O Ocidente parece estar brincando
com a Síria
O patriarca católico de Antioquia
afirma que os países ocidentais vendem armas a "bandidos e
criminosos", e não à oposição. 05.09.2013
“Queridos irmãos e irmãs, nada poderá substituir a paz e a concórdia entre
os povos e nações. Isso se consegue se
todos abrissem o coração para o dialogo e entendimento. As armas devem ser
transformadas em primavera de flores que embelezam e enfeitam a natureza e nos
faz em contemplar a bondade de Deus para conosco. As nações devem lutar para a
paz, mas com diplomacia e sem a ganancia da supremacia de poder e sede pelas benesses
que ele traz. O bem tem que ser a primeira Lei e o amor deve ser a nossa marca
de distinção como ser humano. Oremos nesse dia com toda a Igreja e com o mundo,
pois a Paz é possível se formos humildes e favor da vida sempre.” (Jose Benedito
Schumann Cunha)
O patriarca católico de Antioquia, com sede em Damasco, Gregorio III
Laham, mostrou-se contrário a uma intervenção militar e se uniu ao apelo do
Papa Francisco: "Não mais guerra!".
Em uma interessante entrevista publicada por Paginadigital.es, o
patriarca explica que "a Europa poderia fazer mais para resolver os
problemas da Palestina, ao invés de criar mais desconcerto na Síria. Nós, os
sírios, já somos vítimas, e o país já é um inferno, sem necessidade de uma
intervenção para piorar mais a situação".
Na entrevista, Gregório III Laham manifesta sua preocupação pelo que
possa ocorrer se levarem a cabo os planos de Obama: "Haverá ainda mais
vítimas e teremos uma guerra regional que envolverá o Líbano, onde já há
milhões de refugiados sírios".
E acrescenta: "Todo o Oriente Médio está em chamas, está se
transformando em um inferno".
Muito crítico diante da intervenção dos EUA, o patriarca católico
convida Obama a "ficar em sua casa"; e mostra que, "se o
Ocidente e os demais países estrangeiros deixarem de interferir nas nossas
questões internas, a situação voltará a melhorar. Na Síria, cristãos e
muçulmanos, xiitas e sunitas, viveram pacificamente durante mais de 1.400
anos".
Para Gregório III Laham, grande parte da culpa do que ocorre agora na
Síria é de países como o Reino Unido, a França e a Bélgica, que "financiam
grupos armados presentes no nosso país, enquanto bastaria com que as potências
estrangeiras deixassem de dividir o povo sírio".
"O verdadeiro problema são os financiamentos que não se dirigem à
oposição política, mas a bandidos e criminosos do mundo inteiro e que chegam à
Síria para fazer a guerra", comenta.
A Conferência de Genebra 2 é a solução defendida pelo patriarca, que
explica: "O governo sírio sempre esteve disposto a dialogar e a participar
da Conferência de Genebra".
"O motivo pelo qual as negociações não ocorreram é a falta de uma
oposição unida e com um programa claro. Os grupos armados tiveram prioridade
sobre qualquer outra forma de dissidência, e assinar um acordo de paz com Al
Qaeda seria impossível para qualquer governo", explica.
Finalmente, a iniciativa do Papa Francisco de um dia de jejum e oração
foi qualificada por ele como "magnífica". O patriarca comentou que
"o meu patriarcado está preparando uma carta aos fiéis greco-católicos do
mundo inteiro para pedir-lhes que participem da oração e do jejum organizados
pelo Papa Francisco".
"Todas as igrejas sírias são convidadas a unir seus esforços e a
acolher os fiéis, das 19h à meia-noite, para permitir-lhes rezar e cantar pela
paz", concluiu.
Fonte: http://www.aleteia.org/pt
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