fosse salvo e que se libertasse do pecado. “Quando, porém, chegou a plenitude do Tempo, enviou Deus o seu filho, nascido de uma mulher, nascido sob a Lei, para remir os que estavam sob a lei, a fim de recebêssemos adoção filial” (Gl 4, 4-5). Deus manifestou e enviou um anjo para anunciar a boa noticia, mas precisou de um sim livre e pleno de uma mulher que se encontrava plena de graça e aberta a Deus, deixando-se ser conduzida por Ele (Cf. Lc 1, 26-38), tornando-se obediente. Então Maria é a missionária obediente.

Deste modo, o filho de Deus veio habitar e fez sua tenda entre nós no seio de Maria, o primeiro tabernáculo. Ela, tendo o conhecimento, pelo anjo, depois do seu sim, foi às pressas, subiu a montanha e foi servir sua prima Isabel (Cf. Lc l, 39-56) Assim, Maria é a missionária servidora.

A Primeira Missionária, que é solidária, acolhe com humildade a saudação de sua prima. Aqui acontece a primeira assembleia onde o Espírito Santo se manifesta no mais bonito cântico do Magnificat. Maria, uma missionária corajosa, que não permite ser abalada nos temores da sua gravidez, do seu parto, da primeira perseguição (Cf. Mc 2, 13-18).

È uma mulher retirante, vai para o Egito, volta à Nazaré (Cf. Mc 2, 19-23). Acolhe a verdade de Jesus que se revela aos doze anos, quando o encontra no templo, mas guarda, medita no silêncio do seu coração. Fica com seu filho até a sua vida pública (Cf. Lc 2, 41-52), mas depois sempre o acompanha de perto ou de longe. Na sua última dor e morte, ela está presente. É uma missionária presente. Torna-se também a mulher das dores e lá, aos pés da cruz, Jesus entrega a sua Mãe a João, que ali representa toda a humanidade e tornasse a mãe de todos nós (Cf. Jô 19, 25-27). Maria é missionária mãe dos homens.

Ela também sente a alegria da Ressurreição do seu filho, uma Páscoa definitiva que trouxe a vida a toda a humanidade. E ela está presente na Igreja que nasce no Pentecostes, uma missionária carismática que mergulha na ação do Espírito Santo. Torna-se, para nós, a Mãe da Igreja, onde Cristo é a cabeça (Cf. At 1, 12-14).

Ela, nas Bodas de Cana, é missionária solidária que se preocupa com o bem do povo, solidariza-se com os noivos por causa da falta do vinho, mas sabe que é Cristo que faz, pede a Ele e vai aos servidores e diz: Fazei tudo que Ele vos disser (Cf. Jo 2, 1-12).

Percebemos assim que Jesus mostra que Deus é rico em misericórdia, revela para nós um Deus Pai, bondoso que cuida de nós como uma mãe que cuida e acolhe o filho.

Assim, Jesus vem inaugurar por todo o tempo o Reino de Deus, preparado já no Antigo Testamento, realizado por Cristo e em Cristo anunciado a todos os povos pela Igreja que atua e reza para que esse Reino se realize, de modo perfeito e definitivo.

Deus é para todos e espalha a sua bênção a todos. Maria leva a nós o Salvador. É missionária anunciante que sabe que, em Jesus, somos restaurados na ação do Espírito com pessoa nova.

Cabe a nós anunciar ao mundo aquilo que Israel havia feito: a experiência de Deus único e libertador. Se somos chamados a pertencer a este Reino, então precisamos conhecê-lo. Jesus veio para anunciar aos marginalizados, pois estavam longe de saber que o Reino de Deus é deles também. Então Jesus deu-lhes a Boa Nova (Cf. Lc 4, 18).


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 11 de maio de 2010

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