CINEMAS
Antes do cinema
tivemos aqui um cosmorama ambulante que se instalou no prédio primitivo da
Escola Normal, onde hoje está o Hotel São Luís.
Pertencia a Antônio
Soares Taveira. Apresentava vistas da Europa. Pagava-se 500 réis para se ver a
coleção completa. Isso foi no fim do século passado. Já pelo ano de 1912, mais
ou menos, Elpídio Freire instalou o seu cineminha ambulante no velho chalé,
situado atrás do sobrado que pertencia a Dr. Marciano Alves Maurício. Mas, em
1914, Cocó (Joaquim Rabelo Júnior) e Jaime Rebelo montaram um cinema fixo no
prédio já demolido no local onde hoje está o Café Soberano, rua Simeão Ribeiro,
esquina Lafetá. Entrada: dez tostões. Em todos os muros se via letreiros como este:
“Faça suas compras na Casa Cocó e... guarde o seu mil réis para o Cinema
Recreio”; além dessa propaganda intensa nos muros, João da Mata – um dos tipos
populares da época – saía pelas ruas com um cartaz e com uma caixa, anunciando
o cinema; e os bilhetes eram oferecidos no domicílio, de casa em casa. Apesar
disso, a freqüência deixava muito a desejar e o Cinema Recreio fechou as
portas, porque estava dando prejuízo. Reabriu em 1917 com o nome de Cine Ideal,
fechando logo depois.
Somente em julho de
1921 foi inaugurado o Cine Teatro Renascença, em prédio próprio – um barracão,
com bancos compridos, existente até hoje; construído por Geminiano Veloso e
pertencente a uma sociedade; o cinema foi explorado por Leopoldo Laborne e
Cocó. Assistência regular, embora continuasse adotando o mesmo sistema de
propaganda com cartaz e caixa pelas ruas. Êsse cinema mudou de vários donos e
passou a chamar Cine Montes Claros. Atualmente não funciona, estando o seu
prédio ocupado pelos estúdios da ZYD-7.
Em 1926, João Demicheli
instalou apressadamente um cinema Pathé Baby, em prédio onde hoje está o
Correio, na praça Dr. Chaves. Durante as sessões vendiam-se aos freqüentadores “casquinhas”
de sorvetes a quinhentos réis cada – uma novidade... Como os filmes não agradavam,
o Pathesinho teve pouca vida.
Em julho de 1931,
inaugurou-se o Cine Metrópole, em prédio próprio, de propriedade de Benedito
Gomes, tendo na Gerência Mário Lunardi. Mais tarde êsse cinema foi vendido para
os proprietários do Cine Montes Claros – viúva Paculdino & Filho – e passou
a se denominar Cine São Luiz, nome conservado até hoje.
Em 23 de dezembro de
1944 foi inaugurado o Cine Cel. Ribeiro. Proprietários: Cel. Filomeno Ribeiro e
Mário Lunardi. O nome foi escolhido por concurso popular e constituiu uma
homenagem a Cel. Francisco Ribeiro dos Santos.
Atualmente os sócios
estão em litígio e o cinema é dirigido pelo Sr. Armando Costa, gerente do Banco
Comércio e Indústria, nomeado pelo Juiz de Direito, até que se decida a
questão.
Em 1944 a Emprêsa
Paculdino construiu mais um cinema (Cine Ipiranga), na rua Melo Viana.
Em 1954 o Dr. Mário
Ribeiro da Silveira adquiriu o Cine Cel. Ribeiro, que sofreu substanciais
reformas, incluindo nova e moderna aparelhagem de Cinemascope, inaugurado em
julho de 1955. Em princípios de 1955 foi inaugurado o Cine Nova Olinda, à
Avenida Ovídio de Abreu, propriedade do Dr. Mário Ribeiro, o qual conta também
com cinemascope.
Fonte: “Montes Claros: sua história, sua
gente, seus costumes”, organizado pelo médico, historiador e folclorista Hermes
Augusto de Paula, edição de 1960
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