Hoje
a Estação Ferroviária Central do Brasil (EFCB) e o que ela gerou de riqueza
social permanece na memória popular. Privatizada a preço de banana em 1996 pelo
presidente metido a sociólogo Fernando Henrique Cardoso (FHC), a EFCB pode, a
meu ver, ser considerada neste século XXI o “Muro de Berlim” invisível da maior
cidade do Norte de Minas Gerais. A ferrovia que atravessa toda a cidade e toda
a região nos fazia sentir mais regional e internacional. Atualmente os trilhos
do sertão cortam o município em duas partes distintas: uma mais capitalista,
localizada a Oeste, e outra mais socialista, ao Leste. A Avenida Ovídio de
Abreu seria o meu ponto de referência. O sol sempre nasce no lado oriental. As
casas na localidade, à primeira vista, são até classificadas como de “pior”
edificação, contudo ali residem vidas de onde brotam a verdadeira e espontânea
cultura alegre humana.
Temos
o militar bairro Santa Rita de Cássia, o bairro operário-cultural Morrinhos, o
Cintra, o Nossa Senhora de Fátima, o Lourdes, o Monte Alegre, o Alvorada (tem
nome mais bonito que este?), o Ipiranga, o Sumaré, a Vila Telma, o Renascença e
tantos outros que se desenvolvem à medida que os meios de produção lhe são
acessíveis. Na área, há o Batalhão de Polícia Militar, o Trevo da Real com o
monumento em homenagem ao sertanejo (a enxada, símbolo do trabalho do homem do
campo), igrejas católicas, evangélicas e de outras denominações religiosas, o
cadeião e outras obras e empreendimentos comerciais.
Por ali viveram Zé Coco do Riachão e Zé
Coquinho, Elthomar Santoro Júnior e muitos outros heróis sociais anônimos.
Observe, no relato do livro “Montes Claros: sua história, sua gente, seus
costumes”, organizado pelo historiador, folclorista e médico, Hermes Augusto de
Paula, edição de 1960, às páginas 34, 35, 37 e 38, como a cidade e todo o Norte
de Minas Gerais se modificaram para acolher a chegada de uma nova tecnologia à
região.
O MAIOR DIA DE
MONTES CLAROS
Mais
ou menos em 1889 organizou-se uma sociedade anônima com sede no Rio de Janeiro
para se construir uma estrada de ferro ligando Montes Claros a Extrema, no Rio
São Francisco - Estrada de Ferro Montes Claros. O concessionário do serviço,
tenente coronel Cipriano de Medeiros Lima, o mais importante fazendeiro do
Norte de Minas, Barão de Jequitaí, passou seus direitos à sociedade, cujo
capital era de três mil contos. Imediatamente os engenheiros foram contratados
e se iniciaram os estudos preliminares. A 9 de dezembro de 1890 o serviço de
exploração, começando em Extrema chegara a Montes Claros, justamente pelo local
por onde penetra na cidade a Estrada de Rodagem de Maria da Cruz, sendo
localizada a estação na Várzea (Praça de Esportes).
Diante
de tão promissores trabalhos, Montes Claros em peso promoveu uma manifestação
aos engenheiros. Logo de madrugada fizeram uma “alvorada” com música e
foguetes; à noite organizou-se uma passeata, tendo à frente o jovem intendente
- Camilo Prates - que, à porta dos engenheiros, falou em nome do povo. O dr.
Teófilo B. Otoni respondeu em nome dos homenageados. E comenta Silvio Teixeira
de Carvalho: “Às 10h da noite deu-se início ao baile-monstro”.
Além
desta - diz-nos o desembargador Veloso em 1896 - outras vias férreas projetadas
têm por objetivo a sede do próspero município; e tais são a estrada de ferro já
contratada, de Montes Claros ao Salto Grande e a de Montes Claros a São João
Batista.
Entretanto,
não sabemos o motivo, tudo fracassou.
As
gerações se sucederam e hoje quase ninguém se lembra ou tem conhecimentos
daqueles projetos... A Central do Brasil veio se aproximando devagar...
devagarinho mesmo, a ponto de satisfazer os otimistas, mas agradar também os
pessimistas.
