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Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Jesus nos dá uma missão

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A liturgia nos insere no mistério de Deus e, ao mesmo tempo, somos agraciados por Ele para termos coragem de assumir a missão de levar a todos a Boa Notícia. Ela deve ser anunciada com coragem e acompanhada pelo nosso Testemunho de Vida.

A Ascensão do Senhor é um acontecimento. É o último momento de Jesus no mundo junto aos apóstolos. É a volta de Cristo ao Pai. Ele foi fiel e cumpriu a vontade de Deus, dando-nos a salvação. Cabe a nós aceitá-Lo e tomar posse desse grande presente.

Aqui, na Ascensão de Jesus, a comunidade tem a resposta da segunda vinda de Cristo, fica na expectativa e em Missão. Quando Jesus subia, os anjos de Deus nos chamam atenção e nos dizem: esse Jesus que subiu virá na glória e com poder para julgar a todos conforme as obras que fizemos. Não é preciso saber a data desta Sua volta, mas sim o que devemos fazer para que o Reino de Deus transpareça e que um dia Deus possa voltar.

Agora, a missão dos discípulos e nossa vai até os confins da terra. Não terá limite e barreira para Deus. Que Ele seja conhecido e vivido na nossa vida de escuta e de prática da Palavra que salva.

O Espírito Santo vem. É Ele que dá força ao testemunho dos apóstolos, como hoje. Se nós estivermos sozinhos, não fazemos nada, mas em comunidade, com a força do Espírito Santo, somos animados a mudar as estruturas injustas que não deixam a vida acontecer para todos (Cf. At 1, 1-11).

É uma festa e nos enche de alegria ver Jesus indo para o céu, onde um dia estaremos também lá. Porém, não podemos ficar nesse êxtase, mas colocarmos em “estado permanente de missão”, sempre a caminho, porque temos muito para fazer e realizar aqui. Há muitas estruturas de morte que devem ser transformadas em vida nova.

Agora, o Mistério Pascal está completo (Paixão... Ressurreição... Ascensão... e Pentecostes...). O céu é um estar com Deus. Os 40 dias que Jesus ficou depois da sua Ressurreição é um numero simbólico. Significa um tempo necessário de preparação para que os apóstolos possam abraçar a missão.

Ascensão é um convite para nós seguirmos os passos de Jesus. Olhando para o futuro, nós colocamos os pés no presente para realizar o projeto de salvação da humanidade que não conhece Cristo. Se conhecermos Cristo, nós somos livres. O Espírito Santo e a Igreja vão dar impulso para a difusão da mensagem de Cristo a todas as gentes (Cf. Ef 1, 17-23).

O Evangelho de Lucas termina com o episódio da ASCENSÃO (Lc 24, 46-53). Na despedida, Jesus define a MISSÃO dos discípulos no mundo. Ao contrário dos "Atos", Ressurreição, Aparições e Ascensão são colocadas aqui, em Betânia, no mesmo Dia da Páscoa, o que parece mais correto do ponto de vista teológico: Ressurreição e Ascensão são apenas formas humanas de falar da passagem da morte à vida definitiva junto de Deus.

Assim, somos movidos pela esperança, somos encorajados pelas Palavras de Cristo que vive para sempre. A alegria do serviço se dá na disponibilidade de trabalhar incansavelmente para que o Reino Deus seja implantado no nosso meio. Que cada cristão seja despojado, viva o espírito fraterno numa convivência harmoniosa em busca do bem comum. Que ninguém fique excluído da mesa da vida que vem da Palavra de Deus e da Eucaristia. Esta nos compromete a transformar o mundo e a cristianizá-lo para formarmos uma a Grande Família de Deus.

A Igreja nos exorta: precisamos difundir a Palavra de Deus por todos os meios possíveis. Não podemos segurar a Palavra de Deus. Ela deve ser anunciada sempre. Que a comunicação seja a onda que não fique parada, mas que esteja ao alcance de todos. O Apóstolo Paulo, considerado um dos maiores comunicadores do Cristianismo, revela na Carta aos Romanos (Cap. 10), que comunicar é a condição para que as pessoas creiam.

A Igreja Católica diz que o primeiro areópago dos tempos modernos é o mundo das comunicações que está unificando a humanidade, transformando-a, como se costuma dizer, em uma aldeia global (Cf. JOÃO PAULO II, Redemptor Missio. Encíclica sobre a validade permanente do mandato missionário, n. 37).


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 03 de agosto de 2010

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