A
liturgia nos coloca dentro do mistério salvífico de Cristo. Celebramos hoje o
10º Domingo do Tempo Comum, que é a oportunidade de conhecer Deus na história
da humanidade. Deus está no meio de nós e a sua presença denuncia o Mal, que é
ausência do Bem. O mal e a violência que nos deparamos no mundo de hoje não vêm
de Deus, pois Deus é sempre bom. Então por que existe tanta crueldade no nosso
meio?
A
resposta é simples: porque há muita omissão e falta de amor mútuo entre as
pessoas. Sabemos que o pecado é a causa de todos os males no mundo, pois ele
nos afasta do bem e de Deus e faz com que pratiquemos o que é mal ao nosso redor,
trazendo sofrimento e dor. Quando nos afastamos de Deus, entramos no círculo do
egoísmo, da vaidade humana e das paixões desenfreadas que levam à violência e à
decadência da pessoa humana.
No
Livro do Gênesis é narrada a criação e é mostrado que Deus fez tudo de bom para
que o homem e a mulher vivessem em harmonia consigo e com todo o universo
criado. As coisas erradas e o mal não foram causados por Deus. Deus queria uma
relação de comunhão e liberdade recíproca consigo e com todos.
Aí têm a figura da serpente que seduz a mulher para a
desobediência e leva também o homem consigo. Essa desobediência foi dizer não à
vida que produziu o fruto amargo da separação e desarmonia entre si e com tudo
que existia. Assim, a morte entra e nos faz afastar de Deus. Por si, a pessoa humana
não pode ir ao encontro de Deus, porque o pecado a fragiliza e a deixa fraca.
Então
Deus é quem vai tomar a iniciativa de restaurar a comunhão que foi perdida pelo
homem e pela mulher. Vai ser um caminho longo. Temos a esperança!!! A mulher
vai esmagar a serpente, pois ela será a mulher corajosa que responde plenamente
a Deus, permitindo que Deus entre na história da nossa salvação. O que foi
desobediência que causou a morte agora vai trazer a obediência que vai trazer a
vida eterna (cf. Gn 3, 9-15).
Na
Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios nos é mostrado Paulo falando à
comunidade de Corinto que se coloca ao serviço do Reino com os dons partilhados
e não omite de expor os motivos do sofrimento com paciência, pois a sua vida
está na esperança da ressurreição gloriosa e na fé em Cristo no prêmio do céu.
Somos
cidadãos do céu que caminham na terra, trabalhando pela causa do Bem e da Justiça
de Deus entre nós. Deus nos dá uma morada que não é feita por mãos humanas, mas
fruto da obediência de Cristo para nós. Sabemos em quem colocamos a nossa esperança
e ela está em Cristo Vivo (cf. 2 Cor 4, 13-5,1).
O
Evangelista Marcos fala da família e dá um elogio a ela, pois foi numa família que
Jesus foi criado aprendeu a orar, a escrever, a trabalhar e a obedecer também a
Deus. O episódio da família, chamando Jesus para levá-Lo, mas Ele não vai e ainda
exorta a todos que a sua família é aquela que ouve a Palavra de Deus e a prática
na obediência.
Agora
não é apenas a família Dele. Quando Ele faz esta consideração, estava
confirmando o que Ele aprendeu no convívio da sua Família de Nazaré. Então, meus
irmãos e minhas irmãs, é na família que somos catequisados e aprendemos os
valores humanos, sociais, cristãos e de cidadania.
Lá
temos os primeiros educadores da nossa fé, que se aperfeiçoa no convívio da
comunidade cristã que participamos. Jesus não provoca a divisão e é por isso
que Ele nos une. Uma família dividida entre si é condenada à destruição (cf. Mc
3, 20-35).
Jesus
nos ensina que a família cresce na obediência à vontade de Deus. Hoje somos a Família
de Jesus porque fazemos parte da Igreja que é mãe e mestra. Aqui temos o
convívio de todos ao redor da mesa da Palavra e da Eucaristia que nos anima na
construção do Reino. Somos tijolos vivos que faz a Igreja resplandecer como
esposa fiel de Cristo. Que cada um de nós saia desta liturgia convicto de que
somos parte da Família de Nazaré que ouve a voz de Deus pela Igreja de Cristo,
guiada por Pedro, que hoje é o nosso papa Bento XVI, e quer vivenciar, na vida
de família, de sociedade e de comunidade, os valores cristãos que trazem
libertação e vida em abundância para todos.
Amém!
José Benedito
Schumann Cunha
Bacharel em
Teologia
09-06-2012
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