A mentalidade internacional em torno da
cooperação também mudou na medida em que mudou a ordem econômica e política no
mundo. Tudo se americanizou demais e, a meu ver, desapareceu o ‘espírito’ que
nos dinamizou no passado. Será que o Brasil ainda fica para nós entre os países
prioritários precisando de cooperação?
O
Brasil é cada vez menos considerado um país de Terceiro Mundo. O país é rico e sua economia cresce, mas também o
número de pobres. Chegou, portanto, a hora em que os ricos pessoalmente se
responsabilizem pelos pobres. A atenção da Europa se concentra mais sobre a
África com dezenas de países em extrema pobreza e assolados por epidemias, como
a Aids, além das epidemias tradicionais.
A Holanda e o Brasil, nos últimos
sessenta anos, como não poderia ser diferente, seguiram caminhos diferentes. Na
Holanda, a Igreja católica foi reduzida a 25% dos seus fieis e sua influência é
muito limitada. O seu futuro, sem novos sacerdotes e freiras e jovens leigos, é
praticamente impensável. O que não quer dizer que estão menos generosos e menos
preocupados com as injustiças no mundo. Do ponto de vista histórico, os dois
países encontram-se hoje em posições muito diferentes. O Brasil está ainda a
braços com o combate à pobreza e as diferenças sociais ainda gritantes. A Holanda
parece ter atingido o ponto mais alto da riqueza e do conforto de sua
população.
Página 700 do livro “Morrer para viver:
a luta de Tito de Alencar Lima contra a Ditadura Brasileira”, do padre
salesiano holandês Ben Strik, Editora Brasilhoeve, Holanda, 2009
Quer ter pensamento?
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