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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O silêncio nos ajuda a encontrar Deus

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

No nosso mundo, existe uma correria sem fim. Todos têm pressa. Cada um leva dentro de si anseios, preocupações, ansiedades e a busca de realizações. Nesta agitação do dia-a-dia, a pessoa não tem tempo para si, para o outro e nem para Deus. O coração fica inquieto e assim se estressa e entra em conflito que gera depressão. Não tem tempo para a pausa, relaxar e entrar em um clima de oração e intimidade com Deus.

O Papa reconheceu junto aos peregrinos, no dia 25 de agosto - muitos dos quais não puderam aceder ao pátio interior por falta de espaço -, sua predileção pelo santo bispo de Hipona, ao lado de São José e São Bento, de quem leva o nome. “Santo Agostinho, que tive o grande dom de conhecer, por assim dizer, muito de perto, através do estudo e da oração”, tornou-se “um bom ‘companheiro de viagem’ na minha vida e no meu ministério”, disse.

Esse santo foi “um homem que nunca viveu com superficialidade; a sede, a busca inquieta e constante da Verdade é uma das características fundamentais de sua existência”. “Não, porém, das ‘pseudoverdades’ incapazes de levar paz duradoura ao coração, mas daquela Verdade que dá sentido à existência e é “a morada” em que o coração encontra serenidade e alegria”.

O caminho de vida de Agostinho, recordou o Papa, “não foi fácil, nós sabemos: pensava em encontrar a Verdade no prestígio, na carreira, na posse das coisas, nas vozes que lhe prometiam felicidade imediata”. Ele “cometeu erros, atravessou a tristeza, enfrentou insucessos, mas nunca parou, nunca se satisfez com aquilo que lhe dava apenas um vislumbre de luz; soube perscrutar o íntimo de si e percebeu, como escreve nas Confissões, que aquela Verdade, que o Deus que buscava com suas próprias forças era mais íntimo de si que ele próprio”.

Segundo Bento XVI, “Santo Agostinho compreendeu, em sua busca inquieta, que não era ele quem havia encontrado a Verdade, mas a própria Verdade, que é Deus, tinha-o buscado e encontrado”. Bento XVI citou uma virtude de Agostinho como exemplo para os homens e mulheres de hoje: a capacidade de fazer silêncio. Trata-se de “uma ideia fundamental no caminho para a Verdade: as criaturas devem silenciar, deve prevalecer o silêncio, em que Deus pode falar”.

“Isso é verdade ainda mais em nosso tempo: há uma espécie de medo do silêncio, do recolhimento, do pensar as próprias ações, do sentido profundo da própria vida, frequentemente se prefere viver o momento fugaz, iludindo-se de que traz felicidade duradoura, prefere-se viver assim pois parece mais fácil, com superficialidade, sem pensar; há medo de buscar a Verdade ou talvez haja medo de que a Verdade seja encontrada, que agarre e mude a vida, como aconteceu com Santo Agostinho”.

Seguindo a trilha de Santo Agostinho, o Papa convidou todos, também “os que vivem um momento de dificuldade no seu caminho de fé, os que participam pouco da vida da Igreja ou os que vivem ‘como se Deus não existisse’”, a que “não tenham medo da Verdade, não interrompam o caminho para ela, não deixem de buscar a verdade profunda sobre si e sobre as coisas, com os olhos interiores do coração”.

Assim estas palavras do papa nos fazem ver que Deus produz maravilhas na vida daqueles que querem se encontrar e vivenciar a experiência da presença de Deus nas suas caminhadas. Desse modo, os cristãos devem procurar o caminho que leva a luz e abrir o coração a Deus que ama e devem procurar deixar ser amado por Ele. Não tenhamos medo de estar com Deus na oração e na intercessão dos Santos para chegarmos ao céu com mãos cheias de boas obras feitas aqui na terra.

“O ser humano é uma centelha da perfeição e, assim, basta desenvolver-se pela fé; o restante virá pela iluminação divina” (Santo Agostinho)


Bacharel em Teologia pela Pontificium Athenaeum S. Anselmi de Urbe (Roma/Itália) e Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História e Pedagogia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 28 de agosto de 2010

ACESSE
www.zenit.org

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