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Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Quem é de Cristo segue e vive o que ele fala

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A liturgia nos faz próximos de Deus e dos irmãos. Em cada celebração, nós somos transformados por Cristo e caem todas as máscaras que nós temos, que são as hipocrisias, o pecado, a auto-suficiência, o egoísmo, a ingratidão, a imoralidade e toda espécie de mal ou convivência e consentimento com a maldade reinante. Quem vai dar o rumo para a nossa vida é Cristo e a Palavra de Deus, que é a Bíblia. Ela é a luz que ilumina a caminhada dos que querem seguir Cristo.

Há exigência para o seguimento de Cristo. Melhor servir a Deus do que a outros. Não podemos ficar impassíveis com as migalhas que os poderosos nos dão, que nos deixam escravos e dependentes. Deus nos dá o pão da liberdade e do compromisso com todos. Estamos sempre tendo uma luz em nossa caminhada cristã, que é Cristo.

No Livro da Sabedoria nos é mostrado que só em Deus é possível encontrar a felicidade verdadeira e o sentido da vida. Deus nos dá tudo sem exigir nada, e nem fica nos lembrando a todo o momento de alguma “obrigação”, mas nos assiste com a sua graça que nos santifica e nos faz novas pessoas (Cf. Sb 9, 13-19).

São Paulo aplica as consequências do seguimento de Jesus: intercede em favor de um escravo fugitivo, Onésimo, junto a seu "dono", Filêmon (Fm 9b-10.12.17). Que segue Jesus tem que ser livre para testemunhá Lo em todas as circunstâncias. Temos que dar razão à nossa fé. Acreditamos em Cristo porque Ele é Deus e nada n’Ele tem má intenção.

O Evangelista Lucas nos mostra o caminho do discípulo que quer segui-Lo. Vemos Jesus, que estava a caminho de Jerusalém. Lá Ele sofreria a maior injustiça que a humanidade podia fazer. Os poderosos, insensíveis, iriam matar Jesus na cruz, que era o castigo para o maior bandido. Jesus só tinha amor aos homens e às mulheres. Uma grande multidão seguia Jesus, entusiasmado pela sua pessoa,

Ele não era populista e nem demagogo, e não fazia promessas fáceis que enganavam o povo. E não precisava de marketing e nem de marqueteiros para atrair pessoas a qualquer preço. Jesus sabia que, entre aquele povo, estavam os bons, os desejosos da boa palavra, que buscavam sinceramente o Messias, os curiosos em satisfazer o desejo de novidade, os interesseiros na esperança de participar da glória e da fama; e os inimigos à espreita de uma ocasião para acusá-lo e condená-lo.

Jesus era sincero e não tinha medo de perder os simpatizantes e aponta três condições para segui-lo, e isso serve para hoje. DESAPEGO afetivo - aos familiares e até a própria vida -, "Quem não 'odeia' o seu pai, sua mãe... até a própria vida, não pode ser meu discípulo...”... ODIAR significa aqui: não priorizar os sagrados laços familiares, aos valores do Reino. É amar a Deus sobre todas as coisas. DISPONIBILIDADE - em carregar a Cruz -, "Quem não carrega a sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo..."... A CRUZ é a imagem que melhor sintetiza toda a vida de Cristo. O "Discípulo" é convidado a imitar o Mestre.

Como tem gente hoje que quer seguir Jesus sem a cruz. Quer vida fácil e só pensa em si mesmo. RENÚNCIA aos bens materiais - "Quem não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo”. Vivendo em função deles, não sobra espaço para Deus (Cf. Lc 14, 25-33). A matéria nos deixa escravo e nós não temos tempo para Deus e nem para os irmãos. Somos frágeis e seguimos qualquer onda do mundo contemporâneo.

Se está bom pra mim, que importa se haja injustiça para o meu irmão pobre, doente, idoso e criança indefesa, tanto na família, como no ventre à mercê de assassinos que praticam a morte e o aborto. Não podemos ficar contente e nem satisfeitos com a realidade, que parece boa para nós, mas, na realidade, há muita tristeza, falta de saúde, de respeito à vida e à liberdade.

Deus não pode coabitar com a injustiça, com a corrupção, com o abuso de poder, com a tirania, com a cultura da morte. Deus nos quer livres para poder possuir o Reino d’Ele que é de todos nós.


Bacharel em Teologia pela Pontificium Athenaeum S. Anselmi de Urbe (Roma/Itália) e Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História e Pedagogia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 03 de outubro de 2010

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