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Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

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terça-feira, 5 de outubro de 2010

A gratidão a Deus é sinal de amor a Ele

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A liturgia é um momento muito especial que temos, porque podemos louvar, agradecer e bendizer a Deus, que tudo de bom nos dá durante a nossa trajetória na terra rumo à morada definitiva no céu. Nós podemos sentir e vivenciar esse Deus que caminha na nossa história, juntamente como todos os irmãos e irmãs de caminhada.

A sociedade [capitalista] é marcada muitas vezes de interesses egoístas. Tudo parece comércio e, se temos dinheiro, tudo se compara e se paga. Por causa disso, a solidariedade e o amor gratuito parece desvalorizados. A liturgia nos apresenta qual é o pensamento de Deus na realidade vivida dos povos. No segundo Livro dos Reis, o profeta Eliseu, o homem de Deus, cura o leproso Naaman. Ele era o general sírio. Apresenta-se ao profeta para ser curado.

Eliseu, sem acolhê-lo, manda lavar-se sete vezes no Rio Jordão. O general humilhado está decidido a desistir e voltar para a sua terra... Mas, a comitiva insiste e ele obedece... e fica curado... Reconhecido, proclama sua fé no Deus de Israel e, como sinal de sua gratidão, leva consigo de Israel um pouco de terra, a fim de cultuar na própria terra o Deus verdadeiro (Cf. 2 Rs 5, 14-17). Para sermos curados, precisamos ser humildes e acreditarmos na ação de Deus, pois Ele é fiel e nos dá a graça que precisamos.

O apóstolo São Paulo, em meio aos sofrimentos e privações da prisão, agradece a Deus pelos favores recebidos, chegando a afirmar assim ele: “Estou algemado como um prisioneiro”. Mas, a Palavra de Deus não pode ser algemada (Cf. 2 Tm 2, 8-13). Não podemos deixar a missão de levar a boa notícia de Jesus a todos por causa dos obstáculos e maldades do mundo. Quem vai dar força para a missão é Cristo na força do Espírito Santo. A nossa alegria, a nossa gratidão e nossa esperança está em Cristo que nos anima sempre.

O Evangelista Lucas narra para nós a cura dos 10 leprosos. Eles eram discriminados, tinham que morar fora e não podiam ter contatos com os outros para não deixarem os sãos impuros tanto no corpo como nas relações religiosas. Sabendo que Jesus estava passando perto e ouvindo a manifestação do povo, eles gritam a Jesus de longe: "Jesus, mestre, tem compaixão de nós...".

Jesus se "compadece" e os manda se apresentarem aos sacerdotes, que eram os responsáveis para comprovar a cura e liberar a reintegração na Comunidade. Assim os 10 obedecem e, "no caminho", se veem curados, mas só um volta para agradecer... E era um samaritano, considerado estrangeiro e desprezado pelos judeus... Então, Cristo questiona: "Não foram 10 os curados? Onde estão os outros nove?" E, de modo categórico, Jesus fala: "Levanta-te e vai... TUA FÉ te salvou" (Cf. Lc 17, 11-19).

Todos que têm fé são curados. É uma caminhada que brota do nosso interior para fora. Não é uma fé intimista, mas cheio de confiança no Deus da Vida. Não podemos enganar, achando que as estruturas resolvem e nos vão dar segurança como fizeram os outros nove, mas é Cristo que tem o selo da nossa liberdade, porque Ele nos cura por inteiro. Somos livres porque temos um Deus que caminha conosco juntamente com todos os irmãos e irmãs que ajudam a construir já um Reino de Justiça, Amor, Partilha e Fraternidade para todos.

Amém!

“Et ait illi: ‘Surge, vade; fides tua te salvum fecit’.” (Lc 17, 19)


Bacharel em Teologia pela Pontificium Athenaeum S. Anselmi de Urbe (Roma/Itália) e Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História e Pedagogia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 10 de outubro de 2010

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