Por
que o preço entre dois papéis higiênicos e o litro de gasolina são semelhantes
na Venezuela?, pergunta o jornalista Paulo Henrique Amorim, da TV Record.
Porque precisamos cuidar mais do nosso organismo do que beber gasolina, senhor
âncora.
Por
que o senhor se mete no acirramento da luta de classes venezuelana e nada
menciona sobre a crise econômica brasileira que já afeta mais de 20 milhões de
pessoas, deixando-as desempregadas? O governo federal jamais leva em conta a
taxa de informalidade do país, jamais considera aqueles seres humanos que
procuram, procuram, procuram trabalho e não o encontram. Somos 37% de carteira
assinada. E os outros 63%? O que fazem? Onde estão? Responda-nos, Paulo
Henrique Amorim e TV Record?
O
Brasil exige que taxistas paguem impostos rigorosamente e permite que a
informalidade do UBER tome conta da nação. Algum meio de comunicação já
pesquisou quantas pessoas são assediadas e estupradas em carros com a marca
UBER? Há registros sobre isso, senhores mestres televisivos?
Todo
mundo sabe que há uma distância cultural enorme do Brasil para o restante dos
países da América Latina. A exploração produzida pelos Estados Unidos da
América do Norte nos países latino-americanos é semelhante à ação dos Estados
Unidos da República Federativa do Brasil nos mesmos.
Antes
de mostrar uma realidade da Venezuela, procure entender a história da nação de
uma ótica que não seja altamente burguesa. Abandone suas idiossincrasias.
Incinere-as.
É
impossível você compreender a Revolução Cubana sem conhecer José Martí, a
Revolução Bolivariana sem conhecer Símon Bolívar. As condições objetivas e
subjetivas devem estar favoráveis para transformar a sociedade capitalista. E
na Venezuela isso já ocorre.
Evo
Morales é a expressão dos movimentos sociais na Bolívia. Hugo Chávez e Nicolas
Maduro são a expressão dos movimentos sociais na Venezuela. Maduro é até mais
ainda proletariado que Chávez. Rafael Correa é a expressão dos movimentos
sociais no Equador. São
mais de 60 as realizações chavistas significativas para o proletariado
venezuelano e não são programas pequeno-burgueses como o Bolsa-Família.
O
processo de comunicação social está proletarizado na Venezuela. Temos as
Milícias Bolivarianas Vinte e Três de Janeiro com o seu programa social coeso.
As forças armadas são muito particulares e específicas na Venezuela. Elas não
se entregam à corrupção com facilidade como ocorre nas polícias das sociedades
capitalistas.
A
democracia burguesa é uma ladainha. Nada mais é que lorota, balela, conversa
pra boi dormir. Quanto mais você aprofunda a democracia, mais você valoriza a
burguesia. A ideologia reinante na contemporaneidade são as ideias da classe
dominante. Essas prevalecem sobre a cabeça de qualquer ser humano que cresça
sob o seu domínio.
É
urgente pensarmos em uma estrutura diferente, não-democrática, libertária, que
não traz modelos importados do passado. Revolução é feita de mudanças bruscas, de
idas e vindas. O próprio funcionamento da sociedade capitalista caminha a
reformar e a restaurar, a todo instante, relações antigas com relações
modernas. O capitalismo se traveste de revolucionário, mas o é apenas
aparentemente. Uma situação revolucionária não necessariamente desemboca em uma
revolução. Veja o mau exemplo da Primavera Árabe em pleno século XXI! Foi uma
revolução burguesa. O sindicato vai até o limite da luta burguesa e ali fica. Alertemo-nos para o mau exemplo do Partido Solidariedade na Polônia financiado com muitos
dólares estadunidentes que gradativa e maldosamente causou a ruína do socialismo. Hoje já até temos um Partido Solidariedade no Brasil.
