Papa em Santa Marta: Amor da Cruz não é “masoquismo” espiritual

Papa em Santa Marta: Amor da Cruz não é “masoquismo” espiritual

Retomaram as missas na Capela de Santa Marta na festa da Exaltação da Santa Cruz

Queridos irmãos e irmãs, a cruz é o trono de amor de Cristo a humanidade. Nela a vida venceu a morte. Jesus doou-se plenamente na cruz e ela é simbolo de amor intenso de um Deus apaixonado pelos homens.  CRUZ É SINAL e ela faz com que cada um de nós a contemplemos como dadiva de Deus a nós. Só o Senhor pode fazer isso pois a humanidade muitas vezes é incapaz de se doar plenamente ao irmão e irmão que precisa de nossa ajuda humanitária. Quando configuramos a nossa vida a de Cristo, então nós conseguimos sacrificar a nossa vida a favor daqueles que não tem vez e voz na sociedade atual tão consumista, materialista e individualista. Bacharel em Teologia Jose Benedito Schumann Cunha)

14 SETEMBRO 2017REDACAOPAPA FRANCISCO

Papa Em Santa Marta, 14 Set 2017 (Osservatore © Romano)

(ZENIT – Cidade do Vaticano, 14 Set. 2017).- O Papa Francisco celebrou esta na manhã desta quinta-feira a missa na capela da Casa Santa Marta, depois de dois meses de pausa.

O Papa alertou no dia da festa da Exaltação da Cruz, contra a tentação de conceber “um Cristo sem cruz que não é o Senhor: é um mestre, nada mais do que isso”. Outra tentação, é a cruz sem Cristo, ou seja, viver “sem esperança, numa de ‘masoquismo’ espiritual”. A homilia centrou-se no “mistério de amor” que representa a crucifixão de Jesus Cristo, algo que não é facilmente compreensível.

O Papa reconheceu que nem sempre é fácil entender a cruz. “Somente com a contemplação se vai avante neste mistério de amor”, e lembrou dos verbos que Jesus usa para explicá-lo a Nicodemos: subir e descer.

“Jesus desceu do Céu para levar todos nós a subir ao Céu”, disse, “este é o mistério da cruz”. O Papa indica que para explicar isto, São Paulo diz que Jesus “humilhou a si mesmo”, fazendo-se obediente até a morte de cruz.

“Esta é a descida de Jesus: até embaixo, à humilhação, esvaziou a si mesmo por amor. E por isso, Deus o exaltou e o fez subir. Somente se nós conseguirmos entender esta descida até o fim, podemos entender a salvação que nos oferece este mistério do amor.”

O Papa reconheceu que “não é fácil, porque sempre existem tentações para considerar uma metade e não a outra”.

Assim como a serpente encantou Eva e envenenou os israelitas no deserto, do mesmo modo foram encantados os Galatas “por uma ilusão de um Cristo sem cruz ou de uma cruz sem Cristo”.

“Um Cristo sem cruz que não é o Senhor: é um mestre, nada mais que isso”. Sim, Jesus que bom o mestre, mas….sem cruz, Jesus. Jesus Cristo apresentado, mas não crucificado. Outra tentação é a cruz sem Cristo, a angústia de permanecer lá embaixo, com o peso do pecado, sem esperança. É uma espécie de “masoquismo” espiritual. Somente a cruz, mas sem esperança, sem Cristo”.

O Papa convidou os presentes a refletir, ao longo do dia, se “o Cristo crucificado é mistério de amor” para eles: “Eu sigo Jesus sem cruz, um mestre espiritual que nos enche de consolação, de bons conselhos? Sigo a cruz sem Jesus, sempre a lamentar-me, com este ‘masoquismo’ do espírito?”.

O Sucessor de Pedro conclui com votos de que Deus conceda a graça de entrar neste mistério de amor “com o coração, com a mente, com o corpo”.