Doze anos apenas. Pré-adolescência. Comporta-se como a um adulto desde
os cinco anos de idade. Distribuía em saquinhos de chupa-chupa crack e cocaína
às comunidades. Ganhava cinco reais por remessa.
Aos seis anos, o aviãozinho experimentou a sensação de poder manusear
uma metralhadora. Aos sete anos, utilizou-a em dois indivíduos que se portaram
mal perante as exigências legitimadas do tráfico de drogas.
Foi preso aos oito anos. No instante da prisão, curtia um forró
universitário com bastante funk ostentação. Entrou na vida para prosperar. O
comércio do tráfico de drogas lhe permitia sair da miserabilidade social em que
nasceu e desfrutar das benfeitorias da sociedade pósmodernosa. Está agora no
Centro Socioeducativo Nossa Senhora Aparecida (Cesensa). Hoje fica encarcerado
no meio de mais adolescentes de alta periculosidade. Ele nunca entendeu a
linguagem utilizada pelos seus acusadores para incriminá-lo.
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