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Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Os santos são modelos de santidade para nós

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Queridos irmãos e irmãs em Cristo,

Nos Atos dos Apóstolos, é mostrado para nós que Pedro e João vão ao templo para rezar. Na porta de entrada estava um homem desprovido de tudo. Pobre e aleijado, pede esmola a eles. Pedro o olha e diz que não tem nada material, apenas Cristo e dispõe a dá-lo e, na mesma hora, o homem recupera e ganha a cura que o faz livre para entrar no Templo. Jesus é assim: não cobra nada de nós, mas exige a fé que transforma a nossa realidade (Cf. At 3, 1-10).

São Paulo nos mostra, na Carta aos Gálatas, que Deus escolhe Paulo desde o ventre materno e que o Evangelho vem dos critérios de Deus e não humanos. É pela revelação de Deus que Paulo recebe a mensagem salvadora de Cristo. Ele era um homem zeloso na Lei e perseguia a Igreja, mas Deus o escolhe e o anima para a missão aos pagãos para que eles possam também receber a mensagem libertadora de Jesus.

Ele conhece Pedro e confirma a sua autoridade que vem de Jesus. Todos são chamados no seu cotidiano e Deus nos assiste com a sua graça (Cf. Gl 1, 11-20). Assim Jesus também nos escolheu para a missão desde o nosso Batismo e nos fortalece a fé na sua Palavra e na Eucaristia que recebemos.

O Evangelista João nos mostra Jesus perguntando por três vezes a Pedro se ele O ama. Isto é o amor que é capaz de doar-se plenamente à causa do Reino até as últimas consequências que é a morte. Pedro se torna responsável por cuidar do rebanho e conduzi-lo de modo seguro na verdade de Cristo. Hoje Pedro é o Papa Bento XVI que tem a responsabilidade de nos confirmar na fé em Jesus e nos orientar de modo seguro nas verdades do Evangelho de Cristo (Cf. Jo 21, 15-19).

Em cada liturgia que participamos, nós glorificamos a Deus e nos santificamos com a Palavra de Deus que ouvimos e da Eucaristia que recebemos fortalecendo a nossa fé. Hoje estamos no último dia da Novena de Santa Isabel e o tema é “Santa Isabel, Modelo de Santidade Feminina e Leiga”.

Se olharmos a história, existiram muitos reis, rainhas, príncipes e princesas que foram modelos de santidade, porque quiseram seguir os passos de Jesus e viveram conforme a vontade de Deus. Santa Isabel é, para nós, um desses exemplos. Ela era “filha do rei Dom Pedro II de Aragão e da rainha D. Constança”. Pensa-se que tenha nascido em princípios de 1270 (Cf. http://facaseluz.blogspot.com/ver texto postado em 04-07-2008).

Casou-se em 1282 com D. Dinis, rei de Portugal. Neta de Jaime I, o Conquistador, bisneta de Frederico II da Alemanha, deles herdou a energia tenaz e a força de alma. Mas caracterizava-se principalmente pela bondade imensa e pelo espírito equilibrado e justo de Santa Isabel da Hungria, sua parenta próxima.

Era mulher cheia de doçura e de bondade. Gostava da vida interior e do trabalho silencioso. Ela jejuava dias sem conta ao longo do ano, comovia-se com os que erravam, rezava pelo Livro das Horas, cosia e fazia bordados na companhia das damas e distribuía esmolas aos necessitados (Cf. http://facaseluz.blogspot.com/ver texto postado em 04-07-2008).

Aos 20 anos, foi mãe de D. Afonso IV, o Bravo, que foi a sua cruz. Caso único na primeira dinastia portuguesa, a vida deste homem foi pura e nisto se vê influência de sua mãe. Era discreta esta jovem rainha que obrigava o filho a obedecer ao pai (ele era o rei), que fingia ignorar as andanças do rei e que criava os seus filhos ilegítimos.

Na política peninsular de então, o seu poder moderador fez-se sentir profundamente. Serviu de juiz nas rixas entre D. Dinis, seu irmão e seu turbulento filho (Cf. http://facaseluz.blogspot.com/ver texto postado em 04-07-2008). Após a morte de D. Dinis, vestiu o hábito de Santa Clara. Construiu mosteiros e hospitais. Morreu em Estremoz em 04 de julho de 1336.

Foi canonizada em 25 de maio de 1625 pelo Papa Urbano VIII. “Portugal venera-a com a antonomásia de Rainha Santa” (Cf. http://facaseluz.blogspot.com/ver texto postado em 04-07-2008). Assim Santa Isabel mostrou ser uma mãe zelosa, uma senhora solidária aos pobres e uma mulher pacificadora e humilde. Tinha virtudes cristãs que a tornavam forte.

Hoje, mais do que nunca, devemos espelhar nessa mulher que soube ver e agir no seu tempo a favor dos mais necessitados e se fez uma boa samaritana. Na nossa sociedade secularizada e pluralizada urge da presença feminina que possa mudar a realidade que nos cerca.

A Igreja é ornada pela presença da mulher leiga que faz a diferença no mundo. O mundo se torna mais humano e cristão na medida em que santificamos a exemplo de Santa Isabel que é modelo para todos nós e principalmente das mulheres corajosas. Desse modo, é preciso a presença feminina e leiga tão necessária nos dias de hoje, na sociedade, na família e na Igreja para que o valor da vida seja protegido por todos desde a concepção até a morte natural. Sejamos santos como Deus é Santo.

São Tomé e Santa Isabel, roguem a Deus por nós. Amém!


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 03 de julho de 2010

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