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Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Virulência eleitoral

por Mara Narciso

A falta de ética da campanha de José Serra no segundo turno, associada aos e-mails criminosos espalhados pela internet dão a senha de até onde a virulência eleitoral pode chegar. São sérias as invencionices de todos os matizes que tentam colar em Dilma Rousseff e no PT. Isso enfraquece a nossa jovem democracia.

A agressividade dos que apóiam Serra está incomodando os eleitores indiferentes com a política, e afastando os mais sensíveis. Para conseguir o poder, o grupo de Serra está cometendo crimes eleitorais. O abuso precisa ser coibido. Falam o que querem. Jogam a pedra e escondem a mão. A grande mídia, agressiva, caso pudesse, instalaria Serra no Planalto pela força das letras e falas, junto com a internet, onde sobram grosserias da mais baixa estirpe.

O medo de Regina Duarte, de tempos atrás, diante da possibilidade de um governo Lula, é fichinha. Estou apavorada com a falta de civilidade de pessoas que, por preconceito, denigrem Dilma, e ainda colocam Lula no jogo, dizendo que o PSDB não conversaria com governos que apedrejam mulheres. Mas se acabam de apedrejar! A lógica dos pessedistas é ilógica. No vale tudo pela volta ao topo, não titubeiam em caluniar, depreciar, esvaziar, xingar, inverter.

José Serra, que também foi perseguido pela ditadura, e tem uma bela trajetória, deveria impedir seus correligionários de tratar, da maneira como tratam, a luta de Dilma pela volta à democracia, sua prisão e sua tortura. Até a doença e tratamento de Dilma são deformados em textos apócrifos e soltos de forma irresponsável pelo mundo virtual afora. Onde fica a decência dessa campanha?

Santificar Serra, colocando nele feitos alheios não é ético. E em cima disso falam da falta de ética do PT como se fossem políticos do mais puro sangue. O PT tem seus méritos e seus pecados, mas não pode aceitar a difamação como arma. O PSDB tem a sua história, suas glórias. Então as use. As estratégias envolvidas numa campanha não buscam uma conversa amigável, mas os adversários precisam se tratar com civilidade, como oponentes e não como inimigos. É preciso propiciar uma disputa limpa, insuflando os méritos reais de cada um, com anúncios ou denúncias de fatos verdadeiros e comprovados. E com responsabilidade.

Satanizar Dilma, colocando nela pecados dos outros é imoral. Também não se decidiram se Dilma é autoritária, ditadora, guerrilheira, monstruosa, mulher voluntariosa ou se é uma criatura, uma marionete, uma invencionice de Lula. Decidam-se, marqueteiros do PSDB! Os eleitores inocentes estão confusos, e o risco é aumentar a indiferença e frieza, ampliando as abstenções e os votos nulos e brancos.

Não passo de uma ingênua ex-militante política, mas o momento é solene. A disputa acirrada é uma guerra. A democracia brasileira é jovem, mas já foi testada em outros pleitos. Vamos evitar o que há de ruim numa campanha política: o estímulo a intolerância. E que a lei possa alcançar os desobedientes.


Mara Narciso é médica e jornalista
09 de outubro de 2010

Um comentário:

Bacharel em teologia Jose Benedito Schumann Cunha disse...

Prezada Dra Mara. A democracia se faz em respeito ao pleito, o povo é livre e soberano. Precisamos aprender que é pela dialogo e respeito as ideias e programas que devem ser debatidos e refletidos pelos politicos e pela população. A democracia se faz na ação livre em prol do bem comum e justiça para todos. Todos fazem a Histora acontecer. O trabalho da industria, da agricultura, do terceiro serviço e todas as profissões e politicas publicas ou privadas devem procurar o denominador comum que leva ao desenvolvimento, ao respeito a vida e a dignidade da pessoa humana.Que Deus nos ajude sempre e possamos fazer uma nação fraterna e em paz. teologo Schumann