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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

“Mozart ensina uma ‘consoladora’ relação com a morte”

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A morte é um enigma para toda pessoa humana, é uma experiência individual de cada ser vivo. Nós sentimos o evento “morte” no outro e este nos traz saudades. Aqueles que convivemos e que marcam a nossa vida e nossa história. Jesus, diante da morte do outro, sempre teve compaixão como Ele teve pela morte do filho único da viúva de Naim (Cf. Lc 7, 11-16), de se seu amigo Lazaro (Cf. Jo 11, 1-43). Jesus, também diante da sua morte, Ele expira dizendo: tudo está consumado e em tuas mãos entrego o meu Espírito (Cf. Lc 23, 44-49).

Pela sua obediência ao projeto de Salvação do Pai, Jesus se entrega de modo admirável e, na cruz, mostra todo o seu amor ao ser humano. O sepulcro não reterá o corpo de Jesus. Ele ressuscita e vive para sempre e nos dá a possibilidade da vida eterna se crermos n’Ele, e também a fazermos a vontade de Deus, mesmo que estivermos mortos, ressuscitaremos como Ele um dia (Cf. Jo 11, 25-26).

Em um concerto em que se interpretou o Réquiem no CASTEL GANDOLFO, quarta-feira, 08 de setembro de 2010 (www.zenit.org), Wolfgang Amadeus Mozart ensina, com sua obra musical, que a morte é “como uma chave para atravessar a porta para a felicidade”, explicou Bento XVI na tarde dessa terça-feira, ao participar de um concerto em que se interpretou o Requiem do “sumo músico” de Salzburgo. O pontífice, confessando que, desde a infância sua vida está ligada, de maneira particular, à música de Mozart, explicou como, para o compositor, a morte não é algo que provoca medo, mas uma certeza “consoladora” (notícia tirada do site www.zenit.org em 11-09-2010).

O Papa tomou a palavra ao final do concerto em que a Orquestra de Pádua e de Vêneto e o coro “Academia da voz”, de Turim, interpretaram a Missa de Requiem em ré menor K 626, no pátio da residência pontifícia de Castel Gandolfo, como homenagem da Academia Pontifícia das Ciências ao pontífice. Falando do compositor austríaco, o Papa confessou: “cada vez que escuto sua música, não posso deixar de voltar com a memória à minha igreja paroquial, onde, quando era pequeno, nos dias de festa, ressoava uma de suas ‘missas’: no coração sentia que me alcançava um raio da beleza do Céu, e esta sensação eu continuo a experimentar também hoje, toda vez que escuto esta grande meditação, dramática e serena, sobre a morte”.

“Em Mozart, tudo está em perfeita harmonia, cada nota, cada frase musical; é assim e não poderia ser de outra maneira; inclusive os opostos ficam reconciliados, é a mozart'sche Heiterkeit, a 'serenidade mozartiana' que tudo envolve, a cada momento”. “É um dom da Graça de Deus”, disse o Papa, “mas é também o fruto da fé viva de Mozart que, especialmente na música sacra, consegue refletir a resposta luminosa do Amor divino, que dá esperança, inclusive quando a vida humana é lacerada pelo sofrimento e a morte” (notícia tirada do site www.zenit.org em 11-09-2010).

O Papa citou a última carta que Mozart escreveu a seu pai, Leopold, datada de 4 de abril de 1787, em que dizia: “desde algum tempo, alcancei tanta familiaridade com esta amiga sincera e sumamente querida do homem [a morte], que sua imagem já não só não tem nada de aterrador, mas que me parece inclusive muito tranquilizante e consoladora! E dou graças a Deus por me ter concedido a sorte de ter a oportunidade de reconhecer nela a chave de nossa felicidade” (notícia tirada do site www.zenit.org em 11-09-2010).

“Não me deito nunca sem pensar que no dia seguinte talvez já não estarei”, acrescentava o grande músico. “E, no entanto, ninguém que me conhece poderá dizer que eu seja triste ou de mau humor. E, por esta sorte, dou graças todo dia ao meu Criador e a desejo de todo coração a cada um de meus semelhantes”. Neste escrito, o Papa percebe “uma fé profunda e simples, que aparece também na grande oração do Requiem e nos leva, ao mesmo tempo, a amar intensamente as vicissitudes da vida terrena como dons de Deus e a nos elevarmos acima delas, contemplando serenamente a morte como uma chave para atravessar a porta para a felicidade”.

Por isso, concluiu o pontífice, “o Requiem de Mozart é uma elevada expressão de fé, que reconhece o caráter trágico da existência humana e que não oculta seus aspectos dramáticos, e por este motivo é uma expressão de fé propriamente cristã, consciente de que toda a vida do homem está iluminada pelo amor de Deus” (notícia tirada do site www.zenit.org em 11-09-2010).

Diante da morte, ausência da vida, nós ficamos no silêncio profundo nesse mistério que só vamos entender e compreender se estivermos ligados a Cristo na fé e na coerência de vida, na ação e na vivência cristã, onde os valores do Evangelho sejam encarnados na nossa vida e dizer como São Paulo: não é eu mais que vivo, mas Cristo que vive em mim (Cf. Gl 2, 20). Desse modo, quem ilumina esta vida, e na eternidade, é Cristo. Em Jesus, temos vida em abundância (Cf. Jo 10, 10) e Ele nos dá coragem para sermos defensores da vida sempre. Que a música seja também o alimento do nosso ser para o nosso bem.


Bacharel em Teologia pela Pontificium Athenaeum S. Anselmi de Urbe (Roma/Itália) e Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História e Pedagogia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 11 de setembro de 2010

ACESSE
www.zenit.org

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