ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

sábado, 9 de setembro de 2017

Cruzeirenses reclamam do apelido de Maria

Os cruzeirenses não deveriam se irritar quando um atleticano os chama de Maria. Não consideramos o apelido pejorativo. O Atlético-MG sempre foi considerado nas décadas de 1960 e 1970 o time que jogava com raça, o time de macho, que não aceitava levar desaforo para casa. Vivíamos nessa época própria o período mais violento da Ditadura Militar Brasileira (1964-1985) com a promulgação do Ato Institucional Número Cinco.

O Cruzeiro era considerado um time mais clássico, que não dava pontapés. Nessa fase, os dois times conseguiram títulos bastante importantes para sua história. O Atlético foi o campeão brasileiro de 1971 e revelou a alegria de Dario Maravilha e a seriedade do técnico Telê Santana. O Cruzeiro foi campeão da Copa Libertadores da América de 1976. Revelou Tostão, Piazza, Nelinho, Dirceu Lopes...

Hoje em dia o futebol todo parece ser só raça e muita violência. Os jogadores de futebol estão mais interessados em agarrar o colega pela camisa, pelo cabelo, a dar carrinhos inconsequentes, pontapés em partes íntimas do que tratar bem a bola como se ela fosse uma Maria. A tecnologia no futebol e no esporte de um modo geral tira a espontaneidade da ação humana. Estamos vigiados 24 horas. Treinamos em academias e não mais no campo de várzea.

O futebol arte foi triturado pelo futebol de resultados e sem vontade de vencer de verdade. Tornamo-nos todos profissionais do esporte. Somos técnicos e especialistas em praticamente todos os assuntos. Contudo, na hora principal, comportamo-nos como um simples mortal massificado no meio da multidão. O futebol feminino continua marginalizado e as jogadoras ficam mais masculinizadas no exercício desse ofício.

A marca do machismo é tão profundo no Brasil e no mundo que, quando um atleticano chama de Maria um cruzeirense, esse responde de acordo com a Lei da Física (para cada ação, uma reação com força e peso iguais) e conforme a Lei de Talião (olho por olho, dente por dente). Para todo cruzeirense, todo atleticano é franga, gaylo.   

Mas já imaginaram se, no dia 27 de setembro de 2017, a torcida cruzeirense lotasse o Estádio Governador Golpista Magalhães Pinto para assistir à final da Copa do Brasil contra o Flamengo e cantasse em coro a célebre música do cruzeirense Milton Nascimento?


POR Milton Nascimento
 
Maria, Maria
É um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece
Viver e amar
Como outra qualquer
Do planeta

Maria, Maria
É o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que ri
Quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta

Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria

Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida

Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria

Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida

Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê
Hei! Hei! Hei! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê!

Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria

Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho, sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida

Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê
Hei! Hei! Hei! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê!

Lá Lá Lá Lerererê Lerererê!   

Nenhum comentário: