ficção e realidade
“Lula” da Silva
Quintino de Quadros Vieira
Lula pede que
médico e assessor atendam homem que tentou invadir Planalto
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
designou médico do Planalto e representante de seu gabinete para avaliarem a
situação do homem que tentou invadir hoje a sede do Governo Federal.
Identificado como Ângelo de Jesus, lavrador de Pindobaçu, Bahia, afirmou que
caminhou por quatro dias, sem comer, para chegar até Brasília, Distrito
Federal, e falar com o presidente Lula. Seis seguranças precisaram segurá-lo e
retirá-lo do “hall” de entrada do edifício. De calça jeans, chinelo e camisa,
foi algemado e levado para a frente do Palácio do Planalto. O lavrador afirmou
ter o braço machucado e por isso a algema o machucaria. Disse ainda que tinha a
perna quebrada e que era portador de hanseníase. Por diversas vezes, repetiu
que só poderia falar com o presidente e gritava. “Presidente, socorre eu”. Aos
policiais, afirmou ainda que “só sei falar com o presidente”. Ao ser rendido,
disse também. “Policial, você tem mãe? Eu não sou bandido” e que pobre sofria
muito. Os seguranças tentaram acalmá-lo, sem sucesso, e o lavrador foi levado
ao Hospital Regional da Asa Norte. (Reportagem de Ana Paula Ribeiro, da Folha
On-Line, em Brasília (DF), quinta-feira, 20 de setembro de 2007, às 12h e
22min.
Era madrugada
de quinta-feira, por volta das três horas da manhã. Lula e Marisa dormiam na
residência presidencial. De repente, batem à porta da casa. Lula levanta do
sono profundo. Caminha em direção à porta e abre. Vê um adulto de barba negra e
enrolada, mas muito mal feita, magro, pele branca e rosada, camisa com os
botões abertos, de calça jeans surrada e de chinelos. Com uma voz rouca, ele se
identifica como Luiz Inácio - o “Lula” da Silva e do Brasil.
Sem entender
direito, o presidente vai até a cozinha, pega pão e leite, volta à porta e
entrega o lanche ao pedinte, que agradece a gentileza do companheiro. O
presidente se despede do rapaz, retorna para a cama, deita novamente e
rapidamente é abatido pelo sono dos deuses. Lula e Marisa acordam cedo, fazem
sua rotineira caminhada matinal, tomam café e, antes das oito da manhã, já
estão no Palácio do Planalto para mais um dia de serviço.
Ao meio-dia e
meia, enquanto Marisa acessa a internet, Lula almoça. “Homem tenta entrar no
Palácio do Planalto para conversar com o presidente. O homem era Ângelo de Jesus, lavrador de Pindobaçu, Bahia, e era
negro, quase sem cabelo, estava de calça jeans,
chinelo e camisa. Ele foi algemado por seguranças e levado para a frente do
Palácio do Planalto”. É a notícia que Maria lê para Lula. Depois do almoço, o
presidente faz sua sesta, sonha e se vê novamente como Luiz Inácio - o
“Lula” da Silva e do Brasil.
Quintino de Quadros Vieira é somente
escritor
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