A
Igreja é defensora da família, pois ela é a base de uma sociedade que quer ser
livre e bem sucedida. A família sofre no mundo de hoje e está ameaçada por
diversos fatores. Muitas vezes, o salário
do pai é insuficiente para manter a família e precisa da mãe trabalhar,
enquanto isso os filhos, muitas vezes, ficam sem a presença deles na educação e
na formação. Sabemos que eles sãos os primeiros responsáveis pela
transmissão dos valores sociais, educativos, morais, éticos
e espirituais (1).
A
solenidade litúrgica da Santíssima Trindade é celebrada pela Igreja nesse
primeiro domingo do mês (03/06). Durante a Missa no Parque Bresso, em Milão, Itália,
nesta manhã, o papa Bento XVI explicou que esta solenidade “convida-nos a
contemplar este mistério, mas impele-nos também ao compromisso de viver a
comunhão com Deus e entre nós segundo o modelo da comunhão trinitária”. “Somos
chamados a acolher e a transmitir, concordes, as verdades da fé; a viver o amor
recíproco e para com todos, compartilhando alegrias e sofrimentos, aprendendo a
pedir e a dar o perdão, valorizando os diversos carismas sob a guia dos
Pastores”, destacou Bento XVI aos quase um milhão de fieis e peregrinos
reunidos ali e que participam do 7º Encontro Mundial das Famílias (2).
Assim
como a Igreja, ressaltou o sumo pontífice, a família fundada no matrimônio
entre o homem e a mulher é chamada a ser imagem do Deus Uno em Três Pessoas.
“Deus criou o ser humano, homem e mulher, com igual dignidade, mas também com
características próprias e complementares, para que os dois fossem dom um para
o outro, se valorizassem reciprocamente e realizassem uma comunidade de amor e
de vida. O amor é o que faz da pessoa humana a autêntica imagem de Deus”,
disse. O santo padre salientou aos esposos que na vivência do matrimônio não é
dado qualquer coisa ou alguma atividade, mas a vida inteira. E o amor deles
deve ser fecundo, antes de mais nada, para eles mesmos, porque desejam realizar
o bem um do outro, experimentando a alegria do receber e do dar. E é fecundo
também na procriação generosa e responsável dos filhos (2).
“A
vossa vocação não é fácil de viver, especialmente hoje, mas a realidade do amor
é maravilhosa, é a única força que pode verdadeiramente transformar o mundo”,
destacou Bento XVI. O papa indicou então para as famílias caminhos para crescer
no amor: manter um relacionamento perseverante com Deus e participar na vida
eclesial, cultivar o diálogo, respeitar o ponto de vista do outro, estar
disponíveis para servir, ser paciente com os defeitos alheios, saber perdoar e
pedir perdão, superar com inteligência e humildade os possíveis conflitos, concordar
com as diretrizes educacionais, estar abertos às outras famílias, atentos aos
pobres, ser responsáveis na sociedade civil (2).
Bento
XVI dedicou ainda uma palavra aos fieis que, embora compartilhando os
ensinamentos da Igreja sobre a família, estão marcados por experiências
dolorosas de falência e separação. “Sabei que o papa e a Igreja vos apoiam na vossa
fadiga. Encorajo-vos a permanecer unidos às vossas comunidades, enquanto almejo
que as dioceses assumam adequadas iniciativas de acolhimento e proximidade”,
afirmou. “A família, o trabalho e festa”, este é o tema central deste 7º
Encontro Mundial das Famílias, que terminou no domingo (03/06). Para o santo padre,
estes são três dons de Deus, três dimensões da vida que devem se encontrar em um
equilíbrio harmonioso. “Harmonizar os
horários do trabalho e as exigências da família, a profissão e a maternidade, o
trabalho e a festa é importante para construir sociedades com um rosto humano”,
disse. Nisto, o papa pediu aos fieis que privilegiem sempre a lógica do ser sobre
a do ter, pois a primeira constrói e a segunda acaba por destruir. “É preciso
educar-se para crer, em primeiro lugar na família, no amor autêntico”, concluiu
(2).
Com
as palavras do papa, somos advertidos para buscarmos o equilíbrio das tarefas
da família com o trabalho. De modo algum, o acúmulo ou obter mais deve ter a
supremacia em relação ao ser humano. A sociedade não pode jamais faltar à
valorização da família, pois ela indo bem toda a estrutura social vai bem. Cada
vez mais, devemos nos espelhar na Família de Nazaré, na sua simplicidade e no
aconchego do lar onde cresceu Jesus e, lá, ele aprendeu a orar, a respeitar a
família, o trabalho e pode se desenvolver em estatura, graça e sabedoria diante
de Deus e dos homens. Que cada família possa encontrar a harmonia de suas atividades
com a dos seus filhos e que Deus seja a luz e a meta de suas ações (1).
(1) José
Benedito Schumann Cunha
Bacharel em
Teologia
(clique no título e leia
a notícia)
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