A Igreja celebra nesta quinta-feira
(07/06) a Festa de Corpus Christi ou Corpus Domini. O Sangue e o Corpo de
Cristo que selou para sempre a nova aliança e nos faz compreender o Sacrifício Salvífico
de Cristo. Um Deus que se deixa morrer para dar vida a todos. Ele ressuscita e
ainda nos dá um presente salutar que é o seu próprio corpo e sangue como comida
e bebida que nos habilita para o céu. Como o próprio Jesus nos fala, quem come
o meu corpo e bebe o meu sangue tem a vida eterna.
A liturgia bíblica nos faz vivenciar a
Eucaristia, o sacramento da Nova e Eterna Aliança. Agora a Antiga Aliança dá lugar
para a nova em Cristo, em cada missa que participamos e celebramos.
No Livro do Êxodo, vemos o Povo de Deus
selando a aliança com Ele, com o sangue aspergido do sacrifício feito para
celebrar a saída do Egito, da aliança que Deus faz com ele, a entrega da Lei e
a Palavra de Deus que o exorta para serem fieis, pois Deus é fiel. Há aqui a
comunhão do Povo com Deus, o altar é sinal que Deus está com seu povo através
do sangue derramado Nele e aspergido sobre o povo.
Os dez mandamentos são leis da vida de
família, de propriedade e respeito que vão ser importantes para a comunidade e a
harmonia do Povo. Embora esse povo fosse desobediente, Deus nunca volta atrás e
faz uma aliança para sempre conosco em Cristo. Cabe a cada um de nós aderirmos
plenamente a Deus e não praticar nada que destrua a vida e a dos outros (cf. Ex
24, 3-8).
Na Carta aos Hebreus, nós somos exortados
para a Verdade Absoluta no sangue derramado de Jesus na cruz que marcou e selou
para sempre a aliança conosco. Deus faz um pacto com a humanidade e a quer
renovar todas as suas dimensões. Por isso não podemos ficar presos às coisas mundanas,
que nos atrapalham a ter comunhão com Deus.
Não podemos jamais sair do bem para
viver o mal que nos escraviza e nos deixa só e sem liberdade. A Eucaristia é o
sacrifício de Cristo, sempre renovado para a salvação da humanidade (cf. Hb 9, 11-15).
O Evangelho apresenta as
características essenciais do Sacrifício de Cristo. Jesus se entrega por todos
e atualiza para sempre aliança de Deus com a humanidade. O seu sangue vitaliza
a Igreja e a faz resplandecer no amor de Cristo por nós. Somos salvos em
Cristo. O amor de Jesus se faz presente no Pão que
alimenta e nos regenera para a vida eterna.
O cristianismo se faz na solidariedade,
no amor-doação e no perdão. A partilha e a generosidade são consequência da
nossa participação na Eucaristia. Jesus nos quer comprometido com a sua Igreja
que transforma a realidade de morte para realidade de vida.
Em uma sociedade materialista e
individualista, isso entra em confronto com a Eucaristia, que é o sacramento do
amor total de um Deus que não se isola, mas se torna presente em cada um, que
constrói uma sociedade justa, de irmãos e irmãs.
Somos a Igreja do pão repartido e de uma mesa que todos
podem chegar e cear, pois Jesus é aberto a todos (cf. Mc 14, 12-16.22-26).
Seguir Jesus é se comprometer com os
mais necessitados, os doentes, os presos, os pobres, os desempregados, os que
são marginalizados e que carecem do amor e da fraternidade que a Eucaristia
traz a cada um de nós. Como disse o nosso santo padre, o papa Bento XVI, ano
passado, em Roma, capital italiana e sede do Vaticano.
“Quem reconhece Jesus na Hóstia
Santa reconhece-o no irmão que sofre, que tem fome e sede, que é forasteiro,
nu, doente, encarcerado; e está atento a cada pessoa, compromete-se, de modo
concreto, com todos aqueles que estão em necessidade. Do dom de amor de Cristo
provém, portanto, a nossa especial responsabilidade de cristãos na construção
de uma sociedade solidária, justa, fraterna”.
“Especialmente no nosso tempo, em que a
globalização torna-nos sempre mais dependentes uns dos outros, o
Cristianismo pode e deve fazer sim que essa unidade não se construa sem Deus,
isto é, sem o verdadeiro Amor, o que daria espaço à confusão, ao
individualismo, à opressão de todos contra todos”, comentou Bento XVI.
“O Evangelho procura sempre a unidade da
família humana, uma unidade não imposta do alto, nem por interesses ideológicos
ou econômicos, mas sim a partir do senso de responsabilidade de uns com relação
aos outros, porque nos reconhecemos membros de um mesmo corpo, do corpo de
Cristo, porque aprendemos e aprendemos constantemente do Sacramento do Altar
que a partilha, o amor é o caminho da verdadeira justiça”, pregou o nosso santo padre.
Amém!!!
José Benedito Schumann Cunha
Bacharel em Teologia
07-06-2012
HISTÓRIA MEMORÁVEL
Vê-se, na foto acima, ao fundo, o arcebispo metropolitano de Montes Claros, dom José Alberto Moura em conversa com descendentes de quilombo do Brejo dos Crioulos de São João da Ponte, Varzelândia e Verdelândia, Norte de Minas Gerais. Dom José Alberto foi o primeiro (arce)bispo de MOC a visitar este quilombo em 19 de janeiro de 2008, véspera do Dia de São Sebastião.
Após percorrer as terras das comunidades tradicionais, conversar e brincar com Dona Elizarda e Seu Papa (dois descendentes de quilombos respeitados, e falecidos recentemente), almoçar no local, presidir missa na capela de Santo Rei de Araruba (Terra de Santo), dom Alberto voltou à Montes Claros e foi presidir a missa do penúltimo dia da Festa do Padroeiro da Paróquia São Sebastião de Montes Claros daquele ano.
Ao Brejo, viajou a convite da Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Arquidiocese. Estavam em um automóvel gol. Alvimar Ribeiro dos Santos foi o motorista. É agente da Pastoral da Terra. Já trabalhou como pedreiro e ainda exerce o ofício em horas precisas. Conta que foram necessários 500 pedreiros para construir o Edifício Cidade Montes Claros, no centro da cidade.
Animadora das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) na região, a assistente social Sônia Gomes de Oliveira também esteve presente nesse dia.
Dom Alberto, na chegada à Paróquia Santo Antônio da Boa Vista de São João da Ponte, pediu para dar uma paradinha na casa paroquial para visitar o padre José Nonato dos Santos Alves, na época pároco dali.
Nenhum comentário:
Postar um comentário