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"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

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domingo, 20 de junho de 2010

Com Maria, mãos que educam

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Queridos irmãos e irmãs em Cristo,

Deus se solidariza com os mais necessitados e nos chama a ter solidariedade aos que mais precisam. Se olharmos a História da Salvação, narrada nas páginas da Bíblia, na tradição da Igreja e na vida dos santos, percebemos como os pobres são despojados de si e lançam-se para a ajuda mútua aos mais sofredores.

Podemos citar alguns exemplos. Hoje ouvimos que a viúva de Serepta tinha pouca farinha e azeite. Isto quase não era suficiente para ela e seu filho fazer o pão. Mas, ao hospedar o homem de Deus, chamado Elias, teve que servi-lo primeiro. Mesmo assim, não faltou nada naquela casa (Cf. I Reis 17, 7-16).

Quando Jesus nasceu, os primeiros que acolheram a Boa Notícia, dada pelos anjos, foram os pobres pastores e eles foram onde estava Jesus, ainda Menino Deus, pobre, em uma manjedoura (Cf. Lc 2, 8-20). Jesus é o Messias, justo e pobre que “anunciará a Paz a todas as nações, e o seu domínio irá de mar a mar, do Rio Eufrates até os confins da terra” (Cf. Zc 9, 9-10).

Jesus elogia os pobres em espírito e diz que deles é o Reino de Deus. O sentido teológico desta expressão significa o despojamento e a abertura de alma para ser participante da mensagem salvadora do Cristo Libertador. O Evangelista Mateus nos mostra Jesus que aconselha: sejamos sal da terra. Isto é, nós devemos ser pessoas sempre novas, que dão sabor bom a tudo que criam e que fazem este mundo ser mais fraterno, mesmo com todas as dificuldades impostas pela sociedade capitalista, que é esta onde vivemos na contemporaneidade.

Cristo ainda pede para que sejamos luz neste mundo para que a presença de Deus seja manifestada nas nossas atitudes de fé, de solidariedade, de partilha e de amor. Que todos possam ver as nossas boas obras e louvar Nosso Deus que sempre faz maravilhas e não nos decepciona. (Cf. Mt 5, 13-16).

O tema deste primeiro dia do Tríduo em preparação à Festa dos Sagrados Corações [11 de junho foi o Dia do Sagrado Coração de Jesus e encerrou o Ano Sacerdotal], é “Maria, mãos que educam”. Deus precisou de um sim de uma mulher que estava aberta à Graça de Deus. Ela se deixou conduzir pelo Espírito Santo. Não teve medo de se colocar nas mãos de Deus para ser a Mãe do Nosso Senhor. Ela é modelo de educadora. Pelas suas mãos, educou Jesus e deixou-se educar pela vontade divina.

Sabemos que educar é difícil, principalmente se a realidade for difícil, de obstáculos e preocupações. Maria é pessoa simples, mora em Nazaré, vive na humildade, em um mundo cheio de perseguições e preconceitos, como é o que vivemos hoje, apesar dos pré-conceitos estarem mais sob uma “bruma luminosa” publicitária. Mas, mesmo diante de tantas angústias e preocupações, Maria, Mãe da Igreja, soube acolher a mensagem cristã. Como na anunciação, ela soube que seria a Mãe de Jesus por obra do Espírito Santo (Cf. Lc 1, 26-38).

Na época do nascimento do Filho do Homem, ela não tinha onde dar a luz e, foi em um estábulo, onde seu filho pôde nascer (Cf. Lc 2, 1-7). Maria e José tiveram que fugir com Cristo recém-nascido para o Egito, devido à perseguição e matança dos inocentes por Herodes (Cf. Mt 2, 13-17). A preocupação dela e de José, na perda e alegria do encontro de Jesus no Templo, é que Ele mostra a Ela que Ele devia cuidar das coisas de Deus, seu Pai (Cf. Lc 2, 43-51).

Mas, ela tinha uma fé que não vacilava e transmitia-a a Jesus. Ele crescia em santidade, em estatura e em sabedoria (Cf. Lc 2, 52). Que lar abençoado onde só irradiava gratidão pelos dons que Deus concedia a eles. Jesus se abria para a missão porque Maria era a missionária que educa com a esperança de um Deus Salvador que olha e zela pelos pobres e humildes. Deus é sempre fiel. O seu Magnificat (Cf. Lc 1, 46-57) é retrato fiel da educadora que deixa o Mestre ensinar e ser ensinado por ela.

Augusto Cury, em sua obra “Maria, a maior educadora do mundo”, reforça-nos como esta mulher conseguiu, com um jeito especial, transformar uma criança em um verdadeiro homem de moral elevada e de sabedoria inigualável. A vida de Jesus de Nazaré, discutida por muitos, na visão do autor, teve triunfo graças à educação formada por Maria. Segundo esse autor, Maria é a mulher que não teve medo de mostrar ao seu filho a dura realidade da vida.

Uma jovem admirável que surpreendeu a muitos pela coragem de assumir com responsabilidade a capacidade de ensinar. Maria foi uma excelente educadora e os seus princípios que, na visão do autor poderiam influenciar na formação da educação dos filhos de hoje, são o grande desafio para educadores do mundo inteiro. Educar é buscar o conhecimento e transformá-lo em alimento para a vida, que acompanhará os que o receberem até os fins dos seus dias.

Que cada cristão possa encontrar na Escola de Maria a maneira singela e amorosa de mostrar e educar seu filho para a vida. Silenciosamente, Nossa Senhora nos mostra Jesus e nos ensina a ouvi-lo. É só Ele que tem A Palavra de Vida Eterna (Cf. Jo 6, 66-69) e é o Verdadeiro Caminho, Verdade e Vida (Cf. Jo 14, 1-14).

Sem as mãos de Maria, nós ficamos cegos, sem rumo e podemos ficar desnorteados e não ter o encontro com Cristo. Por Maria, também se chega a Jesus. Amém!

“Pauper et sedens super asinum et super pullum filium asinae.” (Cf. Zc 9, 9)

“Ele é pobre, vem montado num jumento, num jumentinho, filho de uma jumenta.” (Cf. Zc 9, 9)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

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