Um
de cada dois adultos participou dos atos públicos
Um
de cada dois nicaraguenses participou dos atos públicos que se realizaram neste
país com João Paulo II, em 4 de março passado.
Em
tratores, camionetes, trens, ônibus, caminhões e veículos particulares, 810 mil
nicaraguenses, a terça parte da população, chegaram até Leon e Manágua,
coordenados por uma comissão composta de autoridades do Vaticano e civis.
De
acordo com o informe fornecido por René Nuñes, secretário dessa entidade, desde
a meia noite do dia três de março, 200 mil pessoas de diferentes regiões
colocaram-se a caminho de Leon.
No
dia seguinte, 3.507 veículos de diversos tipos, incluindo a quase totalidade do
transporte coletivo urbano, transportaram quase 700 mil nicaraguenses até os
arredores da Praça 19 de julho para assistirem à missa oficiada pelo papa.
Segundo informações preliminares da comissão mista, o Estado gastou 10 milhões
de córdobas (1 milhão de dólares) na mobilização de veículos, 2 milhões e 700 mil de
córdobas (270 mil dólares) em propaganda e transmissões e 7 milhões e 400 mil de córdobas
(740 mil dólares) em estimativa das horas não trabalhadas, pois se dispensou do
trabalho meio dia de quinta e sexta-feira. Ainda não se calculou a estimativa
na produção agrícola.
Também
se gastaram 20 mil dólares no transporte aéreo do papa e seu séquito até Leon
em dois helicópteros MI 8, um Alloutte e um Aviocar e outros 50 mil dólares na
instalação do sistema de som.
No
total, temos um gasto de 20 milhões e 800 mil de córdobas, equivalentes a 2.080.000
dólares.
De
acordo com informações extra-oficiais, consumiu-se em 24 horas o combustível
que o país consome em um mês.
Para
manter a ordem, trabalharam 8.720 policiais e membros das Milícias Populares e
para a segurança pessoal de João Paulo II foram destacadas 180 pessoas. A
comissão também se encarregou do transporte de centenas de jornalistas
estrangeiros, diplomatas e delegados dos partidos políticos nacionais.
Em
resumo, cada uma das 12 horas que o papa esteve na Nicarágua significou mais de
173 mil dólares.
Fonte: Caderno
de Educação Popular “A Igreja na Nicarágua Hoje: a versão sandinista sobre a
visita do papa (julho de 1983)”
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