Ora,
aconteceu que em 1922 o Ministério da Viação foi ocupado por um filho do Norte
de Minas - o Dr. Francisco Sá, que sabia do nosso abandono e das nossas
necessidades econômicas. Resolveu por isso nos trazer as paralelas de aço. Era
presidente de nossa Câmara o coronel Antônio dos Anjos, que não mediu esforços
para facilitar os movimentos em torno da Estrada de Ferro. E muito se ficou
devendo à sua atuação.
Desde
a aproximação dos serviços de terra, a cidade foi invadida pelos “tarefeiros” e
seus auxiliares, não regateando os montes-clarenses os bons trabalhos a esses
possíveis benfeitores para os quais se improvisaram inúmeras festas. De vez em
quando aparecia aqui um engenheiro mais graduado, que era alvo de atenções especiais,
com jantares e bares - Dr. Xenofonte,
Dr. Ajax Correia Rabelo ou Dr. Caetano Lopes, Augusto Catoni, dos quais os
montes-clarenses nunca se esquecem com simpatia.
A
estação de Bocaiuva ia ser inaugurada em 7 de junho de 1924 com a presença de
Francisco Sá, Ministro da Viação, e este prometera visitar Montes Claros. “A
vinda do ministro” tomou conta da cidade desde os princípios do ano. A Câmara
votou créditos especiais para fazer uma recepção oficial condigna. “É assunto do dia” - escreveu Jair de
Oliveira - “no cinema, nos cafés e nas
farmácias, onde haja gente e se converse, só se houve esta palestra: a vinda do
ministro.
Tudo foi posto
de lado. Os banqueiros de bicho quebraram à falta de jogadores. Houve tréguas aos
bailes e piqueniques. O futebol, já em caminho, mercê da boa vontade de uma
plêiade de rapazes amantes do desporto, foi esquecido. Nos botequins, o consumo
de cerveja decresceu. Todos estão trabalhando ativamente. A própria
vagabundagem, envergonhada, dando o braço ao tédio do nosso ramerrão,
abandonou-os. Há semanas já, mal o sol doira o horizonte, ouve-se o bando garrulo
da meninada que trabalha limpando as ruas. E as enxadinhas cantam nas calçadas,
entoando um hino de trabalho e alegria. É o bando de menores humildes e dos
abandonados que enchiam as nossas esquinas e agora, honradamente, ganham o pão
com o suor dos rostos sujos, pequeninos e satisfeitos.
Tudo trabalha e
palpita. As brochas dos pintores, num vaivém constante, vão vestindo de novo o casario
e o amarelado branco da cidade. Aqui, ergue-se um andaime, onde operários
marinham pelos caibros, como um bando de formigas laboriosas. Ali aparelham-se
madeiras: os serrotes ringem nas tábuas, acompanhando o bater estridente dos
martelos. Acolá, pisam o barro, cessam areia, removem caliças, preparam o
cimento, rebocam, limpam, caiam.
E a cidade vai
se tornando garrida, faceira, orgulhosa de receber em seu seio o seu grande
amigo e benfeitor. Novos automóveis, fonfonando, cruzam as ruas, impregnando-as
de um cheiro forte de civilização, enquanto passam carroças entulhadas de seixo
de capina.
E à noite,
quando as lâmpadas elétricas abrem os olhos faiscantes, atônitos, como se
acordassem do seu sono diurno, é intenso o movimento que vai em nosso urbs [cidade, município].
Os armarinhos
regorgitam...
Em frente às
vitrines, que deitam jorros de luz para as calçadas, param bandos de
senhorinhas discutindo enfeites, falando de modas e figurinos, com os narizes
colados ao vidro.
Membros das
comissões passam angariando donativos. E todos contribuem, satisfeitos e
generosos.
Forasteiros de
todos os recantos atulham pensões, alugam casas, procuram cômodos.
E a cidade vibra
de manhã à noite. Até altas horas ouve-se o martelar dos carpinteiros e o
perfume penetrante e bom de madeiras serradas fica envolvendo o ar puro da
noite constelada”...
E
o ministro não faltou com sua palavra: - no dia 8 de junho daquele ano entrava
na cidade uma caravana de automóveis guiados pelo belíssimo Pacard ministerial.
