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"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Deixe secar...

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Conta-se certa vez que uma criança chamada Mariana recebeu um presente muito bonito, um jogo de chá todo azul com enfeites de bolas amarelinhas. No dia seguinte, Júlia, sua amiguinha, veio bem cedo convidá-la para brincar. Mariana tinha que sair com sua mãe. Júlia então pediu à coleguinha que lhe emprestasse o seu conjuntinho de chá para que ela pudesse brincar sozinha na garagem do prédio.

Mariana não queria emprestar, mas, com a insistência da amiga, resolveu ceder, mas demonstrou ciúme por aquele brinquedo. Ao regressar do passeio, Mariana ficou chocada ao ver o seu conjuntinho de chá jogado no chão. Faltavam algumas xícaras e a bandejinha estava toda quebrada. Então, chorando e muito nervosa, Mariana desabafou para sua mãe. “Está vendo, mamãe, o que a Júlia fez comigo? Emprestei o meu brinquedo. Ela estragou tudo e ainda deixou jogado no chão”. Totalmente descontrolada, Mariana queria, porque queria ir ao apartamento de Júlia pedir explicações.

Mas a mãe, sabiamente, com muito carinho, ponderou. “Filhinha... lembra daquele dia quando você saiu com o seu vestido novo, todo branquinho, e um carro, passando, jogou lama em sua roupa? Ao chegar em casa, você queria lavá-lo imediatamente, mas a vovó não deixou. Naquela ocasião, ela falou que era para deixar o barro secar primeiro. Depois ficava mais fácil limpar. Pois é, minha filha, com a raiva é a mesma coisa. Deixa a raiva secar primeiro. Depois fica bem mais fácil resolver tudo”.

Mariana não entendeu muito bem, mas resolveu seguir o conselho da mãe e foi para a sala ver televisão. Logo depois, alguém tocou a campainha. Era Júlia, toda sem graça, com um embrulho na mão. Sem que houvesse tempo para qualquer pergunta, ela foi falando. “Mariana, sabe aquele menino mau da outra rua que fica correndo atrás da gente? Ele veio querendo brincar comigo e eu não deixei. Aí ele ficou bravo e estragou o brinquedo que você havia me emprestado. Quando eu contei para a mamãe, ela ficou preocupada e foi correndo comprar outro brinquedo igualzinho para você. Espero que você não fique com raiva de mim. Não foi minha culpa”.

“Não tem problema”, disse Mariana. “Minha raiva já secou” e deu um forte abraço em sua amiga, tomou-a pela mão e levou-a para o quarto para contar a história do vestido novo que havia sujado de barro. Nunca tome qualquer atitude com raiva. Esta nos cega e impede que vejamos as coisas como elas realmente são. Assim você evitará cometer injustiças e ganhará o respeito dos demais pela sua posição ponderada e correta diante de uma situação difícil.

Lembre-se sempre: deixe a raiva secar. Este texto que eu recebi - melhorei-o um pouco -, é de autoria desconhecida e serve para nós também. Como cristãos, devemos ser assim. Nós somos Cidadãos do Céu, Filhos de Deus e Ele é Amor e Misericórdia.

Ele ouve o nosso coração, quer saber a raiz daquele mal em nós e arrancar tudo o que não nos faz ser irmão do outro. Ele pede para que nós sejamos portadores da Paz. Quando entrarmos em casa, desejemos que a paz esteja convosco. Se lá tiver a paz, ela permanecerá com todos. Mas, se não houver a paz naquele lugar, ela voltará para você (Cf. Lc 10, 5-12). Sejamos pessoas de paz. Deixemos o ódio secar e viva o amor solidário.


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 18 de julho de 2010

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