POR Bruna Gomes
O amor espontâneo nasce como de um passe de mágica. A gente começa a
ter atitudes inconcebíveis para a razão cada vez mais científica e humana. A fé
nos impulsiona. Temos força física para enfrentar exércitos, a exemplo da Santa
Joana Darc. Não é uma fé baseada em preceitos religiosos. É uma fé real, tão
real que nos surpreende a nós mesmos. O problema é ter fé na sociedade contemporânea capitalista. Esta tudo dilacera.
As relações sociais passam a ser mecantilizadas. Alimento-me não porque
tenho fome, mas porque estou habituado a me alimentar exatamente naquele
horário. Rico se alimenta para saciar a sua ansiedade. Pobre se alimenta para
tentar saciar a sua imensa carência de fome. A rotina operacionalizada desgasta
tanto que não há amor e fé que resistam. Só se esses sentimentos estejam também
operacionalizados e mecânicos.
Bruna Gomes é
técnica em assistência social. Trabalha no Centro de Apoio Psicossocial (Caps) de
Campo Grande, no Matogrosso. Escreve para desabafar, pois, considera que a
literatura é melhor que a morte e a angústia na sociedade contemporânea
capitalista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário