ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

sábado, 9 de setembro de 2017

Papel Higiênico X Gasolina

Por que o preço entre dois papéis higiênicos e o litro de gasolina são semelhantes na Venezuela?, pergunta o jornalista Paulo Henrique Amorim, da TV Record. Porque precisamos cuidar mais do nosso organismo do que beber gasolina, senhor âncora.

Por que o senhor se mete no acirramento da luta de classes venezuelana e nada menciona sobre a crise econômica brasileira que já afeta mais de 20 milhões de pessoas, deixando-as desempregadas? O governo federal jamais leva em conta a taxa de informalidade do país, jamais considera aqueles seres humanos que procuram, procuram, procuram trabalho e não o encontram. Somos 37% de carteira assinada. E os outros 63%? O que fazem? Onde estão? Responda-nos, Paulo Henrique Amorim e TV Record?

O Brasil exige que taxistas paguem impostos rigorosamente e permite que a informalidade do UBER tome conta da nação. Algum meio de comunicação já pesquisou quantas pessoas são assediadas e estupradas em carros com a marca UBER? Há registros sobre isso, senhores mestres televisivos?

Todo mundo sabe que há uma distância cultural enorme do Brasil para o restante dos países da América Latina. A exploração produzida pelos Estados Unidos da América do Norte nos países latino-americanos é semelhante à ação dos Estados Unidos da República Federativa do Brasil nos mesmos.

Antes de mostrar uma realidade da Venezuela, procure entender a história da nação de uma ótica que não seja altamente burguesa. Abandone suas idiossincrasias. Incinere-as.

É impossível você compreender a Revolução Cubana sem conhecer José Martí, a Revolução Bolivariana sem conhecer Símon Bolívar. As condições objetivas e subjetivas devem estar favoráveis para transformar a sociedade capitalista. E na Venezuela isso já ocorre.

Evo Morales é a expressão dos movimentos sociais na Bolívia. Hugo Chávez e Nicolas Maduro são a expressão dos movimentos sociais na Venezuela. Maduro é até mais ainda proletariado que Chávez. Rafael Correa é a expressão dos movimentos sociais no Equador. São mais de 60 as realizações chavistas significativas para o proletariado venezuelano e não são programas pequeno-burgueses como o Bolsa-Família.
 
O processo de comunicação social está proletarizado na Venezuela. Temos as Milícias Bolivarianas Vinte e Três de Janeiro com o seu programa social coeso. As forças armadas são muito particulares e específicas na Venezuela. Elas não se entregam à corrupção com facilidade como ocorre nas polícias das sociedades capitalistas.

A democracia burguesa é uma ladainha. Nada mais é que lorota, balela, conversa pra boi dormir. Quanto mais você aprofunda a democracia, mais você valoriza a burguesia. A ideologia reinante na contemporaneidade são as ideias da classe dominante. Essas prevalecem sobre a cabeça de qualquer ser humano que cresça sob o seu domínio.

É urgente pensarmos em uma estrutura diferente, não-democrática, libertária, que não traz modelos importados do passado. Revolução é feita de mudanças bruscas, de idas e vindas. O próprio funcionamento da sociedade capitalista caminha a reformar e a restaurar, a todo instante, relações antigas com relações modernas. O capitalismo se traveste de revolucionário, mas o é apenas aparentemente. Uma situação revolucionária não necessariamente desemboca em uma revolução. Veja o mau exemplo da Primavera Árabe em pleno século XXI! Foi uma revolução burguesa. O sindicato vai até o limite da luta burguesa e ali fica. Alertemo-nos para o mau exemplo do Partido Solidariedade na Polônia financiado com muitos dólares estadunidentes que gradativa e maldosamente causou a ruína do socialismo. Hoje já até temos um Partido Solidariedade no Brasil. Os partidos mudam de nomes para confundir a mentalidade populacional. Eles permanecem prostituídos como sempre e nem sequer dão prazer a ninguém. É necessário rasgar a maquiagem que nos envolve.   

O marxista dever ir ao parlamento para tirar o proletariado de lá. O reformismo tem levado o proletariado para o parlamento a fim de institucionalizá-lo. O Hugo Chávez e o Nicolas Maduro serem golpistas para nós, marxistas, são um ponto alto. Ninguém idolatra as instituições burguesas. Se nem os próprios burgueses respeitam e preservam suas organizações democráticas, por que nós, marxistas ortodoxos, deveríamos ter zelo pelo patrimônio privado capitalista?

Almejamos um partido revolucionário que seja a vanguarda das massas realmente populares. Esse fará a verdadeira revolução proletária. Quando a classe trabalhadora obtiver uma consciência de classe em si (Karl Marx), estaremos perto de nos organizarmos coletivamente. Urge ter o pensamento de que não somos usados para objetivos políticos, eleitoreiros e ongueiros. Ora, pois, façamos uma análise concreta da situação concreta da realidade social de todos.

Estudemos os bons exemplos de heroísmo das massas populares, como a guerra do Japão contra a Rússia em 1905 que culminou no Domingo Sangrento. O povo russo perdeu aquele conflito, porém saiu revigorado dele para a vitoriosa Revolução Bolchevique de Outubro de 1917. O Bolchevimo só tinha 5% dos sovietes em março daquele ano. Relembremos a brava Revolução Mexicana em 1910.

Critiquemos nossos erros. Quando o presidente dos Estados Unidos indica o presidente do Banco Central da maior economia da América Latina, em dezembro de 2002, aquela esperança institucionalizada na eleição marqueteira de Luís Inácio Lula da Silva se esvazia. Ocorre a desmobilização dos movimentos sociais. Passamos a ter profissionais no movimento sindical para receber pró-labore. O Luís Inácio Lula da Silva foi um ajeito da sociedade elitista brasileira para acalmar a luta de classes no Brasil. Teve ao seu lado o empresário liberal José Alencar Gomes da Silva e o empresário conservador Michel Miguel Temer.

A universidade pública no capitalismo é um clubismo altamente burguês. A universidade no socialismo real também seguiu o mesmo esquema burguês. Não se dispôs a diminuir a distância entre o trabalho manual e o trabalho intelectual. Essa diferença entrava o desenvolvimento humano pleno. É preciso um projeto pedagógico revolucionário nas escolas, nas faculdades e nas universidades.

Vamos construir um arsenal teórico para o tempo atual. Sem teoria revolucionária, não há prática revolucionária. Que não sejamos pegos de supetão quando chegar a revolução nua, crua e sincera. Observe as especificidades do Golpe de Estado Brasileiro em 1º de abril de 1964 para o dito impeachment da presidente Dilma Roussef em 2016.

Aquela frase de Karl Marx cabe direitinho para caracterizar esses momentos históricos burgueses. “A história se repete: a primeira vez como tragédia e a segunda vez como farsa”. Estamos cansados de tragédias e de farsas. Façamos a pura arte revolucionária tão querida e conseguida por Vladimir Lênin.

Que tenhamos não um espírito patriótico desligado e abstrato de jogadores de futebol, mas que consigamos resgatar as grandes lideranças sociais brasileiras, como Antônio Conselheiro, Alvimar Ribeiro dos Santos, Salustiano Gomes Ferreira, que lutaram pela verdadeira igualdade social. Chávez, quando mencionava a Pátria, citava Símon Bolívar, a Revolução, a Rebeldia. E, nós, brasileiros, citamos quem?      

Paz, Pão e Terra!

Todo o poder aos conselhos comunais e aos sovietes!

Casa da América Latina de Belo Horizonte

Casa da América Latina do Rio de Janeiro

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