ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

sexta-feira, 12 de março de 2010

A justiça é para todos

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Na Quaresma, fazemos o caminho da esperança. Esta chegará ao seu ápice com a Ressurreição do Senhor. A nossa vida deve ser transformada em Deus. Não podemos ficar na busca apenas de bens materiais. Se ficarmos no materialismo, tornamo-nos cegos e não vemos o irmão que sofre e precisa de nossa ajuda. Devemos sair de nós mesmos para o amor que implanta a justiça para todos. A justiça não vem apenas da aplicação da lei, mas também da aplicação de um coração mais generoso e solidário que se abre a todos.

O Santo Padre, o Papa Bento XVI, afirma, em sua mensagem para a Quaresma, que “aquilo de que o homem mais precisa não lhe pode ser garantido por lei. Para gozar de uma existência em plenitude, precisa de algo mais íntimo que lhe pode ser concedido somente gratuitamente: poderíamos dizer que o homem vive daquele amor que só Deus lhe pode comunicar”. O Bento XVI conclui no primeiro ponto de sua reflexão que o ser humano, mais do que pão, “de fato precisa de Deus”.

Em outro ponto da mensagem, Bento XVI nos faz pensar na injustiça do mal, ali onde se substituiu “a lógica de confiar no Amor” por “aquela da suspeita e da competição”; “a lógica do receber, da espera confiante do Outro”, pela lógica “ansiosa do agarrar, do fazer sozinho” (Cf. Gn 3, 1-6), “experimentando como resultado uma sensação de inquietação e de incerteza”. Algumas passagens depois, o Papa nos ensina que, “para entrar na justiça, é, portanto, necessário sair daquela ilusão de auto–suficiência, daquele estado profundo de fechamento, que é a própria origem da injustiça”. Em outras palavras, “é necessário um ‘êxodo’ mais profundo do que aquele que Deus efetuou com Moisés, uma libertação do coração, que a palavra da Lei, sozinha, não tem o poder de realizar”.

Inclusive, o Papa afirma que “converter-se a Cristo, acreditar no Evangelho, no fundo significa precisamente isto: sair da ilusão da auto-suficiência para descobrir e aceitar a própria indigência - indigência dos outros e de Deus, exigência do seu perdão e da sua amizade”. Ao final da mensagem, Bento XVI diz que, “precisamente fortalecido por esta experiência, o cristão é levado a contribuir para a formação de sociedades justas, em que todos recebem o necessário para viver segundo a própria dignidade humana e onde a justiça é vivificada pelo amor”.

Nestas poucas palavras de grande profundidade do nosso Papa, Bento XVI nos impulsiona a viver com autenticidade o Cristianismo. Devemos ser novas criaturas e nos tornar cristãos e pessoas que fazem a diferença no mundo. O mundo se torna melhor porque nos tornamos bons e seguidores do Cristo que é o amor de Deus entre nós. Assim, a nossa realidade se torna uma grande família, onde todos têm lugar e vez. Portanto, a ressurreição de Cristo terá efeito imediato em nós, na nossa prática da justiça, da solidariedade e da partilha entre todos. Que Deus seja a nossa meta e que o procuremos sempre para termos vida nova.

“Respondit Iesus et dixit ei: ‘Si quis diligit me, sermonem meum servabit, et Pater meus diliget eum, et ad eum veniemus et mansionem apud eum faciemus.” (Jo 14, 23)

“Respondeu-lhe Jesus: ‘Se alguém me ama, guardará minha palavra e o meu Pai o amará, e a ele viremos e nele estabeleceremos morada.” (Jo 14, 23)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Nenhum comentário: