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segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Raquel Muniz estraga abertura da Fenics com o seu assanhamento

“É criminoso o divórcio entre a educação que se recebe em uma época e a época”  (José Martí)

Com a sua excessiva indiscrição, informalidade, assanhamento e falta de decoro já peculiares na vida social e parlamentar, a deputada federal Raquel Muniz atrapalhou totalmente a abertura da Feira Nacional de Indústria, Comércio e Serviços (Fenics) deste ano. Sua insistência em sair registrada na imagem inaugural da festa de congraçamento da Fenics chega a ser constrangedora. Necessitamos urgentemente extinguir comportamentos políticos como esses que não cabem mais em nenhum lugar. Já sabemos por “a” mais “b” que a história do homem cordial brasileiro não existe em lugar algum. Trata-se mais de uma artimanha local para sobreviver à falta da verdadeira sociabilidade. Sérgio Buarque de Holanda diagnosticou em seu livro “Raízes do Brasil” as razões desse extremo formalismo nacional.


“Ela [a polidez no relacionamento social diário com as pessoas] pode iludir na aparência - e isso se explica pelo fato de a atitude polida consistir precisamente em uma espécie de mímica deliberada de manifestações que são espontâneas no ‘homem cordial’: é a forma natural e viva que se converteu em fórmula. Além disso, a polidez é, de algum modo, organização da defesa ante a sociedade. Detém-se na parte exterior, epidérmica, do indivíduo, podendo mesmo servir, quando necessário, de peça de resistência. Equivale a um disfarce que permitirá a cada qual preservar inatas suas sensibilidades e suas emoções” [HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. (26ª edição) São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 147, in: O Homem Cordial na Formação do Brasil, por Cláudio Fernandes, disponível em http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/o-homem-cordial-na-formacao-brasil.htm, com acesso no dia 18 de setembro de 2017 às 2h e 50min].

E não é a primeira vez que a deputada federal aparece com estardalhaço na mídia. A votação do dito impeachment da presidente Dilma Roussef parecia mais uma imagem caricata e burlesca, nos dizeres de Machado de Assis, do que é o Brasil oficial de hoje. “Sim! Sim! Sim! Aprovamos a balbúrdia”, diziam subliminarmente os deputados na votação caricatural. Chamar Brasília/DF hoje de palhaçada seria maltratar os palhaços. Bingo!!! O comportamento dos políticos brasileiros deseja gozar e escarnecer com o sofrimento do povo brasileiro. Esses ditos nobres parlamentares não se lixam e nem se sensibilizam com os seus eleitores.

Outro exemplo nocivo do trato da deputada federal com as causas populares aconteceu na abertura das Festas de Agosto de 2016, em frente ao Centro Cultural Hermes de Paula, centro histórico de Montes Claros, Norte Sertanejo de Minas Gerais. A deputada dançou com o prefeito em exercício José Vicente de Medeiros, enquanto o prefeito eleito, Ruy Adriano Borges Muniz, seu marido, estava foragido ou na cadeia por seus vários crimes políticos e empresariais. A dança da Raquel Muniz com José Vicente de Medeiros mais se assemelhava a uma pisada desleixada na inteligência dos brasileiros e das brasileiras. Era como se os falaciosos representantes populares não se importassem com a fé do povo. “Maltrata mais que nós gostamos”, deviam estar imaginando a deputada e o vice-prefeito eleito para o mandato do executivo municipal em 2013-2016.

E, para piorar, a Justiça Eleitoral permitiu que, mesmo foragido ou preso, Ruy Muniz e parceiros modificados economicamente disputassem o direito inalienável à reeleição. Lavou as mãos e colocou o véu de grinalda no ladrão tanto do público, como do privado. A Fenics deveria selecionar melhor seus participantes. Não deveria ceder tão facilmente à cor do dinheiro e autorizar a participação de pessoas tão oficialescas.

Raquel, Ruy Muniz, Sociedade Educativa do Brasil (Soebras) e asseclas, que levantam a bandeira de que educação é tudo, mas tornam precária a vida dos seus educadores e consequentemente de seus estudantes (clientes), além de menosprezar jornalistas formados por eles próprios, significam o que há de mais podre no reino da política brasileira. É emergencial parar de legitimar ações entorpecentes de autoritarismo como as acusações sacanas e desesperadoras (ou seria melhor citar a torpe expressão delações premiadas?) do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva contra sua esposa Marisa Letícia (esta, mesmo depois de morta, foi incriminada pelo próprio marido), Dilma Roussef e Antônio Palloci Filho, o “você não merece nem ser estuprada” de Jair Messias Bolsonaro, o andar de bicicleta do casal Ruy e Raquel Muniz em frente ao público abestado de Tiririca, as injúrias de Michel Temer, Rodrigo Maia e de João Dória Júnior contra o patrimônio público nacional. Esses comportamentos político-eleitoreiros esnobes pretendem esmagar o que ainda há de orgulho na história da sociedade brasileira, que são seus operários da indústria, do comércio e dos serviços.

A tentativa de parecer ser mais informal e popular do político brasileiro, de quebrar protocolos propositadamente transmite a suposta imagem de um parlamentar espontâneo e próximo de sua gente, base eleitoral, mas que, na verdade, quer aprofundar cada vez mais a miséria daqueles que fazem a nação se desenvolver realmente: os seus trabalhadores. E não denominem essa falsa liberdade de democracia. Estamos cansados das lorotas, balelas, conversas pra boi dormir, promessas de campanha enganosas repassadas pelas propagandas políticas partidárias. Lutemos sempre pelo melhor e não pelo menos pior.   




                 

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