Polidoro
dos Reis Figueiredo, na véspera, publicara na “Gazeta” as boas-vindas:
Aos
Drs. Francisco Sá, Daniel de Carvalho, Melo Viana, Alfredo Sá.
Até
que enfim se ruma para o Norte
Onde
é fértil a terra e a gente é forte...
........................................................................
........................................................................
Aí
vêm os ilustres timoneiros
Da
Nau do Estado - os ínclitos mineiros
Encher-nos
de esperança o coração
Pela
glória futura do Sertão.
-
Brilhe de novo a terra d’Esmeralda,
Onde
a nova bandeira se desfralda,
Com
promessas de vida e de trabalho!
E
que haja pomos d’oiro em cada galho,
D’oiro
branco se alustram as estradas,
E
canta a mocidade outras baladas,
Dos
tempos bons de Paz, de União e d’Amor!
Haja
mel e perfume em toda flor;
Palmas,
rumores, lábios em sorrisos,
Em
todo olhar de moça um paraíso
Para
aqueles que vêm, com nobre anseio
Nesta
terra sentir no próprio meio!...
O
povo delirou de entusiasmo. A cidade superlotada de hóspedes, pois de todos os
municípios do Norte de Minas vieram representações, paralizaram-se tôdas as
atividades, concentrando-se as atenções no Ministro e sua comitiva. Foram dois
dias ininterruptos de festa; entretanto podemos destacar alguns fatos.
Logo
à entrada da cidade, rua Bocaiúva, foi armada um artístico arco, com os
dizeres: “Salve. A cidade a seus ilustres hóspedes”. De onde o dr. Sá seguiu a
pé entre alas do povo até o prédio onde se hospedaria, situado na avenida
Estrela (hoje avenida Coronel Prates), no qual funciona atualmente o Colégio
Imaculada Conceição. Aí havia um arco iluminado, com a legenda: “O operariado
ao Dr. Francisco Sá”.
À
noite houve um banquete de cem talhares, durante o qual as municipalidades do
norte brindaram-no com um quadro a óleo da Fazenda Santo André, onde nasceu
Francisco Sá, obra prima do pintor Genesco Murta.
Após
o banquete deu-se lugar ao baile de gala, no qual, lá pela meia noite, levaram
a efeito o que ficou chamado “ato de surprêsa”, constituído de canções
regionais, modinhas, acompanhadas ao violão e cantadas por elementos visitantes
e gente da terra, acabando de vez com o protocolo, que prejudicava a expressão de
alegria. Nesse “ato” os de fora levaram a melhor, pois alguns membros da
comitiva ministerial arvoraram-se em poetas sertanejos e compuseram quadras em
louvor a Montes Claros, inclusive pelo dr. Francisco Sá:
Eis
as quadrinhas que foram cantadas, com a música “O casaco da mulata”:
No
portá de Montes Claro
Tão
bunita e tão festiva
Todos
fica embasbacado
Todos
grita: Viva! Viva!
Estribilho
Vem
cá morena
Não
vou lá não
É
Montes Claro
A
Princesa do Sertão.
É
gente da terra
Antonces,
quando se trata
Presos
de tanta bondade
Os
corações se desata.
Vou
dizê a todo mundo
Que
na terra existe sim
Uma
cidade na quá
A
bondade não tem fim.
D’oios
pretos, lábios claro
Moça
bunita aos punhado
Doutô
Pires, com tais óios
Tem
ficado atrapaiado.
Os
tarefero dos trecho
Uma
vorta há de cortá
Doutô
Pires perta eles
Prá
em Montes Claros chegá!
Rica
jóia sertaneja
Hospitaleira,
sem pá,
Quando
a gente chega nela
Cadê
jeito de vortá...
Montes
Claro tem feitiço.
Oh,
que sodade sem fim!
Exclama
por todos nós
O
nosso amigo Cotrim.
Quando
a gente fôr s’imbora
Todo
o dia vai rezá
Prá
chega depressa a hora
Que
nós possa aqui vortá.
Montes
Claros - berra terra
Do
sertanejo valente.
Não
existe neste mundo
Gente
igual à sua gente!...
No
dia seguinte a comitiva regressou a Bocaiuva, logo pela manhã, deixando muita
saudade e a esperança de novo encontro por ocasião da chegada do primeiro trem
a Montes Claros, que seria em 1926.
De
fato, a 1º de setembro daquele ano, cá estava entre nós o Ministro Francisco
Sá, cognominado de “O nosso melhor amigo”. Com êle vieram muitos dos
companheiros da primeira viagem e também senadores, deputados, jornalistas e
elementos de destaque da capital federal. O povo em massa encheu a “gare”.
Honor Sarmento saudou o grande Ministro e em nome de Sua Excelência agradeceu o
nosso conterrâneo Milton Prates.
O
Ministro se hospedou no Palácio Episcopal. Como da primeira vez, houve uma “marche
aux flambeaux”, queima de profusos e lindos fogos de artifícios; manifestações populares,
banquete e baile, tendo sido assentada a pedra fundamental do monumento a
Francisco Sá, que se inaugurou solenemente em 16 de outubro de 1932, integrando
os festejos do centenário de nossa emancipação política. Falou em nome do
grande brasileiro seu filho dr. Carlos Sá que proferiu belíssimo discurso que
anos depois ainda era relembrado. Ficou o dia 1º de setembro de 1926
considerado “o maior dia de Montes Claros”, a estrada de ferro, aí estava,
facilitando o comércio e as comunicações. Um sonho acalentado havia anos pelos
nossos avós, tornara-se naquele dia uma realidade, graças ao ministro
sertanejo, que transformou o primitivo ramal em linha tronco: a grande longitudinal.
Polidoro
Figueiredo, velho professor, sentiu o despertar das energias adormecidas e seu
estro vibrou mais uma vez:
O
centro está marcado - é Montes Claros
“O
coração robusto do sertão”
Donde
o foco de luz se irradiará
Com
mais intenso e rútilo clarão.
Vêde:
as ruas se alargam, já se entendem
Com
novas casarias, que resplandem.
Pela
encosta suave da montanha
Que
o Rio Verde Grande, fértil, banha.
Automóveis
coleiam para o norte
Sem
respeito, siquer, ao contra-forte
As
Serra do Espinhaço... a máquina apita
E
os grandes chapadões do norte agita!
Agora
sim, terra sertaneja,
Nova
seiva de vida, já poreja,
E
da locomotiva o grito acode
Do
passado o torpor bate e sacode.
Vai
se aumentar a farta sementeira;
Os
rebanhos do campo e da lareira,
As
chamas do conforto e da alegria!
Há
no espaço mais notas de harmonia
E
novas esperanças.
O
centro está marcado - é Montes Claros
A
Princesa - o milagre do Sertão
Como
o chamou dos filhos seus preclaros
O
mais ilustre - d’alma e coração.
Depois
da privatização, o Trem do Sertão parou de servir às nossas gentes. Optou por
transportar matéria-prima bruta, como o minério de ferro. A urbanidade começava
a transformar a vida do povo. A cidade cresceu pelas redondezas dos trilhos
sertanejos. Assim como se constroem empresas à margem de rios que são
utilizados para receber esgotos dessas mesmas, também são erguidas modestas
construções no entorno das ferrovias. Ao mesmo tempo em que trouxe felicidade
para a cidade e a região, a EFCB jogou para a “marginalidade” parte dos 400 mil
moradores do município, que se amontoam por aí afora.
Em
trecho da Ideologia Alemã, Karl Marx e Friedrich Engels nos recordam das
necessidades populares. “(...) devemos lembrar a existência de um primeiro
pressuposto de toda a existência humana e, portanto, de toda a história, a
saber, que os seres humanos devem estar em condições de poder viver a fim de
fazer história. Mas, para viver, é necessário, antes de mais, beber, comer, ter
um teto onde se abrigar, vestir-se, etc. O primeiro fato histórico é pois a
produção dos meios que permitem satisfazer as necessidades (...)” humanas
vitais.
