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Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

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sexta-feira, 8 de setembro de 2017

E até a tristeza se abateu sobre o palhaço


"Aqueles que embarcam no diálogo, frequentemente acabam fazendo monólogos" 

Karol Wojtyla



Depois de ler em janeiro deste ano "100 Anos de Solidão", do escritor e jornalista colombiano Gabriel García Marquez, em fevereiro de 2017, li o livro "Sua Santidade João Paulo II e a história oculta de nosso tempo", de Carl Bernstein e Marco Politi, Editora Objetiva, terceira edição, 1996.

Terminei de ler esse livro em 16 de fevereiro de 2017. Percebo agora que a Igreja católica foi governada por um papa absolutista que abraçava o poder até nos seus momentos de sofrimentos e martírios.

Era o ano de 1978 quando João Paulo II foi eleito papa. O mundo vivia a Guerra Fria entre as duas superpotências mundiais do período: os Estados Unidos da América e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

João Paulo II não devolveu sequer um sentimento de gratidão e de retribuição pelos 600 mil soldados soviéticos que morreram para libertar a Polônia dos horrores do nazismo.

Os soviéticos libertaram Karol Wojtyla e os eslavos do nazismo, implantaram o socialismo e não imaginaram que a religião viria a ser instrumentalizada como poderosa arma política e econômica, diante de povos tão sofridos historicamente, como era a Europa Oriental da primeira metade do século XX. Tudo para enfraquecer a utopia mundial em luta pelo socialismo. Mais da metade do mundo se tornou socialista depois de 1945. O capitalismo estava ameaçado de entrar em ruínas.

Todavia, com a entrada em cena de um papa dissimulado e autoritário, que não tolerava contestações, nem de seus colegiados bispos, iniciou-se a ocidentalização do mundo por um pontífice eslavo. Sua vida foi atuar, cinematograficamente, ao lado de Ronald Reagan e de agentes secretos de segurança estadunidenses, em defesa da dita Cristandade e do livre mercado do capital.

Depois de 1989, com a queda do Muro de Berlim e o colapso provocado da sociedade socialista, o que se viu nos anos de 1990 foram as explosões de conflitos na Europa Oriental pela independência de povos que outrora se identificavam socialmente.

As raízes da Europa Oriental foram quebradas com a ajuda de um papa eslavo para abrir a vida das pessoas às armas dos Estados Unidos, ao modo de vida consumista do americano, à cultura da morte ocidental. O papa que tanto combateu os valores maléficos da sociedade ocidental acabou dialogando com ela e crucificou novamente a Cristandade na sua tentativa de tornar a casa do Pai um mercado.

As religiões são hoje verdadeiras reprodutoras do capitalismo selvagem, sobretudo em tempos escuros de crise econômica. Mais uma vez Deus é chamado para dizer Amém! ou a se pronunciar diante das atrocidades em seu Nome que as religiões cometem na história da humanidade. Quebrar o mercado seria a solução novamente? Afinal, tudo que é sólido se desmancha no ar... E logo em seguida é reconstruído...

O ar se faz sólido para ser presença concreta entre homens e mulheres.

Traição: o pecado que Gregório Magno esqueceu

O papa dissimulado trai o seu povo e a sua história

"Vossa Santidade irá logo dizer adeus à sua terra natal. Levará consigo sua imagem em seu coração, mas não pode levar consigo os seus problemas. A Polônia necessita da verdade. Mas a verdade sobre a Polônia também é necessária. Quantas vezes, nos últimos dias, ela foi vítima de manipulação externa, que tanto ofendeu o bom senso de nosso povo? Que a palavra "solidariedade" possa ser ouvida desta terra por todas as pessoas que continuam sofrendo devido ao racismo, à exploração, às represálias e às intolerâncias."

Wojciech Jaruzelski a João Paulo II

Livro "Sua Santidade João Paulo II e a história oculta de nosso tempo", de Carl Bernstein e Marco Politi, Editora Objetiva, 1996, terceira edição

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