ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

E Deus fez o dilúvio novamente


"Atordoado por duas nostalgias que se contrapunham como dois espelhos, perdeu seu maravilhoso sentido de irrealidade, até acabar recomendando que todos fossem embora de Macondo, que olvidassem tudo que ele havia ensinado do mundo e do coração humano, que cagassem para Horácio, e que em qualquer lugar em que estivessem recordassem sempre que o passado era mentira, que a memória não tinha caminhos de regresso, que toda primavera era irrecuperável, e que o amor mais desatinado e tenaz não passava de uma verdade efêmera."

Cem Anos de Solidão 
Gabriel Garcia Marquez 


A garotinha pegou aquele livro de capa rosa, segurou-o entre as suas pequenas mãos e não o largou mais. "A incerteza do futuro fez com que virassem o coração rumo ao passado", quando Macondo era inundada outra vez pelo dilúvio, mas desta vez para sempre. Sabia que sua única chance de escapar era subir no telhado da administração da praça da estação e entregar aquele cestinho ao maquinista. Seria a última passagem daquela locomotiva por Macondo.

Foi o que fez Aureliano. Mesmo chovendo, subiu no telhado e entregou o cestinho ao maquinista para depois cair junto com a estrutura da praça da estação em ruínas e sem memória. Morria ali o sonho dos Buendia, assim como os ideais de muita gente e famílias.

O trem parou na próxima e última estação. O maquinista, com o cestinho em mãos, andou muito antes de chegar ao exército. Entregou o cestinho ao primeiro militar que o encaminhou à sua chefia. Esta endereçou o cesto à Presidência da República.

Ali estava o cadáver do último dos Buendia também chamado Aureliano como o coronel. Era um recém-nascido fruto do verdadeiro amor entre um casal. O curioso é que formigas infestavam o corpo do bebê.

Nenhum comentário: