A
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 completará 30 anos em
2018. Foi promulgada como um livro simples e com leis objetivas. Hoje é um
calhamaço devido às emendas, decretos e medidas ditas provisórias, mas que são
permanentes. É uma verdadeira colcha de retalhos de verbetes intraduzíveis para
a maioria da população brasileira. A Constituição do Povo Brasileiro, apelidada
de cidadã, não corresponde à realidade nacional, deturpa os fatos e permite
constantes brechas no papel oficial “caricato e burlesco” (Machado de Assis) através
de ações do Poder Executivo, do Poder Legislativo e do Poder Judiciário. Tudo
sempre dependerá da conveniência política da época eleitoral.
Em
uma entrevista de 49 segundos, a procuradora jurídica da Câmara Municipal de
Uberlândia, Triângulo Mineiro, Alice Ribeiro, branca, loira e em trajes
femininos, agrediu o repórter da TV Bandeirantes, Ricardo Martins, depois de perguntas
diretas e sem rodeios. “A questão pode ser legal, mas de certa forma também não
é imoral diante da situação que a gente passa no país?”, questiona o jornalista
ao se referir ao aumento de salário dos vereadores da maior cidade da região em um instante de crise econômica e arrocho salarial.
“Se
você acha a Constituição Federal imoral, problema seu”, responde secamente a
procuradora. “A senhora tá com algum problema comigo, particular”,
surpreende-se o jornalista com a resposta. “Nunca lhe vi”, declara a mesma. “Por
que esse questionamento dessa maneira?”, permanece com sua resiliência o
trabalhador da notícia. “Porque... você é capcioso”, adverte a procuradora. “Eu
sou capcioso. Eu só fiz uma pergunta para a senhora. A senhora é que está...”.
O jornalista é interrompido.
A
procuradora tenta violentá-lo ao declarar raivosamente: “Te processo,
ordinário! Não se atreva, viu?!”. O jornalista ainda pergunta, incrédulo: “O
que que aconteceu?”. Com o dedo em riste, a procuradora ameaça, porém não tem
coragem suficiente de prosseguir suas acusações. A segurança chega e acalma a
procuradora. Esta se retira do recinto. “Este foi o final da nossa entrevista
coletiva que foi marcada com o presidente...”, termina bruscamente o vídeo.
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