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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Opinião

A Igreja e o Regime Militar



Natelson Alves Coutinho*




No limiar dos anos de 1960, o Brasil passava por instabilidades político-econômicas que ameaçavam a segurança nacional. O país estava à beira de uma revolução que seria comandada pelo próprio governo.

Em meio a esse clima de exaustão da ordem pública, a Igreja não hesitou em participar, juntamente com outros setores conservadores, da Marcha da Família com Deus e pela Liberdade, em 1964. A Igreja se opunha a um sistema, que viria a ser implantado, se não houvesse uma reação, pois esse sistema oprimiria os credos das pessoas e denegriria a liberdade humana.

Há 40 anos, o governo populista foi derrubado e o Regime Ditatorial instaurado no país. O único objetivo dos militares era manter a ordem e a segurança nacional, protegendo assim a nação brasileira da Revolução Socialista.

Aos poucos, o Regime Militar se radicalizou, perseguindo indivíduos com ideais diferentes e que almejavam apenas maior participação na Política. Os setores eclesiais ganharam atenção especial do governo, pois se pensava que eles eram da oposição, simplesmente por estarem em defesa dos marginalizados do Regime. Logo a Igreja, que outrora apoiara o Golpe.

Como uma mãe que luta, de todas as formas, para proteger o seu filho, a Igreja, que desde os anos de 1950 batalha para diminuir as disparidades sociais, políticas e econômicas em meio a essa Ditadura, junta-se aos oprimidos e aos pobres do Regime.

A Associação Católica Brasileira (ACB) procurou preservar a liberdade de pensamento e de expressão, buscando levar as pessoas a formularem idéias e a tomarem decisões de cidadãos conscientes e responsáveis.

Nos anos de 1970 e 1980, em que a juventude brasileira era vítima do estilo de vida libertino dos jovens norte-americanos, a ACB procurou abranger suas idéias a essa juventude que, embora forte, poderia se perder. Destaca-se aqui o intenso trabalho humanitário e evangelizador da Juventude Estudantil Católica (JEC), Juventude Universitária Católica (JUC) e Juventude Operária Católica (JOC).

Como se não bastasse, através das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (Cnbb) se tornou uma pedra no caminho dos governadores militares e uma primavera para o povo, pois denunciava as violações aos direitos humanos e estimulava a nação brasileira a trabalhar conjuntamente em defesa da dignidade da pessoa humana e por uma sociedade mais fraterna e solidária. Isso comprovava os valores da Teologia da Libertação, injustamente “taxada” de Marxista pelos militares e vista como segmento de extrema-esquerda.

Não podemos dizer que a Igreja estava contra os presidentes ou fazia acepção a ideologias políticas, todavia, com todo orgulho, afirmamos que a Igreja esteve e está em favor dos direitos do homem que sofre e é perseguido por razões ideológicas.

O Regime Militar acabou há 20 anos, contudo, a luta da Igreja continua hoje através de suas inúmeras pastorais, movimentos, etc, porque o homem sempre está vulnerável à exploração de outro homem. Não estou em defesa do Marxismo, porém, tudo pode ser reciclado e reformulado, desde que seja de acordo com a ótica cristã. 




*do Seminário Propedêutico São Pio X da Arquidiocese de Montes Claros

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