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"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

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quinta-feira, 24 de junho de 2010

Jesus é o bom pastor que cuida de suas ovelhas

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A Igreja se reúne em torno do altar onde celebra a Eucaristia que é o próprio Corpo de Cristo que é dado em alimento para nós e ao redor da mesa da Palavra que nos traz a Boa Notícia da Salvação. Cada Missa celebrada renova a nossa fé em Cristo, na sua Igreja e nos anima a assumir a irmandade solídária no irmão e na irmã humanos, formando “a grande família humana”, já dizia Dom Helder Pessoa Camara (1909-1999). As diferenças terminam no altar do Senhor.

A liturgia nos mostra Jesus o Bom pastor que cuida das ovelhas e tem um especial carinho para as que estão doentes, fracas e sem força. Ele conduz com segurança todas as ovelhas e não deixa ninguém fazer mal a elas. O pastor é aquele que vai à frente do rebanho para indicar o caminho que conduz às pastagens e às nascentes de água.

Ao olharmos o Antigo Testamento, encontramos a figura do pastor que cuida do rebanho. Podemos destacar alguns: Jacó, Moisés, Davi, etc. Israel, um povo escolhido, era sempre comparado a um rebanho, onde Deus toma conta e zelava por ele. O profeta Ezequiel afirma que o próprio Deus assumirá a condução do seu povo.

Ele porá à sua frente um Bom Pastor, que o livrará da escravidão e o conduzirá à vida. Essa promessa se cumpre em Jesus, que é o verdadeiro Pastor que dá vida pelo seu rebanho. No Livro dos Atos dos Apóstolos, vemos a pregação de Paulo e Barnabé, e a reação dos judeus e dos pagãos diante deles. Olhando para o lado dos judeus, percebe-se que eles se fecham, são ovelhas trancadas e que querem o monopólio de Deus e da verdade.

Por causa disso, são indiferentes as boas novas trazidas nas mensagens cristãs. Por outro lado, os pagãos recebem a pregação de Paulo e Barnabé com alegria e são atentos na mensagem salvadora de Cristo como ovelha que segue a voz do Pastor e se dispõem a segui-lo (Cf. At 13, 14.43-52). No Livro do Apocalipse de São João, nos é mostrada a meta final do rebanho, que é estar onde o seu pastor estar.

Jesus é o verdadeiro Cordeiro que será o Pastor por excelência e conduzirá a todos para fontes de águas vivificantes. Jesus é a fonte da vida. Lá não temos mais sede. Ele nos saciará sempre (Cf. Ap 7,9.14b-17). O Evangelista João mostra Jesus como Bom Pastor. Somente Ele pode nos conduzir a lugar seguro e levar a pessoa humana a pastagens verdejantes e a fontes cristalinas de onde brota a vida em plenitude.

Jesus conhece as suas ovelhas. Sabe o que elas precisam. Cuida de cada uma. Defende-as dos malfeitores. Elas não ficaram perturbadas e ninguém poderá arrancá-las da mão de Jesus. Muitos ficam perturbados diante das falhas de representantes da Igreja, das crises e confusões, que percebem nas comunidades. A Igreja não está confiada apenas nas mãos de pastores humanos...

Estes são apenas instrumentos, necessários e imperfeitos, do único Pastor que guia a Igreja e que sempre supre as falhas dos cristãos através do Espírito Santo. Podemos ter confiança na Igreja. Cristo nos garante. "Eu mesmo dou a vida para elas... e ninguém vai arrancá-las de minhas mãos...”. Jesus envia pessoas para ser instrumentos da sua Palavra: são padres, bispos, catequistas e agentes de evangelização.

Todos têm que seguir a mensagem genuína do verdadeiro Pastor, que é Cristo. Eles têm limites e imperfeições, mas, se deixarem ser conduzidos por Cristo, na força do Espírito Santo, terão êxito nas suas missões de servos d’Ele. Nós somos as suas ovelhas, devemos escutar a sua Palavra e confrontar com a nossa vida. Devemos seguir a voz de Cristo que traz a verdadeira liberdade.

Assim seremos famílias que educam seus filhos para a vida, operários que trabalham com honestidade, patrões que são justos nos salários aos seus empregados. E, por fim, cada cristão, como batizado, poderá testemunhar que crê no Cristo Ressuscitado que muda toda a realidade de morte em vida plena e abundante para todos. Seremos então pessoas novas que percorrem o caminho de Cristo, o Bom Pastor que não deixa ninguém excluído.

Cada cristão muda a si mesmo e a realidade em que vive. Desse modo, o mundo se torna mais fraterno e solidário. A luz brilha e as boas obras aparecem para dar testemunho que Cristo é Senhor da nossa história e da nossa vida. Podem ser discípulos do Bom Pastor também todos aqueles que, embora não conheçam Cristo, mas se sacrificam pelos pobres, praticam a justiça, a fraternidade, a partilha dos bens, a hospitalidade, a fidelidade, a sinceridade, a recusa à violência (Cf. Jo 10, 27-30).

“Oves meae vocem meam audiunt, et ego cognosco eas, et sequuntur me.” (Jo 10, 27)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 21 de abril de 2010

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