Como se não fossem suficientes
os abusos cometidos pela Sociedade Educativa do Brasil (Soebras) contra os
jornalistas demitidos sem justa causa do jornal “Hoje em Dia” em 28 de
fevereiro de 2016 com propostas indecorosas de acordo como redução de 30%
nos salários, corte no valor das horas noturnas, redução do período de
estabilidade após convenção coletiva para 30 dias, o Grupo Soebras e suas
ramificações começam a tramar e a precarizar as relações empregatícias para os
seus professores, antes mesmo da entrada em vigor da reforma trabalhista (prevista
para valer em novembro de 2017) e antes mesmo da data-base da categoria, 31 de
janeiro de 2018.
O Regional Norte do Sindicato
dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) repudia com veemência as
ações da Soebras contra os profissionais da educação e apoia intervenção
federal já na instituição através dos órgãos democráticos competentes. Nesta
quarta-feira (13/09), na antiga sede da Câmara Municipal de Montes Claros,
aconteceu assembleia convocada pelo Regional Norte do Sindicato dos Professores
de Minas Gerais (Sinpro-MG) para deliberações sobre os remendos trabalhistas na
Rede Soebras. O que se viu foi a angústia no rosto de cada professor com medo
de retaliação da entidade em que ele está vinculado, caso reivindique os seus
direitos legais e não acate com facilidade as novas regras institucionais.
A diretora do Regional Norte do
Sinpro-MG, Nalbar Alves, definiu bem como se caracteriza a atuação da Soebras
na região: “Quem mais pratica a retirada de direitos aqui no Norte de Minas é a
Rede Soebras. Descumpre na educação infantil, ensino fundamental, médio, superior
e até administrativo. A Rede Soebras descumpre tudo. É a única instituição que
não paga”.
Os professores trouxeram para a
assembleia muitas demandas, a exemplo até de um certo assédio moral por parte
do patronato. Uma docente revelou que a Rede Soebras propõe indecentemente uma
pedagogia de acordo com o teto financeiro estipulado pela administração da
empresa. “Estão olhando valores [monetários]. Nós temos isso aqui para gastar
com vocês: ou diminui o salário ou a gente demite”. Realmente desesperados, os
professores pediram ao Regional Norte do Sinpro-MG que empunhem a luta da
valorização da classe. “O professor não pode levantar bandeira em nenhuma
instituição. O Sindicato tem que levantar esta bandeira por nós. Entrar na
justiça enquanto a gente está na instituição é impossível”, afirmou com aflição
outra professora durante a assembleia.
A Rede Soebras costuma promover
mudanças no termo que designava determinada função para escapar da legislação
trabalhista, força o trabalhador a levar serviço para casa e não contabiliza
como hora-extra, orienta a repassar conteúdo online para o estudante, dentre
outros jeitinhos que só acumulam trabalho para o professor, enquanto a
mensalidade do aluno permanece alta e o salário do corpo docente diminui.
Com as vitórias alcançadas pelo
Regional Norte do Sinpro-MG nas negociações trabalhistas com as Faculdades
Santo Agostinho e Pitágoras, é preciso agora que haja mais rigor por parte do
Ministério da Educação e Cultura (MEC) sobre a Rede Soebras. Esta corre o risco
de perder título de assistência social e por isso está repassando as atribuições
da entidade para terceiros ligados a ela sob a alcunha de fundações e
institutos.
Urge uma ação coletiva judicial
de sindicatos de trabalhadores prejudicados pela Rede Soebras e um termo de
ajustamento de conduta para pressionar a referida entidade a seguir as regras
trabalhistas e minimizar os efeitos da terceirização na vida dos professores.
Intervenção federal já na Soebras!
Montes
Claros (MG), quarta-feira, 13 de setembro de 2017
João Renato
Diniz Pinto
Diretor do
Regional Norte do SJPMG 2017-2020
Nalbar Alves foi incisiva ao declarar que
“quem mais
pratica a retirada de direitos
aqui no Norte de Minas é a Rede Soebras”
Diretoria do Regional Norte do Sinpro-MG intensifica ação
coletiva contra a Rede Soebras a pedido dos professores
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