Para
quem minimamente dirige um olhar sobre as Festas de Agosto de Montes Claros, as
mais antigas comemorações populares do Norte de Minas Gerais, nota-se
claramente que nestas épocas pós-modernas essas festividades são levadas pelos
moradores do lado leste da cidade. Em 2017, os festeiros eram originários da
Vila Anália, do Renascença e do Cintra. Catopês, marujos e caboclinhos se
direcionam todo ano ao cruzeiro da Avenida Coronel Prates para louvar o que
lhes tem valido neste vale de lágrimas: Nossa Senhora do Rosário, São Benedito
e o Divino Espírito Santo. Na labuta do dia a dia, Montes Claros é agitada
socialmente.
Três
anos antes da privatização da EFCB, a cidade já fervia em protestos. Aqui
nasceu o primeiro Grito dos Excluídos. O Plano Real entrava em vigor, mas a
realidade pirraçava em continuar perturbadora. Desde o Concílio Ecumênico
Vaticano II (1962-1965) e o Golpe Militar de 1º de abril de 1964, a Igreja
católica se aventurava pela Teologia da Libertação. A religiosa irmã Marilda de
Souza Lopes participou dessa manifestação na cidade e descreve um pouco aquele
instante. “Como nasceu o Grito dos Excluídos? Estávamos no ano em que a
Campanha da Fraternidade teve como slogan “Onde moras?”. Os grupos Profeta
Isaías e o Juac fizeram visitas em várias favelas, dentre elas os moradores do
lixão. Eram 26 barracos de plástico preto. Nas 26 famílias, havia muitas crianças
e jovens. As crianças disputavam pedaços de carne que vinham do lixo nos
restaurantes com os urubus que avançavam em suas mãos para tomá-los. Depois da
visita, fizemos uma reflexão com os jovens que foram ao lixão. Era véspera de 7
de setembro, pensei nas fanfarras que desfilam no dia 7 de setembro e expus meu
pensamento de fazer um clamor naquele dia (na parada cívica), fazermos um
pelotão com o slogan da Campanha da Fraternidade. A ideia foi bem aceita.
Geraldo, do Profeta Isaías, fez as casinhas de plástico preto. Kelly, Kênia,
Noé e outros jovens organizaram o pelotão. Ficamos com medo de enfrentar a
polícia, conversamos com o padre Antônio Carlos da Silva que deu todo o apoio
aos jovens e a nós. Quando a Escola Estadual Dulce Sarmento entrou, nosso
pelotão, com seus cartazes de manifestação contrária, aproveitou e entrou
também e chegou em frente ao palanque. Combinamos de não dizer nada. Somente
mostrar os cartazes. As autoridades, que até então estavam recebendo aplausos,
depararam com frases verdadeiras e francas: “O QUE VOCÊS ESBANJAM, FALTA PARA
NÓS!!!”; “POLÍTICOS, SEU SALÁRIO É UMA AFRONTA AO POVO”... e outras. A primeira
dama sentiu mal e foi para a Santa Casa. No dia seguinte, 08 de setembro de
1993, a primeira página do jornal narrou o fato. Padre Antônio recebeu uma
carta desaforada do prefeito. Assim nasceu o Grito. Depois que chegou a Equipe
Diocesana de Pastoral, recebeu o nome de GRITO DOS EXCLUÍDOS. Em 1993, foi
apenas: “CLAMOR DOS SEM TETO”. Foi no dia 7 de setembro de 1993 que nasceu o “GRITO
DOS EXCLUÍDOS” na porta da igreja Nossa Senhora Aparecida do Major Prates, em Montes
Claros, Norte Sertanejo de Minas Gerais”, revela irmã Marilda Lopes.
O
Grito dos Excluídos vai para a sua 23ª edição em toda a região. Terá como
enfoque “Vida em primeiro lugar: por direitos e democracia, a luta é todo dia”,
Em 1993, a bandeira de luta unificadora maior foi a moradia. Em 2017, moradores
de Montes Claros ainda acampam, desta vez em área urbana entre o Distrito Industrial
e a Vila Castello Branco. Só no entorno da praça da matriz, mais de mil pessoas
dormem na rua. A sociedade capitalista se desenvolve como nunca, mas os
problemas sociais persistem. Muita gente sem casa, muita casa sem gente.
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