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Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Fazer Memória

[terça-feira, 14 de setembro de 2004]



Rumo à 1a AAP: Sociedade



Padre Reginaldo Wagner dos Santos*




Desafio: construir uma sociedade justa e fraterna. A fé cristã ilumina nossas lutas: “Não havia necessitados entre eles” (At 4, 34). O Documento 71 da Conferência Nacional dos Bispos dos Brasil (CNBB), intitulado “Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil”, apresenta-nos algumas orientações para melhorar a evangelização que a Igreja realiza segundo o mandato de Jesus em Mateus 28,16ss.

Evangelizar, essa é a missão da Igreja. Evangelizar é a ação da Igreja na realização do Reino de Deus. Cada batizado é revestido de Cristo e faz parte da Igreja. Cada batizado realiza, primeiramente em sua vida e depois na vida da comunidade, a ordem de Jesus de evangelizar e ser evangelizado. Diz São Paulo: “Ai de mim se não evangelizar (1 Cor 9,16).

Hoje temos que viver um amor apaixonado por Jesus e lutar para que a vontade de Jesus seja realizada na pessoa (sendo mais santa) na comunidade (sendo cada vez mais irmãos e irmãs) e na sociedade (promotora de um mundo mais igualitário).

Preparando a 1a Assembléia Arquidiocesana de Pastoral (1a AAP), devemos ter em mente que a realidade social atual merece uma reflexão. Enumero aqui alguns pontos para nossa reflexão: 1) A sociedade brasileira é uma das mais desiguais do mundo – são 54 milhões de pobres e 23 milhões de indigentes; 2) O desemprego aumentou; 3) A política enfraqueceu; 4) A violência e a criminalidade aumentaram por causa das drogas; 4) Jovens entre 15 e 29 anos são assassinados todos os dias por causa do tráfico de drogas; 5) Aumento da população carcerária (presos) - hoje são 235 mil e 460 pessoas.

Diante desse quadro, devemos participar da construção de uma nova sociedade. O Documento 71 da CNBB nos oferece algumas pistas, tais como: iniciativas e práticas solidárias; reivindicação de políticas públicas; participação política e reflexão sobre a realidade.

Essas ações devem ser iniciadas por todos nós. Conversa, diálogo, leitura e formação são ações que ajudam na conscientização. Mas, podemos caminhar mais. Devemos nos organizar e lutar. Devemos manifestar nossa opinião e não ficar calados.

Vivemos em tempo de eleição. Vamos escolher prefeitos e vereadores. Uma sugestão é que cada eleitor analise os discursos de cada candidato e reflita suas propostas sobre a mudança do quadro social atual - aquele que mostrei antes. Não podemos confiar em demagogos que prometem e não cumprem.

Na luta pela construção de uma sociedade justa e solidária, nossa Arquidiocese tem realizado algumas práticas que podem ajudar você e sua comunidade a tomar partido: 1) Queremos ter maior participação social e política, promovendo grupos de reflexão nas casas, nas ruas, etc; 2) Fazer parcerias com a sociedade civil para haver mais solidariedade entre nós; 3) Atenção aos jovens. Eles são o futuro da Igreja e os protagonistas da renovação social. Precisamos incentivá-los para adquiram seus documentos pessoais e participem da Catequese e dos grupos de jovens; 4) Nosso empenho pela promoção humana e pela justiça social. Por isso queremos incentivar a todos para o conhecimento da Doutrina Social da Igreja. É necessário ter uma visão ética maior e comprometida, aprofundando o Evangelho na vida de cada pessoa e da comunidade.

Somos nós quem construímos a sociedade. Sociedade é o conjunto de comunidades que, integradas à realidade religiosa, cultural, política e econômica, fazem uma cidade forte, um país forte. A vida social é a prática da justiça, da paz e da solidariedade.

Quero também lembrar que nossa Igreja Arquidiocesana de Montes Claros fez opção por ser uma Igreja Libertadora, construtora de um mundo novo. Isso só será possível se todos nós nos identificarmos com essa opção libertadora. Nós podemos construir uma nova sociedade. Basta nos organizarmos. Termino lembrando uma frase do Hino Nacional Brasileiro: “Verás que um filho teu não foge à luta...”. Essa é a identidade do cristão brasileiro.



*Coordenador Arquidiocesano de Pastoral      

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