Os partidos mudam de nomes para confundir a mentalidade populacional. Eles
permanecem prostituídos como sempre e nem sequer dão prazer a ninguém. É
necessário rasgar a maquiagem que nos envolve.
O
marxista dever ir ao parlamento para tirar o proletariado de lá. O reformismo
tem levado o proletariado para o parlamento a fim de institucionalizá-lo. O
Hugo Chávez e o Nicolas Maduro serem golpistas para nós, marxistas, são um
ponto alto. Ninguém idolatra as instituições burguesas. Se nem os próprios
burgueses respeitam e preservam suas organizações democráticas, por que nós,
marxistas ortodoxos, deveríamos ter zelo pelo patrimônio privado capitalista?
Almejamos
um partido revolucionário que seja a vanguarda das massas realmente populares.
Esse fará a verdadeira revolução proletária. Quando a classe trabalhadora
obtiver uma consciência de classe em si (Karl Marx), estaremos perto de nos
organizarmos coletivamente. Urge ter o pensamento de que não somos usados para
objetivos políticos, eleitoreiros e ongueiros. Ora, pois, façamos uma análise
concreta da situação concreta da realidade social de todos.
Estudemos
os bons exemplos de heroísmo das massas populares, como a guerra do Japão
contra a Rússia em 1905 que culminou no Domingo Sangrento. O povo russo perdeu
aquele conflito, porém saiu revigorado dele para a vitoriosa Revolução
Bolchevique de Outubro de 1917. O Bolchevimo só tinha 5% dos sovietes em março
daquele ano. Relembremos a brava Revolução Mexicana em 1910.
Critiquemos
nossos erros. Quando o presidente dos
Estados Unidos indica o presidente do Banco Central da maior economia da
América Latina, em dezembro de 2002, aquela esperança institucionalizada na
eleição marqueteira de Luís Inácio Lula da Silva se esvazia. Ocorre a
desmobilização dos movimentos sociais. Passamos a ter profissionais no
movimento sindical para receber pró-labore. O Luís Inácio Lula da Silva foi um
ajeito da sociedade elitista brasileira para acalmar a luta de classes no
Brasil. Teve ao seu lado o empresário liberal José Alencar Gomes da Silva e o empresário conservador Michel Miguel Temer.
A
universidade pública no capitalismo é um clubismo altamente burguês. A
universidade no socialismo real também seguiu o mesmo esquema burguês. Não se
dispôs a diminuir a distância entre o trabalho manual e o trabalho intelectual.
Essa diferença entrava o desenvolvimento humano pleno. É preciso um projeto
pedagógico revolucionário nas escolas, nas faculdades e nas universidades.
Vamos
construir um arsenal teórico para o tempo atual. Sem teoria revolucionária, não
há prática revolucionária. Que não sejamos pegos de supetão quando chegar a
revolução nua, crua e sincera. Observe as especificidades do Golpe de Estado
Brasileiro em 1º de abril de 1964 para o dito impeachment da presidente Dilma
Roussef em 2016.
Aquela frase de Karl Marx cabe direitinho para caracterizar esses momentos históricos
burgueses. “A história se repete: a primeira vez como tragédia e a segunda vez
como farsa”. Estamos cansados de tragédias e de farsas. Façamos a pura arte
revolucionária tão querida e conseguida por Vladimir Lênin.
Que
tenhamos não um espírito patriótico desligado e abstrato de jogadores de
futebol, mas que consigamos resgatar as grandes lideranças sociais brasileiras,
como Antônio Conselheiro, Alvimar Ribeiro dos Santos, Salustiano Gomes
Ferreira, que lutaram pela verdadeira igualdade social. Chávez, quando
mencionava a Pátria, citava Símon Bolívar, a Revolução, a Rebeldia. E, nós,
brasileiros, citamos quem?
Paz,
Pão e Terra!
Todo
o poder aos conselhos comunais e aos sovietes!
Casa da América
Latina de Belo Horizonte
Casa da América
Latina do Rio de Janeiro
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