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sábado, 16 de junho de 2012

Estado é chamado a reconhecer identidade da família, diz papa


A família é a célula-mãe da sociedade. Sem ela, vamos encontrar o caos social, moral, ético, religioso e político. A família é querida por Deus. Sendo ela importante, é preciso uma atenção muito especial do Estado, da Igreja e das instituições. Na família, as nossas crianças recebem os primeiros cuidados, a educação, o respeito aos valores tanto familiares, como os de cidadania e da própria religião.

Jesus nasceu em uma família. Lá aprendeu tudo: a educação, a oração em família e na sinagoga, o trabalho e pôde depois dar, com muita precisão, um elogio à sua formação, quando diz: minha mãe e meus “irmãos” (parentes) são todos que ouvem a palavra de Deus, cumprem os mandamentos e obedecem a Deus (cf. Lc 8, 19-21). É nas pequenas coisas que se fazem as grandes. O amor, a partilha, a ajuda mútua, o perdão e a prática da justiça fazem eco dentro da família e refletem em todos os lugares (1).

Depois de se reunir com os jovens crismandos neste sábado (02), o santo padre, o papa Bento XVI, teve um breve encontro com o cardeal Carlo Maria Martini, arcebispo emérito da Igreja Ambrosiana. Já às 17h (horário local), o santo padre dialogou com representantes das diversas autoridades institucionais, civis e militares, empresários e trabalhadores do mundo da cultura e da educação da sociedade milanesa e lombarda. 

 
No encontro, o sumo pontífice se utilizou de alguns ensinamentos de Santo Ambrósio para falar da importância da justiça e do amor no governo de uma nação (2).

O papa recordou que Santo Ambrósio disse uma vez que “a instituição do poder deriva tão bem de Deus que aquele que a exerce é ele mesmo um ministro de Deus” (Expositio Evangelii secundum Lucam IV, 29). Essas palavras, de acordo com o papa, indicam uma verdade central da pessoa humana, que é o fundamento próprio da convivência social: o fato de que nenhum poder do homem seja considerado divino, de forma que nenhum homem é dono de outro homem.

BentoXVI recorreu ainda a outros dois ensinamentos de Santo Ambrósio no que diz respeito às qualidades da pessoa que governa: a justiça e o amor à liberdade. O pontífice explicou que a justiça é uma virtude pública por excelência, porque diz respeito ao bem de toda a comunidade, mas enfatizou que isso não é o suficiente e é aí que entra o amor à liberdade, considerado por Santo Ambrósio como essencial para classificar um líder como bom ou mau.

“Liberdade não significa arbítrio do indivíduo, mas implica a responsabilidade de cada um. Está aqui um dos elementos principais da laicidade do Estado: garantir a liberdade para que todos possam propor sua visão da vida comum, sempre no respeito ao outro e no contexto das leis que buscam o bem de todos”, analisou o papa.

O bispo de Roma continuou dizendo que o Estado é “serviço e tutela da pessoa e seu bem estar”, a começar pelo direito à vida. Dessa forma, percebe-se que a legislação e a obra das instituições estatais devam estar, em particular, a serviço da família. “O Estado é chamado a reconhecer a identidade própria da família, fundada sobre o matrimônio e aberta à vida, e também o direito primário dos pais à livre educação e formação dos filhos, de acordo com o projeto educativo considerado por eles válido e pertinente. Não faz justiça à família, se o Estado não sustenta a liberdade de educação para o bem comum da sociedade”, considerou Bento XVI.

Ao citar esse papel do Estado diante dos cidadãos, o santo padre lembrou a colaboração com a Igreja nesse processo, não no sentido de confundir as atividades de ambos, mas para ver a contribuição que a Igreja ofereceu e pode oferecer para a sociedade com sua experiência, doutrina, tradição, instituições e suas obras com as quais se coloca a serviço do povo.

Antes de conceder sua Bênção Apostólica aos presentes, o papa citou o convite de Santo Ambrósio para que todos aqueles que queiram contribuir com a administração pública o façam com amor. Da mesma forma, governar com a razão, que move e estimula a atuação na vida pública e só pode ser a vontade de dedicar-se ao bem dos cidadãos. “Assim, a política é profundamente enobrecida, tornando-se uma elevada forma de caridade”, destacou. Depois do encontro com as autoridades civis, Bento XVI seguiu para a Festa dos Testemunhos, no Parque de Bresso.

Com as palavras do nosso papa, percebemos que o Estado deve zelar, com amor, pelas coisas públicas na prática da caridade e não deve se fechar em seus próprios interesses (particularizados).

Que a caridade seja a matiz de toda ação política que vise o bem de todos. A vida e os valores da família não podem ser colocados em segundo plano, pois correm o risco de desmoronar todo o edifício ético e moral da sociedade.

A Igreja sabe do seu papel de evangelizar. Ela colabora com as instituições que valorizam a família, a vida e a educação. O estado tem o seu papel de administrar bem as coisas públicas e dar garantias para o exercício democrático de todas as instituições.

Cada governante eleito democraticamente deve servir a todos, sem privilégios ou regalias para alguns setores. Todos são responsáveis para o bem comum e ajudam na construção de uma sociedade fraterna, humana e justa para todos (1).

(1) Reflexão feita por
José Benedito Schumann Cunha
Bacharel em Teologia


02-06-2012

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