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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Unidade pode ser resposta à crise de fé no mundo, pensa papa

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

O cristão é chamado a ser discípulo de Cristo para que o mundo encontre Nele a paz e a unidade. Para conhecer Jesus é preciso ouvir os seus ensinamentos e acolhê-Lo, pois Ele é o Senhor da Vida. O mundo precisa de Deus, mas, para manifestar esse Deus, precisa unir a fé e vida, numa coerência do agir. Ser luz que ilumina os outros no nosso agir cristão no mundo. A nossa fé deve estar ligada a uma vivência comunitária onde o amor de Deus seja experimentado na abundância (1).

O santo padre, o papa Bento XVI, declarou que a unidade dos cristãos é um meio e quase um pressuposto para anunciar a fé. Na manhã de sexta-feira (27/01), o papa destacou, aos participantes da Sessão Plenária da Congregação para a Doutrina da Fé, que a promoção para a unidade dos cristãos está extremamente ligada à resposta à crise de fé que assola o mundo.

“Como sabemos, em muitas partes da terra, a fé corre o perigo de se apagar como uma chama que não encontra mais alimento. Estamos diante de uma profunda crise de fé, uma perda do sentido religioso que constitui o mais importante dever da Igreja de hoje. O renovamento da fé deve, portanto, ser a prioridade no empenho da Igreja inteira para os nossos dias”, salientou Bento XVI aos membros da Congregação, recebida, em audiência, na Sala Clementina, no Palácio Apostólico Vaticano (2).


O papa sublinhou que não são poucos os bons frutos arrecadados pelos diálogos ecumênicos, mas que, ao mesmo tempo, se deve reconhecer a existência do risco de uma falsa atitude de compreensão e caridade, adotada entre os cristãos de diferentes credos e de um indiferentismo, totalmente contrário ao espírito do Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965).

“Tal indiferentismo é causado pela opinião sempre mais difusa de que a verdade não seria acessível ao homem; seria, portanto, necessário limitar-se a encontrar regras para uma prática capaz de melhorar o mundo. Assim, a fé seria constituída de um moralismo sem fundamento profundo. O centro do verdadeiro ecumenismo é, em vez, a fé na qual o homem encontra a verdade que se revela na Palavra de Deus”, afirmou o papa.

Para Bento XVI, sem a fé, todos os movimentos ecumênicos seriam reduzidos a uma forma de “contrato social”, que adere a um interesse comum. Ele recorda que a lógica do Concílio Vaticano II é completamente diferente. Ela afirma que a busca sincera da plena unidade de todos os cristãos é um dinamismo animado pela Palavra de Deus (2).

“É fundamental o discernimento entre a Tradição e as tradições. Um importante passo para tal discernimento foi tomado na preparação e implementação de medidas para os grupos de fiéis provenientes do Anglicanismo, que desejam entrar em plena comunhão com a Igreja, conservando as próprias tradições espirituais, litúrgicas e pastorais, que estão em conformidade com a fé católica (Cf. Const. Anglicanorum coetibus, art. III). Existe, de fato, uma riqueza espiritual nas diversas Denominações cristãs, que expressam uma única fé e dom em se compartilhar”, explicou o sumo pontífice.

O santo padre salientou ainda que conhecer a verdade é direito do interlocutor de cada verdadeiro diálogo. Neste sentido, ocorre afrontar com coragem também as questões controversas, sempre num espírito de fraternidade e respeito recíproco (2).

Por fim, Bento XVI salientou que a problemática moral constitui um novo desafio para o caminho ecumênico, destacando que nos diálogos não se pode ignorar as grandes questões morais que cercam a vida humana, a família, a sexualidade, a bioética, a justiça e a paz.

“Seria importante falar sobre estes temas com uma só voz, elaboradas com fundamento na Escritura e na vida de tradição da Igreja. Esta tradição nos ajuda a decifrar a linguagem do Criador em Sua criação. Defendendo os valores fundamentais da grande tradição da Igreja, defendemos o homem, defendemos o criado”, disse o papa.

O santo padre concluiu seu discurso destacando que a divisão entre os cristãos, de fato, não só se opõe abertamente à vontade de Cristo, mas é também obstáculo ao mundo e dano a mais santa das causas: a pregação do Evangelho a todas as criaturas.

“A unidade é, portanto, não somente fruto da fé, mas um meio e quase um pressuposto para anunciar a fé de modo mais credível àqueles que não conhecem ainda o Salvador. Jesus pediu: ‘Como tu, Pai, és em mim e eu em ti, sejam também eles em nós uma coisa só, para que o mundo creia que tu me enviaste’” (Jo 17, 21), reforçou Bento XVI (2).

As palavras do nosso papa são de grande valia para a nossa vida de cristão e nos orientam para a vivência da fé na fraternidade com todos. Ser cristão é viver a experiência da unidade, pois Deus é comunhão e nos quer ligado a Ele sempre.

Que o diálogo seja a nossa tônica para valorizar a dignidade humana. Deus é partilha e nos convida a sair do egoísmo e viver na solidariedade com os mais fracos e doentes de nossa sociedade.

Onde houver vida deve ter esperança na nossa prática cristã na nossa comunidade, na nossa família e no mundo. A verdade é sempre buscada, pois ela nos liberta e nos dá estatura de cristãos para transformar as estruturas injustas e acabar com a cultura da morte para prevalecer a valorização da vida (1).

Amém!


(1) > Reflexão do teólogo José Benedito Schumann Cunha 28-01-2012
(2) > www.cancaonova.com

Bacharel em Teologia pela Pontificium Athenaeum S. Anselmi de Urbe (Roma/Itália) e Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História e Pedagogia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.


Foto de José quando ministro do Batismo

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