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"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Viva o trabalho humano

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

O trabalho humano é a atividade que ajuda a transformar o mundo, a sociedade e todas as instituições. Todo trabalho deve ser valorizado, pois com ele a pessoa se mantém e ajuda a manter a família ou grupo em que a pessoa se situa. Ele promove a pessoa, porque seus talentos ficam a serviço de todos. Todo trabalho é essencial. Desde o trabalho mais simples até o mais complexo tornam-se importantes. Sem qualquer atividade, a sociedade fica carente e vazia. Jesus ajudava seu pai adotivo na carpintaria até começar a sua missão.

Quando começou a sua missão, como podemos ver, o Evangelista Mateus nos diz: “Naquele tempo, dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga, de modo que ficavam admirados”. E diziam: “De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? Não é Ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs não moram conosco? Então, de onde lhe vem tudo isso?”. E ficaram escandalizados por causa d’Ele. Jesus, porém, disse: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!”. E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé” (Mt 13, 54-58). Vemos que Jesus, no seu trabalho de anunciar o Reino de Deus, fê-lo de modo incansável. Não tinha hora e nem dia para fazer o bem a quem precisava.

Nesta passagem, vemos que o povo conhecia Jesus e a sua família e parentes. Para os judeus, os primos são chamados de irmãos. Algum tempo atrás, nós chamávamos os filhos dos irmãos da mãe ou do pai como primos-irmãos. O trabalho foi reconhecido pelas pessoas daquele tempo como deve ser reconhecido hoje. Todo o progresso que o mundo assistiu e assiste hoje vem do fruto do trabalho. O ser humano produz, manufatura, descobre tecnologias e faz ter conforto, segurança que visa o bem-estar das pessoas.

A Igreja, providencialmente, nesta data civil [1º de maio] marcada, muitas vezes, por conflitos e revoltas sociais, cristianizou esta festa, isso na presença de mais de 200 mil pessoas na Praça de São Pedro, as quais gritavam alegremente: "Viva Cristo Trabalhador! Viva os trabalhadores! Viva o Papa!". O Papa, em 1955, deu aos trabalhadores um protetor e modelo: São José, o Operário de Nazaré (artigo tirado do portal www.cancaonova.com em 01/05/2010).

O santíssimo São José, protetor da Igreja universal, assumiu este compromisso de não deixar que nenhum trabalhador de fé - do campo, indústria, autônomo ou não, mulher ou homem - esqueça-se de que, a seu lado estão Jesus e Maria. A Igreja, nesta festa do trabalho, autorizada pelo Papa Pio XII, deu um lindo parecer sobre todo esforço humano que gera e dá a luz, e faz crescer obras produzidas pelo homem: "Queremos reafirmar, em forma solene, a dignidade do trabalho, a fim de que inspire, na vida social, as leis da equitativa repartição de direitos e deveres" - Papa Pio XII (artigo tirado do portal www.cancaonova.com em 01/05/2010).

São José, que na Bíblia é reconhecido como um homem justo, é quem revela com sua vida que o Deus que trabalha sem cessar na santificação de suas obras é o mais desejoso de trabalhos santificados: "Seja qual for o vosso trabalho, fazei-o de boa vontade, como para o Senhor, e não para os homens, cientes de que recebereis do Senhor a herança como recompensa... O Senhor é Cristo" (Col 3, 23-24) - artigo tirado do portal www.cancaonova.com em 01/05/2010).

Jesus trabalhou porque teve o exemplo do seu pai adotivo que, com suas mãos, sustentava a família sagrada. Nós sabemos que Deus fez todas as coisas bem feitas. A Sua Obra criada manifesta a grandeza d’Ele. Quando a pessoa realiza trabalho, ela manifesta Deus. Por isso, santificando o trabalho, nós damos glórias a Deus por meio d’Ele, como nos exorta São Paulo: “Tudo o que vocês fizerem através de palavras ou ações, o façam em nome do Senhor Jesus, dando graças a Deus Pai por meio d’Ele” (Cl 3, 17).

O exemplo do trabalho de José fez com que Jesus tornar-se um trabalhador incansável. O trabalho é necessário, pois, como diz São Paulo: “quem não quer trabalhar também não coma” (2 Ts 3, 10). Que Deus nos abençoe sempre através de São José e que Jesus seja a nossa força e coragem na luta de dias melhores para os trabalhadores. Jesus nos dá o exemplo, quando diz: “O meu Pai trabalha sempre e eu também trabalho” (Jo 5, 17). Que o trabalho seja valorizado e que seja remunerado com justiça para que o trabalhador possa ter uma vida digna para si e para todos que o cercam. São José Operário, rogai por nós!

“Iesus autem respondit eis: ‘Pater meus usque modo operatur, et ego operor’.” (Jo, 5, 17)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 1º de maio de 2010

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