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Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Ser cristão é também saber sofrer as adversidades da vida

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Logo que a criança nasce, a família já pensa em batizá-la e vive na catequese batismal uma experiência de fé iluminada na Palavra de Deus. O Batismo é o primeiro sacramento da Igreja. É um selo para toda a vida. Não existem dois batismos. O batismo nos torna filhos de Deus. Os pais e os padrinhos se comprometem a educar na fé que eles têm em Jesus Cristo, no Deus Pai criador de todas as coisas, no Espírito Santo que nos santifica, na fé da Igreja que tem o depósito da fé e é guardiã das verdades de Deus, dadas por Cristo aos Apóstolos e a todos os seus sucessores até hoje.

Jesus nos convida a Segui-Lo. O nosso coração se enche de alegria ao saber das promessas de Deus para nós, pois a Salvação que Cristo trouxe na sua cruz e na sua ressurreição é para todos. Pela ação do Espírito Santo, Ele nos inflama para ser missionário. Como cristãos, somos convidados a orar uns pelos outros, desde a vinda de um recém-nascido até alguém doente ou em estado terminal.

Segue um relato: um padre recém formado foi ao hospital, visitou a maternidade. Depois de abençoar mãe e filho recém-nascido, começou a visitar os enfermos naquele hospital. Uma jovem veio ao seu encontro, ofegante, pediu que ele fosse dizer umas palavras à sua mãe. O médico já tinha feito tudo e a mãe já estava em fase terminal e ainda consciente. Esse acontecimento marcou profundamente a sua missão do que é ser Padre.

- “Sua bênção, senhor padre!”, assim lhe disse aquela senhora de olhos fundos, pele pálida e rosto maltratado pela enfermidade. Sua presença ali era o bálsamo que ela precisava. Após a santa confissão e durante a santa unção, o padre percebeu que os olhos da mulher lacrimejavam. Também ele ficou comovido por contemplar as mãos de Jesus na sua mão sacerdotal, consolando uma pessoa prestes a partir deste mundo. Antes de ele sair e chamar novamente os parentes, o padre lhe disse:

"Hoje o Senhor Jesus a visitou, agradeça-O e não fique triste!". E ela falou: "Considero-me uma cancerosa muito feliz, senhor padre!", respondeu. Ele ficou impressionado com a resposta dela e ao perceber seu espanto, ela acrescentou: "Nunca fui tão feliz como depois do câncer! Sofri 37 anos um casamento marcado por traições e alcoolismo, meu marido era um homem derrotado pelo vício e pelo pecado. Orei muito, pedindo ao Senhor que o livrasse daquela vida. Depois que descobri essa doença em mim, percebi que meu marido ficou tão comovido que algo mudou dentro dele. Há alguns dias, ele me pediu perdão por toda dor que me causou, mas já há muito tempo percebo em seus gestos que minha doença curou a dele. Meu casamento foi restaurado! Aquela jovem que foi chamá-lo, senhor padre, era uma menina perturbada por uma depressão terrível. Vivia fechada em seu quarto, não saía nem para se alimentar e chegou a tentar o suicídio várias vezes. Quantas vezes chorei com o rosário na mão, implorando um milagre por esta filha. O milagre aconteceu! Depois que comecei o tratamento do câncer, essa filha se recuperou repentinamente e passou a acompanhar-me de exame em exame, de hospital em hospital. Quando me sentia abatida, era ela que me fazia sorrir com histórias alegres e o testemunho do seu amor. O milagre da minha filha aconteceu através do meu câncer. Por fim, meu filho mais velho, casado há 15 anos, estava para se separar da esposa. Ele, em crise de fé, queria abandonar a Igreja Católica e sua esposa não concordava. Fiquei arrasada porque mesmo apesar de ter sofrido tanto com meu esposo, nunca aceitei a ideia de separação. Para não desrespeitar o espaço deles, fiquei calada e apenas orei. O que minhas palavras não disseram o câncer falou. Já faz três meses que eles estão bem, e ambos vêm me visitar todos os dias; juntos rezamos o terço e meu filho renovou sua fé e respeito pela Igreja. O câncer veio na hora certa, na hora de restaurar minha família! Posso morrer em paz, pela bênção que o senhor me trouxe através dos sacramentos, e pela alegria de ver minha família restaurada por Deus através dos meus sofrimentos" (síntese a partir de relato tirado do endereço eletrônico http://blog.cancaonova.com/padredelton/ com acesso em 16/04/2010 às 08h e 15min).

Esse padre percebeu que ser sacerdote é sofrer com os que sofrem, é ser outro Cristo para a pessoa que precisa de carinho, consolo e amor solidário e cada cristão também é chamado a ser um bom samaritano. O sacrifício de Jesus não foi em vão. Ele nos ajuda a sermos bons samaritanos. Tudo que nos acontece existe um sinal de santificação e da misericórdia de Deus.


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 09 de maio de 2010

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